Sunday, May 1, 2011

A Escolha de Netanyahu - 1/5/2011

Em 2007, logo depois da tomada de Gaza pelo Hamas e alguns meses depois que o grupo terrorista tentou mata-lo, Mahmoud Abbas da Autoridade Palestina disse que “não haveria diálogo com estes assassinos”. Ele disse que não haveria “diálogo com as forças da escuridão”.


Mas, apesar destas e outras declarações pejorativas em relação ao Hamas através dos anos, esta semana, Abbas anunciou um acordo com o grupo. Isto não é surpresa pois Abbas não é diferente dos seus supostos inimigos tornados aliados.

Desde 2007, Abbas falhou em apresentar ao seu povo uma visão clara de um estado palestino sem extremismo religioso e violência; um estado que promova a reconciliação – não com o Hamas, mas com Israel. Em vez disso, a Autoridade Palestina, com a sua aprovação e endosso, continuou a incitar o povo palestino contra Israel especialmente em seus curriculuns escolares e sua mídia oficial. Ele continuou a glorificar e recompensar as familias de terroristas que mataram Israelenses. Apegou-se a posições de “paz”, que nenhum governo israelense poderia jamais acomodar, e escolheu não responder à oferta de Ehud Olmert.

Hoje Abbas está sendo laudado por um público que é mais do que nunca hostil à Israel ao assinar um acordo com uma organização que que tentou matá-lo, que violou este mesmo acordo no passado, que matou seu próprio povo para tomar o poder em Gaza, que usa seus cidadãos como escudos humanos, que não cessa de lançar mísseis contra a população civil de Israel, e que tem como visão para um estado palestino, mais um regime fundamentalista muçulmano espelhado no Irã. O fato do ministro do exterior do Irã Ali-Akbar Salehi ter dito que este acordo de união é uma coisa abençoada e positiva, diz tudo.

Interessante notar que como parte do acordo, Abbas concordou em despedir seu atual primeiro ministro Salam Fayad, o responsável pelo crescimento da economia na Cisjordânia e a única pessoa que tem a confiança dos países do ocidente. Além disso, eles concordaram em soltar seus prisioneiros e a formar um governo interino até as próximas eleições nas quais o Hamas já anunciou, irá concorrer para a presidência.

A resposta do Primeiro Ministro de Israel, Bibi Netanyahu foi de dizer que este acordo de união é inaceitável e que Abbas e os palestinos precisam escolher entre fazer a paz com Israel ou a união com o Hamas. Realmente, esta resposta seria hilária se não fosse tão trágica.

Hilária porque Abbas já escolheu em que companhia ele prefere ficar há muito tempo. A Autoridade Palestina escolheu o Hamas em 2000 quando recusou a oferta da Ehud Barak e participou na maior campanha de terrorismo da história de Israel, a segunda Intifada. A Autoridade de novo escolheu em 2005 quando respondeu à evacuação de judeus de Gaza com o lançamento de mísseis e morteiros diários contra Israel. De novo os palestinos escolheram em 2006 quando elegeram o Hamas com a plataforma de resistência e de nunca fazer a paz com Israel. Eles escolheram em 2007 quando assinaram o governo de união com o Hamas. Outra vez em 2008 quando Abbas recusou a oferta sem precedentes de Ehud Olmert de um estado e de paz. Mais uma vez escolheram o Hamas em 2010 quando a Autoridade Palestina se recusou em negociar com Netanyahu apesar do congelamento de construções de judeus na Judéia e Samária. Agora os palestinos mais uma vez escolheram e assinaram este acordo com o Hamas.

É uma piada. Como disseram alguns jornalistas israelenses, a declaração de Netanyahu é equivalente à um homem que diz à sua mulher que ela precisa escolher entre ele e seu amante, quando ela já saiu de casa, se mudou com o amante e já teve 5 filhos com ele.

Mas mais que uma piada, é uma tragédia nacional para Israel. É uma tragédia que depois de mais de uma década da Autoridade Palestina ter escolhido a guerra e não a paz com Israel, que os líderes do estado judeu ainda são incapazes de aceitar a realidade e de simplesmente sairem deste círculo de mentiras. É uma tragédia que os líderes de Israel não tenham a coragem de dizer que este jogo chamado de “processo de paz” é na realidade um processo de guerra sério, que objetiva a destruição do país e tudo o que Israel tem feito até agora é participar deste jogo.

