Sunday, December 25, 2011

O "Moderado" Abbas -

No último dia 20, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas viajou para a Turquia para se encontrar com os terroristas palestinos soltos por Israel na troca de Gilad Shalit. Num evento televisionado, ele publicamente abraçou Amna Muna – a cruel terrorista palestina que em 2001 emboscou um menino judeu de 16 anos que havia conhecido pela internet. Junto com seus comparsas, ela o torturou e o matou de um modo horrendo.

Abbas nunca escondeu quem é ou no que acredita, apesar dos esforços da mídia e de líderes estrangeiros para faze-lo parecer moderado . O programa televisionado com Muna, foi consistente com seu sistema educacional que preza a cultura do ódio, louva o terrorismo e os homens-bomba em particular.

É também compatível com os salários mensais que Abbas paga às familias dos homens-bomba e terroristas presos; e com a nomeação das ruas, praças e torneios esportivos em homenagem a terroristas. 

Após ter sido o homem de confiança de Arafat por 50 anos, ter escrito sua tese de doutorado na Russia negando o holocausto, se envolvido intimamente no massacre dos atletas israelenses na Olimpíada de 1972, não dá para acreditar que ele teria dado uma volta de 180 graus em sua ideologia.

Enquanto Abbas aparece de terno e gravata e tenta parecer um estadista ocidental moderado que renunciou ao terrorismo e violência, sua recepção de Amna Muna, uma psicopata, conhecida por suas companheiras de cela como a "Satã de Ramallah" por seu sadismo, mordendo suas vítimas e jogando cera e óleo ferventes nos rostos daqueles que a desafiam, mostra o oposto.

Abbas sempre se manteve fiel às suas raízes. Ele foi membro da Irmandade Muçulmana no Egito que prega o domínio do mundo pelo islamismo como ordenamento divino e a submissão dos não muçulmanos. Ele sempre se referiu aos homens-bomba como “combatentes da liberdade”.

A maioria dos terroristas de hoje são muçulmanos. Eles ameaçam suas próprias sociedades e cada vez mais exportam o terrorismo islâmico para o mundo: Israel, Estados Unidos, India, Inglaterra, Russia, Australia, Holanda, Argentina, Sri Lanka, Tailândia, Espanha, França, etc.

O regime de Abbas e Arafat criado pelas aberturas que Israel fez pela paz, e que domina a Autoridade Palestina desde 1993, endoutrinou uma geração inteira para o terrorismo através de suas escolas, mesquitas e mídia.

E é por isso que as declarações do Hamas esta semana são importantes. O Hamas está se juntando à OLP num governo de união não porque ele tenha mudado sua ideologia mas porque quer que a OLP mantenha sua plataforma original: a de libertar a Palestina e trazer os palestinos ao que é hoje Israel. E estas declarações vieram exatamente porque a mídia começou a dizer que o Hamas teria se moderado e estaria caminhando para abandonar sua ideologia radical.

O Hamas e o Jihad Islamico estão exigindo que a OLP reconsidere sua estratégia política, acabe com os acordos de Oslo e o reconhecimento da solução de dois estados. O ministro das relações exteriores do Hamas, Osama Hamdan, disse que a decisão de se unir à OLP não significa que o Hamas irá se tornar parte do processo de paz com Israel.

“Qualquer um que pensa que o Hamas tenha mudado suas posições e que agora aceita o programa político derrotista da OLP está vivendo numa ilusão” ele disse. Hamdan continuou dizendo que o Hamas espera alcançar o gol de libertar as terras palestinas e trazer os refugiados para suas casas originais dentro de Israel.

O secretário geral do Jihad Islâmico Ramadan Shallah foi mais além e negou a decisão de se juntar ao governo provisório da OLP pois se recusa a abandonar seu programa ideológico.

O fato de Abbas ter deixado bem claro a todos os líderes das facções palestinas que o direito de “resistência armada” contra Israel seria preservado, não impressionou estes grupos que não querem ser vistos comprometendo sua agenda. Shallah disse que “ninguém tem o direito de dizer que a resistência armada é ilegítima e os palestinos não podem mais fazer uso dela”. Assim, a esperança do Hamas e do Jihad Islâmico é de reformar a OLP e trazer o grupo de volta ao caminho e objetivos que o criaram: a libertação total da Palestina pela guerra.

Parece que nenhuma destas declarações do Hamas e do Jihad Islâmico chegou aos ouvidos do Conselho de Segurança da ONU que simplesmente marretou Israel por não querer fazer mais concessões aos palestinos e mostrar o que eles chamam de “boa-fé”.

A educação do terror e a indiferença e abuso dos direitos humanos – a lavagem cerebral das pessoal em prol do terrorismo e homens-bombas – são as maiores causas do terrorismo islâmico deste século.

