Sunday, October 30, 2011

Tentativa de Terrorismo em Washington pelo Irã - 30/10/11

Há duas semanas atrás, o Departamento de Justiça Americano revelou um plano do Irã para assassinar o embaixador saudita e bombardear as embaixadas sauditas e israelenses em Washington.


Um iraniano com dupla nacionalidade americana, Mansoor Arbabsiar, primo de um oficial senior da Guarda Revolucionária iraniana foi preso ao pagar 100 mil dólares a um agente americano que ele acreditava ser membro de um cartel de drogas mexicano para levar à cabo o plano.

O Irã declarou a guerra aos Estados Unidos efetivamente em 1979 e desde então tem usado terroristas no Líbano, Afganistão, Iraque, Arábia Saudita, e outros lugares para matar americanos. O Irã está também estabelecendo bases na América Latina, como na Venezuela e Cuba, para atingir os interesses americanos e dos seus aliados. E agora, o Irã foi pego recrutando agentes para executar atos terroristas na própria capital dos Estados Unidos.

Depois do anúncio do Departamento de Estado, a administração Obama disse que pretende “isolar” o Irã da comunidade internacional. E isso quer dizer exatamente o quê? Na prática quer dizer que Obama não ter qualquer intenção de remover ou diminuir a ameaça que o Irã pousa aos Estados Unidos ou de retaliar de qualquer forma por esta grave violação.

Há três razões para Obama ter tomado esta decisão. Primeiro, ao colocar o ônus de punir o Irã na nebulosa “comunidade internacional”, Obama põe os Estados Unidos baixo à sua liderança. Já sabemos que um dos objetivos primordiais de Obama antes de deixar a Casa Branca é de tirar a liderança do mundo livre da mão dos Estados Unidos.

No caso do Irã, a “comunidade internacional” quer dizer a Russia e a China. Estes dois regimes, que detêm o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, estão firmes do lado do Irã. A Rússia tem contratos milionários para a construção das famigeradas usinas nucleares e a China depende do petróleo e gás exportados pelos ayatolás. Os dois bloquearam todas as sanções mais sérias contra o Irã e a conclusão é que eles nunca autorizarão as Nações Unidas a qualquer uso de força contra as instalações nucleares do Irã.

A segunda razão é que Obama não consegue que seus conselheiros concordem em uma estratégia. Alguns gostariam de endurecer as sanções como por exemplo, barrar transações financeiras com o Banco Central do Irã ou quaisquer contratos com a companhia iraniana de petróleo, controlada pela Guarda Revolucionária. Já outros acham que se os Estados Unidos bloquearem a única avenida de compra de gas e petróleo do Irã, seus preços de mercado poderão subir astronomicamente, afetando de modo negativo a própria economia americana que já não anda bem das pernas.

Depois que o descobrimento do plano iraniano foi noticiado, Obama disse que a “opção militar” estava na mesa. Mas nada além disso. Ele não especificou qual seria o objetivo desta opção militar, se bombardear as usinas nucleares, ajudar à oposição do país ou outra coisa.

E isto chega a ser uma declaração desonesta desta administração. É muito improvável que os Estados Unidos estejam planejando qualquer ação militar. Logo após a prisão de Arbabsiar, Obama anunciou que o exército Americano irá sair do totalmente Iraque em Janeiro. Obama insistiu também na retirada de um grande contingente de tropas americanas do Afganistão apesar de haver uma clara reinsurgência dos Talibãs. Hoje mesmo um suicida matou 12 americanos em Kabul. Fica muito difícil imaginar Obama aprovar uma ação militar para ajudar a oposição e mudar o regime do Irã, depois dele ter ficado do lado dos mullas quando roubaram a eleição em favor de Ahmadinejad em 2009 e massacrado milhares de manifestantes.

E aí temos o problema nuclear. Já que a Russia e a China apoiam o Irã no Conselho de Segurança da ONU e qualquer ataque sancionado está fora de cogitação, fica óbvio que Obama não irá aprovar qualquer ação militar contra o programa nuclear do Irã. Não podemos esquecer que esta administração acredita precisar de permissão do mundo para uma ação militar.