Porque Abbas decidiu assinar este acordo com o Hamas? Por causa do que ele está planejando para Setembro. Como já disse, na abertura da próxima Assembléia Geral das Nações Unidas, os palestinos vão pedir o reconhecimento da Palestina dentro das linhas de armistício de 1948. E para tanto, eles precisam mostrar para a comunidade internacional que estão unidos e que é possível um estado que incorpore a Cisjordânia e Gaza.

Para alcançar este objetivo, os palestinos têm enfatizado 5 mitos sobre a união para a mídia:

1. Que o Hamas é pragmático sobre a paz. O Hamas ainda quer destruir Israel. Sempre desafiou os pedidos de renúncia da violência, de reconhecer o direito de Israel de existir e honrar acordos passados. O Hamas nunca mudou sua constituição. Hoje mesmo, o Ismail Hanyah, seu líder, pediu para a OLP anular seu reconhecimento de Israel e de seu direito de existir. Ele continuou dizendo que a “presença de Israel em nossa terra é ilegítima e nós não podemos reconhecê-la”.

2. Ao governar Gaza o Hamas se moderou. Muito pelo contrário. O Hamas se sente mais forte que nunca, está impondo a lei islâmica, contrabandeando armas sofisticadas e apoiando a irmandade muçulmana no Egito que já anunciou a abertura de sua fronteira com Gaza causando tremenda preocupação em Jerusalem. Nenhum gesto de boa vontade foi feito sobre Gilad Shalit.

3. A união palestina pavimenta o caminho para o reconhecimento do estado palestino nas Nações Unidas. Vamos ver quanto tempo esta “união” irá durar. Provavelmente veremos os desacordos se ampliarem depois de setembro. Cada um tem sua agenda. Abbas perdeu seu grande patrocinador Hosni Mubarak no Egito e o Hamas está prestes a perder o seu: Bashar Assad da Síria.

4. Ao fazer o acordo, Abbas está mostrando seu grande estadismo. Salam Fayad é quem construiu as instituições palestinas e a maior fonte de credibilidade no ocidente. Jogá-lo fora agora é estupidez, não estadismo.

5. Israel deve provar sua vontade de fazer a paz e negociar com um governo palestino unido. Como é que se pode negociar com alguém que quer destrui-lo?

Se realmente houver uma declaração de criação da Palestina em setembro pelas Nações Unidas, isto irá cancelar todos os acordos assinados com Israel, inclusive o de Oslo que diz que as fronteiras finais seriam negociadas entre as partes e que ações unilaterais constituiriam uma violação dos acordos. A Autoridade Palestina não mais existirá e a cooperação cessará.

Por causa disto, idéias sobre anexação de partes da Judéia e Samária por Israel, que até recentemente eram consideradas extremas, estão ganhando ímpeto na Knesset. O Ministro Uzi Landau levantou a idéia na convenção do partido Israel Beitenu duas semanas atrás e outros membros do parlamento expressaram apoio. Uma declaração de estado pelos palestinos irá liberar os israelenses de todas as obrigações diplomáticas, economicas e segurança” disse o membro do Likud Danny Danon.

Esta anexação incluiria as áreas C, que inclui todos os assentamentos da Judéia e Samária e todas as áreas inabitadas. Esta idéia não é nova. Os predecessores de Netanyahu tiveram esta coragem. Levi Eshkol anexou Jerusalem e Menachem Begin anexou os Altos do Golan.

Chegou a hora dos israelenses acordarem e chamarem a espada de espada. Os únicos que são contra são estes radicais de esquerda, da chamada inteligentsia que não querem perder suas estadias em Berkeley ou suas candidaturas a prêmios quaisquer. Seu argumento é que se Israel fizer a anexação, será boicotado em todas as áreas pelo mundo. Isto é mentira. O mundo precisa e continuará a adquirir tecnologia e os avanços isrelenses. Francamente, já passou da hora dos líderes de Israel pararem com esta palhaçada.

Abbas fez sua escolha. Chegou a hora de Netanyahu fazer a dele.

***

Agora um pequeno aparte. Hoje à noite e amanhã comemoramos o Yom Hashoah, o dia do Holocausto. Sobre o que aconteceu aos judeus, muitos usam a palavra descritiva “dizimados”. A origem desta palavra, vem de uma forma de punição e disciplina militar usada pelo exército romano que matava um de cada dez soldados que se amotinavam ou que se acovardavam frente a batalha. Temos que lembrar que o povo judeu não foi dizimado. Ele foi terciado. Um de cada 3 foi morto por Hitler. Isso foi dito por Menachem Begin ao presidente Carter em uma de suas muitas reuniões para lembrá-lo que o que aconteceu com os judeus. Então ouvintes, amanhã lembraremos que os judeus foram terciados e isso não poderá jamais se repetir na história.

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