Nem o Mapa da Rota, nem as Iniciativas do Quarteto, ou as Resoluções das Nações Unidas, as enormes concessões Israelenses, e as pressões dos Estados Unidos resultaram em paz. Elas simplesmente desviaram a atenção do assunto: o incitamento e o ódio patrocinados pelo estado.

Não é possível buscar uma paz duradoura e ao mesmo tempo defender um sistema educacional que prega o ódio e a incitação ao assassinato. São coisas mutuamente exclusivas. A busca de uma paz durável – não a ilusão de uma cerimônia e apertos de mão – exige que a incitação e a educação do ódio termine.

Esta sim deveria ser uma precondição para qualquer negociação.

Sunday, December 18, 2011

O Americano que Falou a Verdade - 18/12/2011

Na semana passada ocorreu algo diferente e extraordinário. O candidato que está à frente da nomeação do partido republicano americano para a próxima eleição presidencial, Newt Gingrich, em entrevista ao Canal Judaico, disse a verdade sobre os palestinos: que ele são um povo inventado, apenas “árabes” e que a América não tinha que apoiar a criação de mais um estado árabe para o treinamento de homens bomba que virão se explodir nos Estados Unidos.

Gingrich não foi sempre um político. Ele tem doutorado em História e ensinou a matéria em faculdades e o que ele disse é absolutamente correto. Ele ainda notou que o termo “povo palestino” só se tornou aceito depois de 1977 quando Yasser Arafat se deu conta que não havia uma vontade real dos Sírios de erradicar Israel e então criou esta identidade palestina totalmente do espaço.

E apesar de dizer uma verdade histórica, desde então Gingrich tem sido atacado por todos os lados. Primeiro, Hussein Ibish do lobby palestino nos Estados Unidos, disse em uma entrevista à CNN, que se é verdade que o povo palestino é artificial, os israelenses também o são pois não existiam antes de 1948. Ele tentou igualar o nacionalismo palestino de algumas décadas com 3,500 anos de nacionalismo judaico.

Se nota bem que Ibish nunca leu a Bíblia. O movimento judaico de liberação não surgiu para competir com o nacionalismo árabe. Ele surgiu com o Rei David, inspirou os Macabeus a expulsarem os gregos, impulsionou Bar Kochba a lutar contra os Romanos e nos últimos 2 mil anos foi a pedra fundamental das esperanças e aspirações do povo judeu.

Mas também há aqueles que simplesmente negam a veracidade das declarações de Gingrich. O primeiro ministro da Autoridade Palestina Salam Fayyad disse  que o povo palestino viveu nesta terra deste a “Aurora da História”. O Conselho Revolucionário da Fatah declarou que o povo palestino é descentente da tribo cananita dos Jebusitas que vivia no local aonde se encontra hoje a Cidade de David em Jerusalém.

Toneladas de evidências arqueológicas em Israel e especialmente em Jerusalém, provam a presença dos judeus na terra por milhares de anos. Nenhuma evidência arqueológica ou qualquer outra mostra a ligação dos palestinos de hoje com os Jebusitas de 3.500 anos atrás. Só as fabricações das imaginações esquizofrênicas dos líderes palestinos.

Do ponto de vista dos Estados Unidos, no entanto, os ataques à Gingrich têm sido os mais preocupantes pois eles vêm do seu próprio partido.

Os republicanos podem não achar uma boa idéia reverter a política americana e negar a identidade nacional palestina que hoje seria consenso no Congresso e Senado. Um consenso que ignora que os palestinos são um povo artificial criado apenas e tão somente para destruir o nacionalismo judaico.  E uma política de estabelecer um estado palestino independente do lado oeste do Rio Jordão que viva em paz com Israel, que provou ser um verdadeiro fracasso nos últimos 30 anos.

Vimos o que aconteceu em 2000 quando Arafat rejeitou a oferta de Ehud Barak de estabelecer um estado palestino. E quando Israel evacuou todos os judeus de Gaza em 2005. Em 2006 quando a América forçou eleições imediatas para promover a “democracia” entre os palestinos e o grupo terrorista Hamas foi eleito.

Em vez de reconhecer que esta política é falha e considerar outras opções, a administração americana resolveu insistir nela. E com Barack Obama, ela se limitou ao puro apaziguamento dos Árabes para  posicionar a América confortavelmente ao lado dos Europeus.

Isto não trouxe a paz entre Israel e os palestinos. A retirada do Iraque sem uma vitória decisiva e a redução substancial das tropas no Afganistão, mostram que os Estados Unidos estão abandonando seus aliados um por um.

Quando o outro candidato à nomeação do partido republicano Mitt Romney criticou Gingrich por suas declarações, Gingrich respondeu que ele se sente confiante que um número extraordinário de israelenses devem ter achado bom ter um americano falar a verdade sobre a guerra que estão lutando, e sobre a natureza do pessoal em volta que diz que “eles não tem o direito de existir e querem destrui-los”.