A política de apaziguamento pró-ayatollas de Obama quer tratar o problema de um Irã nuclear do mesmo modo que os Estados Unidos lidaram com a União Soviética durante a Guerra Fria: apenas com contenção. Hoje há uma aceitação dentro do governo americano que o Irã terá armas nucleares e não há qualquer vontade em impedir este fato.

Assim, os Estados Unidos querem convencer o mundo, inclusive Israel, que a melhor política é conter o Irã. Na prática isto quer dizer colocar qualquer alternativa militar de lado e trabalhar diplomaticamente para conseguir a aplicação de sanções.

Numa entrevista ao Der Spiegel da Alemanha, Olli Heinonen, o vice-diretor anterior da Agência Nuclear de Energia Atômica, disse que em 2 anos, o Irã terá plutônio suficiente para produzir uma ou duas bombas atômicas. Um ano depois disso, terá enriquecido urânio suficiente para produzir bombas nucleares a vontade. E aí teremos que ver aonde ficará a vontade Americana de continuar com esta política de contenção.

O problema com a falta de uma resposta ao programa nuclear do Irã e ao seu plano de assassinato em Washington é que o regime dos ayatollahs não tem nada a ver com a União Soviética. Este regime que teve como primeiro ato de diplomacia o assalto à embaixada americana, mantendo 52 de seus empregados reféns por mais de um ano, não é o equivalente estratégico ao que era o Kremlin. Um regime que não tem qualquer problema moral em mandar 100 mil crianças para a morte para limpar os campos minados, e que acredita ser sua missão trazer o final dos tempos e o apocalipse ao mundo não é um regime que pode ser contido com uma assegurada destruição mútua, como a União Soviética.

A Guerra que o Irã continua a travar contra os Estados Unidos é uma guerra aonde somente o Irã está lutando. E se a coisa não mudar rapidamente, o Irã será o único a vencê-la.

Sunday, October 23, 2011

Como NÃO Conduzir uma Entrevista - 23/10/2011

Gilad Shalit está finalmente em casa. Depois de passar 5 anos e 4 meses num calabouço subterrâneo, sem a luz do sol, sem espaço para se movimentar e sem contato com pessoas, podemos dizer, pelo que vimos, que ele saiu mais ou menos ileso, pelo menos fisicamente. A grave falta de vitamina D, as pernas um pouco atrofiadas, isto são coisas que medicação e fisioterapia irão curar. Mas a tortura mental, que deveria ter terminado quando ele saiu das mãos do Hamas e levado ao Egito, foi prolongada um pouco mais.

É com grande relutância que uso este espaço para criticar uma colega jornalista, mas não faze-lo nestas circumstâncias seria consentir com o que se passou.

Assim que pisou no solo egípcio, Shalit foi arrastado para a sua primeira entrevista no que deverá entrar nos anais da história como a pior jamais feita. Ela deverá servir de exemplo a estudantes de jornalismo como NÃO conduzir uma entrevista. Oficiais do governo de Israel a descreveram como uma exploração do jovem que estava em estado extremamente frágil. Eu adiciono que a entrevista foi de amador, propagandista, oportunista e vamos dizer claramente: cruel.

A palhaçada de terça-feira – transmitida ao vivo pela TV Nilo – foi conduzida por Shahira Amin, uma jornalista egípcia conhecida, que em fevereiro se demitiu do canal pela cobertura parcial dos protestos que causaram a queda de Mubarak. Que Amin, agora pareça estar dançando a música do governo, é um mau presságio para as esperanças do “novo Egito” seja lá o que isto for, que dizia querer trazer uma nova era de liberdade de imprensa neste mundo árabe pós-ditatorial.