Newt Gingrich está certo. É mais do que bom ouvir um Americano, especialmente em sua posição,  dizer a verdade de modo tão direto e claro.  E só um americano poderia faze-lo.

Com constantes ameaças políticas e terroristas à sua existência, seus vizinhos tomados por governos islâmicos radicais, o Irã ameaçando o mundo com um final apocalíptico e a administração Obama abandonando seus aliados tradicionais, ninguém vai ouvir verdades vindas de Israel.

Trinta anos de mentiras sobre a natureza do conflito e esforços para equilibrar seu apoio a Israel e seu apaziguamento aos árabes, não deixaram os Estados Unidos mais seguros ou o Oriente Médio mais pacífico. Precisamos de um novo presidente americano que entenda que é preciso mais do que esta política para restaurar a estabilidade na região.

E é esta a prioridade do dia. Apenas restaurar a estabilidade. Nos últimos três anos do governo Obama, os Estados Unidos abandonaram a verdade sobre Israel, os palestinos, e tornaram a região mais instável. Os Estados Unidos hoje não têm mais o respeito de antigamente e com isso Israel ficou mais vulnerável.

Neste caso, talvez as verdades ditas por Gingrich sejam um antídoto para esta insanidade, para esta política de abandono da verdade e do apaziguamento. 

É, acho que ainda podemos ter esperanças....

Sunday, December 11, 2011

A Verdadeira Face de Obama - 11/12/2011

O Egito está a caminho de se tornar um estado totalitário. Os resultados das eleições nas maiores cidades, confirmou que a Irmandade Muçulmana e o partido Al-Noor receberam juntos mais de 60% dos votos e esta percentagem só deve aumentar com a contagem dos votos do interior.

Até a caída de Mubarak, o Egito foi a âncora da aliança americana do mundo árabe. Seu exército foi armado, treinado e financiado pelos Estados Unidos. O Canal de Suez é uma das passagens vitais para a economia mundial e para a marinha americana. Durante anos sua elite civil e militar lutou contra o radicalismo islâmico e sua assistência foi valiosa na guerra contra o jihad internacional.

Por tudo isso, o Egito é o segundo maior recipiente da ajuda americana. E por causa disso é que a resposta do presidente Barack Obama a esta desastrosa eleição foi ainda mais chocante. Em vez de soar os alarmes, Obama disse que os resultados eram uma vitória para a “democracia”. E aproveitando a onda, sua administração voltou seus canhões contra Israel.

O Secretário de Defesa Leon Panetta, a Secretária de Estado Hillary Clinton e o embaixador americano na Bélgica mostraram a verdadeira natureza desta administração que em meio a tudo o que está ocorrendo no Oriente Médio - a radicalização dos seus aliados, os massacres diários na Síria - eles escolheram condenar Israel.

No começo da semana, Leon Panetta declarou Israel culpada pela falta de todo e qualquer avanço nas negociações de paz com os palestinos. Ele disse que os judeus precisam fazer novas concessões para provar sua boa fé. E só se o mundo muçulmano torcer o nariz, aí então Panetta e seus colegas ficarão ao lado de Israel.

Parece que Panetta não recebeu o memorando com a lista das concessões sem precedentes feitas por Israel aos palestinos que simplesmente as embolsaram e ainda se recusaram a negociar. Israel evacuou 8 mil de seus residentes em Gaza e agora é atacado diariamente. Só ontem foram 18 mísseis com dois israelenses feridos. O Hamas já anunciou a instalação de uma base de foguetes no Sinai e os ministros Yuval Steinitz e Eli Yshai disseram hoje que não há outra solução a não ser uma outra campanha militar em Gaza. Panetta desconsidera o fato que nenhuma concessão feita até agora trouxe qualquer benefício a Israel. Pelo contrário, os palestinos, os Estados Unidos e Europa só aumentam suas exigências para novas concessões. 


Panetta disse ainda que Israel deveria fazer gestos para apaziguar os Turcos, Jordanianos e Egípcios. Ele não mencionou que foram os turcos, com suas flotilhas que acabaram com a relação com Israel. E o que fazer agora que o novo governo da Irmandade Muçulmana no Egito anunciou que irá rever o acordo de paz com Israel?

E na Jordânia, para evitar o mesmo destino de Mubarak, o rei Abdallah já está compondo com os islamistas. Hoje não há apaziguamento que Israel possa oferecer que irá manter a Jordânia como parceira de Israel ou dos Estados Unidos se Abdallah quiser ficar no trono.  


Além disso tem o Irã. Panetta avisou que se Israel atacar as usinas nucleares iranianas, iria causar uma guerra regional. Ahmadinejad anunciou que foi Israel quem sabotou a base da força aérea de Bidganeh e a instalação de enriquecimento nuclear em Isfahan e está usando isso como desculpa para um próximo ataque à Israel seja diretamente ou através da Hezbollah. 