A mera noção de que Schalit tivesse concordado em dar uma entrevista à TV Nilo, por livre e espontânea vontade, é absurda. Força-lo a faze-lo, imediatamente após sua soltura de Gaza, antes mesmo dele poder ver um médico, ou um representante de Israel ou algum membro de sua família – é uma violação grave dos princípios éticos e jornalisticos mais básicos.

Colocando isto de lado, várias perguntas feitas por Amin foram de estúpidas a sádicas. Por exemplo, ela perguntou “durante todo o seu período em cativeiro, você fez apenas um vídeo para dizer à sua familia e ao mundo que estava vivo – porque apenas uma vez? Porque não aconteceu de novo?” Como se fosse Schalit quem decidia quando e como o vídeo seria feito.

Mas em vez de mandar a repórter fazer a pergunta ao Hamas, Schalit teve que ouvir um argumento que se seguiu entre a entrevistadora e o tradutor do Hamas que a acusou de fazer a mesma pergunta duas vezes. Óbvio que o tradutor não queria que acusações contra o Hamas de violar os direitos de prisioneiros, acesso à Cruz Vermelha, comunicação com a familia, que foram todos negados à Schalit, viessem à tona.

Os dois discutindo ao vivo na televisão foi um dos momentos mais lamentáveis da entrevista. Enquanto Shalit parecia não estar se sentindo bem Amin foi para cima e disse “e é por isso que estou fazendo a pergunta mais uma vez” – como se isto fosse ter um efeito terapêutico no pobre soldado. A questão em si é absurda, equivalente a perguntar a um sequestrado porque ele ou ela não escaparam antes.

A pergunta seguinte de Amin foi um pouquinho melhor: “foi o conselho de segurança nacional do Egito quem mediou a sua soltura. Houveram tentativas de mediação anteriores, incluindo uma dos alemães. Por que você acha que desta vez a mediação foi bem sucedida e o que você gostaria de dizer às autoridades egípcias?”

A repórter estava sentada ao lado de uma bandeira egípcia. Durante os 12 minutos de sabatina, Schalit estava ofegante, com o olhar abatido, às vezes olhando para o lado procurando uma saída e sua voz ansiosa. Mas mesmo assim, Schalit conseguiu dizer que pensava que os egípcios foram bem sucedidos porque mantêm boas relações tanto com o Hamas quanto com Israel.

Ele poderia ter dito: “Não me use como garoto de propaganda do governo egípcio. Eu não tenho a minima idéia do que se passou. Eu estava num calabouço nos últimos 5 anos”!

Amin continuou perguntando quais as “lições” que Shalit aprendeu no cativeiro. Depois de pedir para ela repetir a questão, ele disse que acreditava que um acordo poderia ter sido alcançado antes. No entando, o tradutor do Hamas disse que Gilad Schalit louvava as partes por terem conseguido este acordo tão rápido. A tradução errada foi repetida pelo próprio intérprete da BBC que não estava prestando atenção no hebraico de Schalit mas no árabe do tradutor.

Aí veio a bomba. Amin perguntou a Schalit agora que ele sabe como é ficar em catividade, se ele iria fazer uma campanha para soltar os 4 mil palestinos ainda em prisões israelenses.

Óbvio que esta jornalista imbecil não entrou no mérito do cativeiro de Schalit ter sido um universo aparte dos palestinos que foram presos e julgados por atos terroristas que custaram a vida de milhares de israelenses, e ainda assim, recebem visitas de suas familias, têm acesso à seus advogados, médicos, páteos para tomarem sol e a presença constante da Cruz Vermelha e um sem-número de ONGs procurando qualquer falha de Israel para incrimina-la, tudo que foi negado à Schalit, sequestrado pelo crime de ser um soldado judeu.

A resposta de Schalit depois de alguns pesados segundos de silêncio foi superior. Ele disse que ficaria muito feliz se eles fossem soltos e adicionou “desde que não retornassem a lutar contra Israel”.

Mais uma vez, o intérprete não traduziu a segunda parte da resposta e mais uma vez a omissão foi repetida pelo intérprete da BBC, apesar dele estar aparentemente traduzindo simultaneamente do hebraico.

O intérprete da BBC adicionou às palavras de Schalit que “ele ficaria muito feliz de ver os prisioneiros livres para retornarem às suas familias e a seu território. E que lhe daria muita felicidade se isto ocorresse”. Isto não é de se espantar. Hoje mesmo no site da BBC tem um artigo dizendo que os prisioneiros palestinos soltos são heróis.

Até mesmo a mídia israelense que cobriu cada passo da libertação de Schalit de modo estóico, colocando totalmente de lado os sentimentos das familias dos mortos que viram a justiça escapar diante de seus olhos, descreveram a entrevista como bizarra, chegando ao ponto de abusiva.

Mas de todos, a melhor descrição veio de um estudante egípcio baseado na Australia que colocou em seu twitter: "depois de 5 anos em cativeiro, Schalit foi obrigado à uma última tortura: uma entrevista com a televisão pública egípcia”.

Todos nós rezamos para o retorno de Schalit para sua casa, seus familiares e amigos. Agora que ele retornou, temos que continuar nossas preces para que ele se restabeleça emocionalmente desta experiência penosa e que haja algum consolo para as familias que perderam seus entes queridos nas mãos dos que foram soltos. Até que tenhamos que rezar pelos próximos alvos daqueles ex-prisioneiros que retornarem ao terrorismo.

Sunday, October 16, 2011

Não é Questão de Preço - 16/10/2011

O que geralmente vemos nos nossos dias, são pais orgulhosos das realizações e feitos de seus filhos. Mas se alguma vez houve ocasião em que um Filho tivesse que ficar imensamente orgulhoso dos pais, esta ocasião acontecerá esta semana. E Gilad Schalit será este filho.


Após voltar e se inteirar do que ocorreu nestes últimos 5 anos e quatro meses ele saberá que nunca houve na história uma familia tão persistente, que lutou com tanta tenacidade para ter seu filho de volta como a dele. E isto, sem nunca esquecer dos outros 6 desaparecidos: Ron Arad, Zecharya Baumel, Zvi Feldman, Yehudah Katz, Guy Hever e Majdy Halabi.

Desta vez foi diferente. Muitos perguntaram o que eu achava do preço que Israel iria pagar pela vida de Gilad Schalit. Minha primeira reação foi que esta troca não era uma questão de preço.

Por cinco longos anos, cada dia, cada hora, estes pais devotaram todas as suas energias para a soltura de Gilad, viajando o mundo, implorando a líderes de países, indo para as Nações Unidas e até aturar o ombro gelado de Jimmy Carter quando pediram à ele falar com o Hamas.

E depois de meses de frustrações e decepções, eles prometeram que não deixariam a tenda que eles e centenas de voluntários eregeram na frente da residência do primeiro ministro de Israel até que Gilad retornasse para a casa. Devagar, este acampamento começou a atrair ônibus de escolares, sinagogas ofereciam preces do sábado no local e muitos organizavam refeições com longas mesas para que a familia Schalit não estivesse só.

Ninguém pode negar o sofrimento desta familia por todos estes anos. Não houve uma só casa em Israel ou um só lar judaico no mundo que não simpatizasse com sua causa e sofrimento. Como judeus, nosso conceito de responsabilidade mútua é algo impregnado em nossa consciência. O sofrimento da familia Shalit é o nosso sofrimento coletivo.

E ainda assim, a liberdade tem um preço. A causa da liberdade para o povo judeu como um todo exige um sacrifício maior de algumas familias. Desde os acordos de Oslo em 1993, quase 2 mil israelenses perderam suas vidas, pagando o ultimo preço pela liberdade do povo judeu.

Como David Hatuel que teve sua mulher Tali grávida de 8 meses com seu primeiro filho homem e suas 4 filhas Hila, de 11 anos, Hadar de 9, Roni de 7 e Merav de 2 anos, todas baleadas à queima-roupa em 2004. Ou Deborah Applebaum que em vez de dançar no casamento de sua filha Nava, teve que enterrar seus pedaços junto com os de seu marido David, mortos por um homem-bomba num Caffe em 2003.