Mas em vez de enfrentar o problema de um Irã nuclear, a mensagem de Panetta é que a administração Obama prefere uma bomba nuclear iraniana a apoiar um ataque israelense para prevenir a proliferação e a expansão dos mullas.   

No dia seguinte a estas pérolas, tivemos Hillary Clinton. Ela, que advogou pelas negociação com os fanáticos, violentos talibans, e repetidamente elogia a Arábia Saudita aonde as mulheres são chicoteadas por dirigirem carros, esta semana ela resolveu acusar Israel de reprimir os direitos das mulheres.

Isto porque um grupo de soldados religiosos se retirou quando de uma apresentação de vocalistas femininas para não ouvir sua voz em canto, cumprindo um preceito religioso. As vocalistas não foram impedidas de cantar, não foram maltratadas ou expulsas. Os soldados simplesmente se retiraram. Mas isto já foi o suficiente para que Clinton culpasse os comandantes do exército de Israel de "crime contra a democracia" por não forçar seus soldados a escutarem as moças cantando.

Mas Clinton não parou aí. Ela castigou a Knesset por discutir uma lei que visa limitar o patrocínio de governos estrangeiros a grupos que objetivam subverter o governo de Israel.

Mais uma vez, Israel é colocada numa categoria à parte. Ela não disse nada sobre a Europa banir o uso do véu islâmico para mulheres em lugares públicos. Soldados judeus não podem exercer sua liberdade de religião. Os Estados Unidos podem aceitar negociar com o Talibã que escraviza mulheres e meninas de modo horrendo e descrever a Irmandade Muçulmana no Egito que suporta a mutilação genital de meninas como “moderados”. Mas Israel é a inimiga da democracia por querer preservar a habilidade do seu governo de adotar políticas para proteger seus interesses contra a subversão.

As mensagens virulentamente anti-Israel de Clinton e Panetta vieram na onda do discurso do embaixador americano na Bélgica, Howard Gutman na semana anterior. Ao falar para uma audiência judaica, Gutman simplesmente negou a existência do anti-semitismo na Europa. De acordo com ele, os ataques de muçulmanos a judeus e instituições judaicas na Europa são apenas uma reação ao fato de Israel não entregar territórios aos palestinos. Se o estado judeu simplesmente adotasse o plano de Obama para o Oriente Médio, os ataques aos judeus da Europa iriam simplesmente desaparecer. 

Não sei de que planeta ele veio. Mas se tomarmos os três discursos juntos, eles provam a posição anti-Israel desta administração. Todos os três rejeitam a realidade em favor da fantasia. Neste País das Maravilhas de Obama, aonde está proibido usar termos como "jihad", "terrorismo islâmico", "islamista", e "jihadista", o único país que ficou livre para ser criticado é Israel. Portanto ela é a culpada de tudo. Neste mundo Ahmadinejad é aplaudido e continua a cortar as cabeças, o vilão que deve ser eliminado é o coelho Israel que fica correndo contra o relógio e avisando os outros que está tarde demais.


A verdade é que esta administração americana está permeada de anti-semitismo. Apesar de todas as seguranças que os democratas prometem dar aos eleitores judeus nos Estados Unidos para reeleger Obama, não há como negar a verdadeira natureza desta administração. Há pouca diferença entre acusar a sociedade israelense de destruir a democracia por procurar se defender contra subversão política de governos estrangeiros e acusar judeus de destruirem a moralidade por não aceitarem costumes e religiões estrangeiras.

Do mesmo modo, há pouca diferença entre culpar Israel por seu próprio isolamento face a ascensão islâmica radical no mundo árabe e culpar os judeus na diáspora pelo aumento de ataques antissemitas na Russia, Alemanha, França e Noruega. 


De verdade, do ponto de vista de Israel, não faz qualquer diferença se estas declarações são o fruto de uma falta de visão ou o velho ódio a judeus. O resultado é o mesmo: Obama e seu governo são hostis às reinvidicações de Israel, seus direitos e suas necessidades.

Não é assim que se trata um aliado, especialmente um como Israel que tem sua sobrevivência ameaçada a cada minuto. Se Obama quer se reeleger, ele deveria ter em mente o que a Bíblia diz. Deus irá abençoar quem abençoa Israel e amaldiçoar quem a despreza.

Sunday, December 4, 2011

A Vitória Salafista no Egito - 4/12/2011

Os resultados das eleições esta semana no Egito quase não foram surpresa. A Irmandade Muçulmana ganhou 45% dos votos e não há dúvida que serão eles os novos senhores do Egito. Ao todo, os partidos islâmicos deverão obter entre 60 e 65% dos votos.

A única surpresa mesmo foi o resultado obtido pelo partido Al-Noor ou "A Luz", dos salafistas. Estes são os radicais islâmicos do estilo dos Talibans, que obtiveram 20% dos votos, o mesmo que todos os partidos cristãos e moderados liberais juntos. Este movimento que foi largamente subestimado, gerou Ayman Al-Zawahiri, o mentor de Osama Bin Laden e hoje líder da Al-Qaeda.

Com o partido Nacional Democrático do ex-presidente Hosni Mubarak banido das eleições e os liberais em confusão, os únicos partidos que se mostraram suficientemente organizados para uma campanha eleitoral agressiva, são os islâmicos.

O processo eleitoral egípcio é muito complexo e hoje muitos eleitores se sentem inundados por um sem número de partidos e candidatos que não existiam antes da saída de Mubarak,  9 meses atrás. Cada distrito recebe dois assentos no parlamento mas um terço deles são reservados para candidatos individuais e o resto aos partidos. Para complicar, um dos assentos reservado a cada partido tem que ir para um “profissional” e o outro para um “trabalhador ou camponês”.

Com um número de 122 candidatos, a grande maioria ilustres desconhecidos, fica mais fácil para o eleitor olhar para a lista dos partidos que são 16, incluindo o salafista Al-Noor fundado no final de Janeiro. E porque os salafistas tiveram tãos bons resultados e esperam ainda melhores nas próximas rodadas? Porque o eleitores os vêem não como um movimento político mas como um movimento religioso. E eles têm uma base engajada e disciplinada.

Mesmo se eles obtiverem apenas 10% dos votos, será uma grande vitória. Eles foram perseguidos e presos sem dó pelos militares e não existiam na política há um ano atrás. Se eles conseguirem se juntar ao segundo ou terceiro maior bloco no parlamento isto será um grande feito para eles. De qualquer forma, eles terão um papel importante na futura liderança do Egito.

Enquanto isso, os liberais não estão indo bem. A questão é quão ruim será sua performance no resto das eleições. Os jornais egípcios estão dizendo que se os liberais, que incluem os cristãos coptas, conseguirem 10 a 15% dos votos, isto também será uma vitória para eles.

Mas ser liberal hoje no Egito é um stigma. Ser liberal significa ser anti-islâmico.

Num país aonde o povo está ficando cada vez mais conservador do ponto de vista religioso e quer que o islamismo tenha um papel maior em sua vida, não há como ser otimista sobre o futuro político dos liberais. A única coisa que poderia mudar isso é a economia.

A situação econômica do Egito está indo de mal a pior. O grande gerador de renda o turismo, hoje praticamente acabou. Se os liberais forem espertos, vão apresentar soluções econômicas práticas que os eleitores possam entender. Esta é uma área que os islamistas não têm preparação.

Em Israel, autoridades do governo expressaram preocupação que um parlamento egípcio com uma maioria islamista irá abalar suas relações já bastante tênuas. Na semana passada o primeiro ministro Benjamin Netanyahu disse que as revoluções que estão acontecendo no mundo árabe não estavam se dirigindo para o progresso e liberalismo, mas produzindo uma onda islâmica, anti-ocidente, anti-liberal, anti-Israel e anti-democrática”.

Mas o sentimento anti-Israel não é só devido aos islamistas. Os anos de propaganda e posicionamento anti-Israel da mídia levaram o povo egípcio a odiar Israel, e qualquer novo governo eleito no país terá que endurecer suas relações com o estado judeu.

A irmandade muçulmana nunca irá aceitar a existência de Israel especialmente tendo em vista o patrocínio do Irã. Pode ser que num primeiro momento a irmandade não tenha a vontade de cancelar de vez o acordo de paz para não se indispor com o ocidente de quem o Egito depende economicamente. Mas haverá uma grande chance deles quererem renegociar certos aspectos ou encontrarem maneiras de limitarem o impacto ou a operacionalidade do acordo de paz com Israel.

Por outro lado, a Irmandade Muçulmana pode ser mais pragmática em política externa que os partidos de esquerda ou os nacionalistas. Por causa de sua história e credenciais fortemente anti-Israel, a Irmandade não precisa ficar compensando. O que vemos com os partidos não-islâmicos é que eles têm que demonstrar constantemente que são anti-Israel para contrabalançar as acusações de serem pró-ocidente, pró-Estados Unidos.

Em política externa no Egito, não há diferença entre os partidos islamistas e os não-islamistas. Eles são todos contra Israel.

Enquanto isso, o presidente Barak Obama enviou uma nota congratulando o Egito pelas eleições e seus conselheiros da esquerda, já foram à frente dizendo que os salafistas são inofensivos, apenas muçulmanos religiosos. Seu estilo de vida comparado com a comunidade Amish nos Estados Unidos.