E porque não falar de Shvuel Schijveschuurder, que teve que crescer sem os pais e três irmãos mais novos, mortos no famoso ataque por homem bomba da pizzaria Sbarro em 2001. Hoje ele está sendo acusado de jogar tinta no Memorial de Itzhak Rabin. Os planejadores e a mulher palestina que dirigiu o carro que levou o suicida até o local estão na lista para serem soltos contra Gilad Shalit apesar de terem recebido várias penas de prisão perpétua.

Estas vidas foram roubadas pelo terrorismo árabe simplesmente porque eram judeus vivendo em Israel. E em muitos dos casos, estes assassinos se beneficiaram de um modo ou de outro de trocas como esta por Gilad Shalit. A motorista que levou o terrorista até a pizzaria, quando foi presa, disse que não estava preocupada pois sabia que iria sair mais cedo ou mais tarde, seja por uma troca ou pela violência de ataques que estavam por vir.

Outros que irão ser soltos são os planejadores dos ataques ao Cafe Moment que matou 12, os do massacre da Pascoa ao Park Hotel em Netanya que matou 30 e muitos outros, todos cumprindo várias prisões perpétuas por terem planejado e mandado terroristas se explodirem em restaurantes, ônibus, hotéis e universidades. Estes são assassinos em série que em muitas outras democracias, como aqui na América, teriam recebido a pena de morte há muito tempo.

Não há como negar que este acordo com o Hamas foi escrito com o sangue das vítimas passadas e provavelmente das futuras. Não é preciso ser profeta para afirmar que a soltura de 1.027 terroristas levará a mais ataques e mais israelenses mortos.

E o que aconteceu agora para este acordo sair? A única coisa que mudou foi o levante do povo sírio contra seu líder, Bashar Assad, protetor do Hamas. De fato, a liderança deste grupo terrorista está vendo maneiras de sair da Síria e se mudar para o Egito que hoje está abertamente massacrando cristãos e apoiando a irmandade muçulmana.

De acordo com uma reportagem do Canal 2 de Israel, além da liberdade para estes mil prisioneiros, Israel teria garantido a passagem dos líderes do Hamas da Síria para o Egito. Se isto for verdade, este acordo poderá ter consequencias muito mais sérias para Israel do que o pensado.

Assim, é injusto castigar os que votaram e são contra este acordo. Há uma lógica que não pode ser negada. São mil por um. A desproporção do número de terroristas e a gravidade de seus atos, leva a sentir uma fraqueza por parte de Israel. A impunidade que vem com esta comutação de pena para a liberdade, manda uma mensagem de encorajamento à estes terroristas para continuar matando inocentes e sequestrarem mais soldados. Soltar apenas um terrorista destes teria sido um preço alto demais.

Mas apesar disto há um consenso nacional em Israel para conseguir a volta de Schalit. E este consenso não tem nada a ver com o preço. Os Israelenses lidam com ameaças todos os dias. Há tentativas de ataques constantemente que são evitadas seja por atos da inteligência ou por meros cidadãos alertas. Estes que foram soltos e deportados a outros países vizinhos estarão nos radares de todos os serviços de inteligência do mundo e os que ficarão terão que olhar por cima do ombro toda a vez que saírem de casa.

O líder do Hamas Ismail Hanyeh já prometeu nesta sexta-feira que Schalit não será o último soldado a ser sequestrado e que se hoje ele tem os prisioneiros, amanhã será a mesquita de Al-Aksa que fica no monte do Templo em Jerusalem. Mas ouvimos isto dele todos os dias.

O Hamas já tentou sequestrar outros soldados israelenses depois de Gilad Schalit. E a fronteira com o Egito hoje está mais porosa do que nunca.