Mas os salafistas não são Amish. Estes conselheiros de Obama subestimam e desfazem dos objetivos deste grupo: imposição da sharia com a consequente repressão às mulheres e gays, ódio e discriminação aos não-muçulmanos, execução sumária de muçulmanos que se convertem a outras religiões, e jihad para a expansão do islamismo radical num califado mundial. Mas acima de tudo, o uso do terrorismo como forma legítima de alcançarem estas metas.

Com os resultados das eleições nas próximas semanas, seria muito ingênuo subestimar a capacidade dos salafistas. A vitória dos radicais islâmicos é agora uma realidade no Egito. É... A democracia pode ser muito amarga às vezes.

Sunday, November 27, 2011

A Primavera Que Não Durou - 27/11/2011

Depois de 9 meses do estouro da primavera árabe, ela está se parecendo mais como o prelúdio de um longo inverno. E a temperatura está baixando com a ajuda dos Estados Unidos.

Ontem mais ataques suicidas no Iraque mostraram que, contrariamente ao que foi decidido por Barak Obama, não é hora de retirarem as tropas americanas do Iraque ou os mais de 6 mil americanos que morreram, terão dado sua vida em vão.

Com a saída das tropas, a violência sectária irá seguramente voltar com toda força. O primeiro ministro Nuri al-Maliki, que é pró-iraniano, está purgando o exército, as forças de segurança e os serviços públicos de qualquer simpatizante do ocidente. Com os americanos literalmente fechando os olhos para o problema, Maliki e seus aliados shiitas simplesmente mandaram aos sunitas a mensagem de que não haverá lugar para eles num novo governo.

Isto quer dizer que com a retirada das forças americanas do Iraque no mês que vem, o país será entregue nas mãos do seu maior inimigo: o Irã. ETeherã já está comemorando esta saída como uma imensa vitória estratégica do mesmo modo que a Hezbollah o fez com a saída precipitada de Israel do sul do Líbano.

O próprio exército americano reconhece que os insurgentes são bem treinados, armados e patrocinados pela Síria e o Irã. Mas os Estados Unidos nunca agiram contra qualquer um destes países para diminuir sua influência ou faze-los pagar por suas ações. E a incapacidade de Obama de avaliar a situação não parou por aí.

No Egito um segundo round de protestos para tirar os militares está em curso. Mais de 40 pessoas morreram nos últimos dias. Quando os primeiros protestos começaram em fevereiro deste ano, os Estados Unidos decidiram expulsar o presidente Hosni Mubarak, o mais forte aliado americano entre os líderes árabes. Com a saída de Mubarak, a Junta militar tomou o poder para controlar o caos e o radicalismo islâmico.

Durante todo o longo governo de Mubarak, a maior força de oposição no Egito foi a Irmandade Muçulmana. A histeria populista criada pela saída de Mubarak fez da Irmandade a maior força política no país. Se eleições ocorrerem na semana que vem como está planejado, e se os resultados forem honrados, dentro de um ano o Egito será governado por um governo islâmico radical. O exército, as elites e ex-membros do governo não estão nada interessados neste resultado e nas últimas semanas tomaram vários passos para postergar as eleições presidenciais provocando a nova onda de protestos e mortes.

E os Estados Unidos agora não sabem o que fazer. Os conselheiros esquerdistas de Obama que pregaram a saída de Mubarak em nome da democracia estão hoje exigindo a saída da junta militar sem pensar quem ficará para manter a ordem no país.

Enquanto isto, Israel assiste nervosamente os acontecimentos. Na terça-feira o Gabinete de segurança interna discutiu a situação no Egito, Siria e Irã por 8 horas. O Chefe do Estado maior do Exército, Benny Gantz apresentou um cenário envolvendo o cancelamento do acordo de paz entre o Egito e Israel.
Com o Egito se direcionando para o radicalismo islâmico, é bem provável que sofra uma recessão econômica grave com a falta de turistas e compradores para seus produtos. Um meio fácil para o novo governo lidar com o descontentamento, será a adoção de uma política externa fortemente populista  que inclua  um cancelamento do acordo de paz que foi fundamental para a segurança de Israel nos últimos 30 anos.
Do Iraque ao Egito, da Líbia à Siria, erros desta administração limitam e diminuem a capacidade dos Estados Unidos de resguardarem seus interesses na região. A América está sendo obrigada a fazer escolhas cada vez mais difíceis. Na Líbia, depois de ajudarem militarmente a queda de Khadafi, os Estados Unidos estão tendo que lidar com um regime ainda mais radical, islâmico, que já está transferindo armas para grupos terroristas e proliferando armas não convencionais. Como fica o apoio americano aos insurgentes se ao final, a administração do presidente Obama reconhecer a natureza hostil deste novo regime?

Na Tunísia, depois de sua revolução, o partido islâmico venceu. O mesmo aconteceu ontem no Marrocos. No Yemen a luta não envolve só Shiitas e Sunitas mas também a Al-Qaeda. Depois de 33 anos no poder e 10 meses de protestos, o presidente Ali Abdullah Saleh assinou neste final de semana um acordo com a oposição marcando eleições para fevereiro.

E aí temos a Síria. Não só os Estados Unidos não tomaram qualquer atitude contra o presidente Bashar Assad pelo seu apoio aos insurgentes no Iraque, a América também falhou em cultivar qualquer relacionamento com a oposição do país. Hoje a queda de Assad é só uma questão de tempo e os Estados Unidos se vêem perante uma oposição apoiada pela Irmandade Muçulmana turca. As forças liberais pro-América na Síria, como os Curdos, viram a porta da oposição se fechar em seu nariz e vão continuar de lado na era pós-Assad.

Hoje no Egito, depois de abraçar a “democracia” e chutar seu aliado Mubarak, os Estados Unidos podem escolher ficar do lado da junta militar para quem manda mais de um bilhão de dólares anuais ou pode ficar do lado dos radicais islâmicos que objetivam a destruição de Israel com o apoio do povo egípcio.

Como viemos parar aqui? Como é possível que hajam tão poucas opções no mundo árabe depois de todo o dinheiro e vidas investidos na região para promover o desenvolvimento e a democracia?

Depois de 11 de setembro, a esquerda nos Estados Unidos se levantou em peso para negar que o islamismo radical havia declarado a guerra ao ocidente. Em vez disso, sairam apregoando que eram as políticas americanas que haviam causado a hostilidade dos árabes e portanto era preciso apaziguá-los. Na época, Bush estava ocupado em derrotar os terroristas escondidos no Afganistão e no Iraque e não se preocupou em defender suas posições ao público americano.

Isto pavimentou o caminho para  a eleição de Barack Obama que em vez de defender os interesses do ocidente, continuou a guerra com outro objetivo: o de transformar um mundo árabe permeado de uma oposição religiosa extremista para um no qual os extremistas serão eleitos democraticamente.

Desde que Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos, promoveu sua ideologia de esquerda até os limites, retirando tropas e apaziguando seus piores inimigos. Obama apoiou a Irmandade Muçulmana no Egito e fechou os olhos para quem estava apoiando na Líbia. Apaziguou os governos do Irã e da Síria e apoia o governo islâmico da Turquia. E acima de tudo, é hostil a Israel.

Com a chegada do próximo dia 31 de dezembro e a retirada total das tropas americanas do Iraque, o ocidente irá rapidamente sentir a enorme irresponsabilidade das políticas de Washington no Oriente Médio.

Todos nós sabemos que há um preço a pagar quando chamamos um inimigo de inimigo. Mas se há uma lição a ser aprendida na história é que o preço é sempre maior quando não o fazemos.