O que tem de único sobre Israel, que a diferencía de qualquer outro país na terra, é que ela nunca deixa um soldado ferido para trás e seus filhos e filhas sabem que mesmo se eles forem jogados no mais escuro dos calabouços, no fundo da terra, seja aonde for – nenhum esforço será poupado para conseguir traze-los de volta. E para isto, nenhum preço é alto demais.

Israel ficou até o fim do lado dos Schalits porque é isto que os pais e as mães, os soldados e os jovens que estão para começar seu serviço militar precisam ouvir. Que estamos do seu lado para o que der e vier. Isto também manda uma tremenda mensagem de força e união nacional.

Israel é o país no qual os generais dizem famosamente: sigam-me. Se alguém tiver que ser alvejado, o general não deixará a bala ferir um de seus meninos.

Se Schalit tivesse sido abandonado, mais do que uma vida humana teria sido jogada fora. Também teria desaparecido a fé dos pais e a confiança dos soldados em seu próprio código militar que faz deste exército a força que é.

No caso de Gilad Schalit, este acordo é uma reafirmação dos princípios da santidade da vida humana, do comprometimento do povo de Israel para com aqueles que estão defendendo seu país e suas famílias no sentido mais básico e fundamental.

Assim, apesar de tudo, não é uma questão de preço. E estaremos todos torcendo, felizes e emocionados para que nesta terça-feira a troca se passe bem, sem incidentes, e que possamos receber Gilad Schalit em nossos braços e comemorarmos um inesquecível Simchat Torah.

Sunday, October 2, 2011

O Antisemitismo Democrata-Americano - 2/10/2011

Nesta semana tivemos o supremo líder do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, declarou que qualquer acordo que aceitasse a existência de Israel deixaria um “tumor canceroso” que ameaçaria a segurança do Oriente Médio para sempre. Netanyahu respondeu que são declarações difamatórias como estas - que provam a intenção de aniquilar Israel - que dão credibilidade às necessidade de segurança e de reconhecimento de Israel como estado judeu.


Mahmoud Abbas por seu lado, de volta à Ramallah, recebeu uma recepção e tanto. Os palestinos aplaudiram seu discurso nas Nações Unidas no qual ele apagou a ligação história dos judeus com sua Terra ancestral, negou o direito de Israel de existir e prometeu estabelecer um estado palestino racista e etnicamente limpo de todos os judeus.

Alguns de seus fãs em Ramallah brandiam posters com a foto do presidente Americano Barack Obama retratado como um macaco entitulado “O Primeiro Presidente Judeu dos Estados Unidos”

O fato de palestinos tanto da Fatah como do Hamas serem racistas e anti-semitas, não deveria ser surpresa para ninguém que presta um mínimo de atenção para a mídia palestina e sua cultura em geral. Desde os Acordos de Oslo em 93, a Autoridade Palestina tem usado os meios de comunicação, escolas e mesquitas para vomitar propaganda antisemita idêntica à nazista.Sobre seu racismo, basta olhar os jornais de anos anteriores e ver como Condoleeza Rice era descrita e entender o apoio dos palestinos ao massacre dos negros em Darfur por muçulmanos.

É impressionante como num mundo que tenta ser tão politicamente correto tornando ilegais manifestações religiosas, banindo expressões em favor da familia tradicional, encorajando minorias a impor sua vontade, não condena, nem mesmo critica estes governos racistas e discriminatórios. Os negros americanos, bombardeados pela propaganda proselitista muçulmana saudita desde os anos 60, hoje simpatizam com os árabes e desconsideram o fato de que negros em países árabes sejam cidadãos de segunda classe, descritos como “escravos” pelos brancos.

Este mesmo lobby árabe também trabalhou incessantemente para minar a legitimidade dos judeus e de Israel no mundo. Uma pesquisa de opinião pública em 2008 mostrou que o ódio aos judeus é universal no mundo árabe e muçulmano. 97% do público na Jordania, Egito e Líbano expressaram ódio aos judeus e 75% da Turquia, Paquistão e Indonésia.