Tuesday, November 22, 2011

A Lógica Invertida do Mundo - 20/11/2011

Falando sobre a Guerra dos Seis Dias, o legendário embaixador de Israel Abba Eban, disse que esta seria “a primeira guerra na história em que no seu dia seguinte os vencedores iriam suplicar pela paz e os vencidos iriam exigir a rendição incondicional.”
Esta análise de Abba Eban resume a irracionalidade evidente e a lógica invertida do que se tornou o consenso político sobre o conflito árabe-israelense.
O abandono de qualquer critério coerente e razoável não se limita à atitude dos árabes em relação à Israel mas infelizmente, se  tornou uma caracteristica dos políticos israelenses também.
Vejam só a situação que nos encontramos hoje, que não tem qualquer explicação racional e pior, que não evoca qualquer reação dos eleitores israelenses. O Likud, partido no governo, está implorando aos palestinos para voltarem à mesa de negociação com base no princípio de dois estados. Este mesmo princípio que o Likud sempre rejeitou como sentença de morte ao estado judeu.
Esta situação louca não se deu porque o Likud destruiu este pilar do partido, mas porque o povo de Israel o elegeu exatamente por causa dele. A aceitação de dois estados - como pregam os acordos de Oslo – não foi um sucesso. Muitissimo pelo contrário. Todas as tentativas de implementar este princípio só concretizaram os perigos invocados por seus adversários e não trouxeram nenhum dos benefícios prometidos pelos seus defensores. Só trouxe morte e destruição para os judeus e árabes.
Fica impossível entender então porque aqueles que foram provados corretos ao rejeitarem qualquer concessão territorial e apaziguamento político hoje decidiram abraçar a própria política que repudiavam. Esta situação de inexplicável absurdo reflete a citação de Abba Eban. No confronto político-ideológico, em vez dos anti-Oslo afugentarem os pro-Oslo, hoje estão se rendendo à eles.
Esta conduta fraca por parte da “direita” política de Israel é uma capitulação intelectual inaceitável e irresponsável. A verdade é que toda doutrina da esquerda que foi aplicada ao conflito entre Israel e os palestinos foi provada errada. Todo conceito e até mesmo todas as personalidades políticas relevantes produziram nada além de desastre e desapontamento.
De fato, esta loucura da esquerda israelense e seu rídiculo filhote, o “processo de paz de Oslo”, deveriam causar apenas rejeição do público. Qualquer tentativa de reanima-lo deveria apenas levantar a desconfiança dos eleitores. Mas tristemente, não é isso o que se passou. Apesar da esquerda não ter como justificar suas alegações de superioridade intelectual e moral, a direita nunca se decidiu a disputa-las. 
Foi errado da esquerda aceitar Yasser Arafat como parceiro da paz e assinar com ele este acordo. Ou de colocar todas as esperanças em Mahmoud Abbas. Ou de acreditar que um acordo sairia se Israel só lidasse com a Fatah e não o Hamas – o recente acordo de união prova isso errado. Foi errado da esquerda ter colocado Salam Fayyad como o pivô de um acordo durável – ele foi expulso pelo Hamas. E foi imprudente ter um acordo com uma pessoa específica da liderança palestina que pode ser facilmente removido – pelo voto ou por uma bala. Foi errado da esquerda extender a mão para Bashar Assad prometendo ceder os Altos do Golan usando nada menos do que os bons ofícios do governo radical islâmico da Turquia. E foi errado dizer que Israel não poderia alcançar a prosperidade econômica sem uma paz política com os palestinos. A prosperidade de hoje, em contraste com a falência mundial claramente desprova isso.
E apesar de toda esta lista de erros, falhas e mau juízo, a direita política curiosamente insiste em se submeter aos seus adversários ideológicos da esquerda.
Esta submissão ficou evidente nesta semana em matéria que impinge na habilidade do país em agir decisivamente em relação aos esforços de deslegitimação pelos palestinos.
Um projeto de lei que limita as contribuições estrangeiras a organizações sem fins lucrativos que operam vestidas de organizações pelos direitos humanos provocou uma reação negativa dos próprios ministros e de membros da knesset do Likud. Esta reação mostra o quanto a direita se sente inferior à postura moralista agressiva da esquerda.
Não há nenhum argumento que explique o comportamento da organização Betselem que disse que seu objetivo é o de impedir qualquer reação futura de Israel a ataques vindos de Gaza. 95% do seu orçamento de 2.5 milhões de dólares vem de contribuições do exterior. Ou como a Inglaterra se gaba de enviar 600 mil libras por ano para grupos árabes e de esquerda em Israel e envia somente 100 mil para promover a democracia em todo o mundo árabe. Estes são problemas que transcendem a ideologia e minam diretamente a capacidade de Israel de se defender.
Proteger os direitos da minoria é uma coisa. Promover a habilidade das minorias subverterem o processo democrático é outra bem diferente. Não há nada democrático em facilitar a imposição da visão da minoria na maioria por ações não parlamentares pagas por governos estrangeiros. E não vejo como pode ser anti-democrático para um estado soberano limitar ou pelo menos fiscalizar, as tentativas de governos estrangeiros de fortalecer elementos marginais, que não contam com qualquer apoio da população para suas idéias e que tem como objetivo subverter o governo eleito livremente pelo povo. Eu acho que não agir neste caso, seria não cumprir com seu dever. Seria perverter e não preservar a democracia.
Hoje em todo o ocidente vemos o anti-Israelismo e anti-semitismo chegar a proporções similares à Alemanha na década de 30. E isso vem de um programa sistemático financiado por grupos de esquerda e islâmicos, especialmente da Arábia Saudita para mudar a opinião e a postura do mundo. Na Europa virou taboo ensinar o Holocausto para não ferir as sensibilidades muçulmanas. Aqui na América, agressões verbais e até físicas são vistas rotineiramente por estudantes muçulmanos contra estudantes e professores judeus. E não para por aí. A Universidade Católica em Washington foi processada por não ter um lugar de culto sem cruzes para uns 40 estudantes muçulmanos porque isso é ofensivo à eles. Abbas não tem qualquer vergonha em dizer aos evangélicos esta semana que é um pecado ser pro-Israel.
Aonde isso vai parar?
Limitar este tipo de financiamento é um dever de todos os países democráticos.  A posição dos ministros do Likud é vergonhosa.
O povo de Israel colocou seu voto e confiança nestes líderes porque acreditaram que eles poderiam lidera-los neste momento de extremo perigo. Em vez disso, por sua falta de ação e contínua pressão da esquerda, Israel está hoje numa situação pior. A esquerda impôs sua ideologia e a direita se calou.
Esta situação não pode continuar. Não é preciso ser profeta para ver que há uma grande tragédia se preparando contra Israel. A não ser que sua liderança aja rapida e resolutamente, tudo o que ficará para as futuras gerações será decidir quem foi o culpado pelo cumprimento desta tragédia.