A visão de muçulmanos que vivem no ocidente não é muito melhor. Enquanto que 7% dos ingleses disseram ter uma visão desfavorável dos judeus, 47% dos muçulmanos ingleses admitiram o mesmo. E assim também é na França e Alemanha. Poderiam perguntar, porque isto é importante? Porque apesar dos muçulmanos serem 4.6% da população inglesa, eles foram responsáveis por 40% dos ataques anti-semitas no país.

Com este tipo de opinião que favorece um novo genocidio de judeus no mundo, poderiamos pensar que as organizações judaicas americanas estariam trabalhando mais para expor esta ameaça existencial. Mas este não é o caso.

A liderança judaico-americana se preocupa muito mais com a influência dos evangélicos no partido republicano do que com os perigos do anti-semitismo muçulmano.

No mês passado, uma pesquisa da Gallup mostrou que 80% dos judeus americanos vêem os muçulmanos americanos de modo favorável e não acreditam que eles apoiem a Al-Qaeda. Esta visão distorcida dos judeus americanos vai mais longe. Eles estimaram que somente 7% dos hispanos e 19% dos negros americanos sejam anti-semitas. A verdade é muito diversa. Mais de 50% dos Hispanos que imigraram para os Estados Unidos e afro-americanos afirmaram ter sentimentos anti-semitas.

Mas como os judeus, estes grupos étnicos votam em sua grande maioria a favor do partido democrata. Os evangélicos, por outro lado, apoiam os Republicanos. Neste mundo surreal, eleitores democratas tendem a ser muito mais anti-semitas do que os republicanos.

Esta disparidade pode se dever mesmo às escolhas políticas. O partido democrata de Barack Obama entendeu o medo que os judeus continuam a ter dos evangélicos que há mais de 40 anos tentam converte-los e está hoje numa batalha de demonização destes cristãos para manter o apoio financeiro dos judeus à sua campanha.

Quanto aos muçulmanos, o Conselho Nacional Judaico Democrata condenou um relatório do Congressista Peter King sobre a radicalização dos muçulmanos americanos dizendo que este tipo de coisa iria ferir a tolerância religiosa na América. Isto sem falar de seu apoio à construção da mesquita ao lado do World Trade Center. Em outras palavras, na opinião do Conselho Nacional Judaico Democrata, a mera investigação da radicalização dos muçulmanos Americanos poderia colocar os judeus em perigo.

Se os judeus na América estão preocupados em como irão manter sua lealdade ao Partido Democrata, então é normal eles exagerarem o perigo evangélico que é essencialmente Republicano. É razoável também para eles subestimarem o antisemitismo hispano e afro-americano e ignorar os altos níveis de antisemitismo entre os Democratas. Também faz sentido eles seguirem a linha do partido e ignorarem os perigos do antisemitismo islâmico global.

Mas nada disso, absolutamente nada, faz qualquer sentido se estes líderes da comunidade judaica tiverem sido eleitos para defender os judeus dos sentimentos antisemitas e da violência.

É possível que os judeus americanos estejam simplesmente desligados da realidade. Mas é seu dever se educar. Vimos o que aconteceu há 70 anos atrás quando os judeus deixaram de se inteirar das ameaças que a realidade trazia para os seus e seu povo. Na semana passada Mahmoud Abbas recebeu aplausos e ovações de todos os cantos por seu discurso antisemita, que negou a história dos judeus em sua terra e condenou o estado judeu por sua existência.

Nesta semana nós judeus temos que fazer uma contabilidade especial da alma, de nossas ações e nossas faltas. Melhorar nossa fé no nosso povo, nossas leis e para com Deus.

Com o continuo isolamento de Israel, e os ataques aos judeus no mundo aumentando geometricamente, meu voto é que para o ano que entra, a comunidade judaica Americana enfrente a difícil realidade e faça as escolhas corretas. Que ela tome a difícil resolução de atravessar as linhas partidárias e se coloque ao lado daqueles que nunca deixaram de apoiar Israel e combater o antisemitismo nos Estados Unidos e no resto do mundo.