Sunday, October 30, 2011

Tentativa de Terrorismo em Washington pelo Irã - 30/10/11

Há duas semanas atrás, o Departamento de Justiça Americano revelou um plano do Irã para assassinar o embaixador saudita e bombardear as embaixadas sauditas e israelenses em Washington.


Um iraniano com dupla nacionalidade americana, Mansoor Arbabsiar, primo de um oficial senior da Guarda Revolucionária iraniana foi preso ao pagar 100 mil dólares a um agente americano que ele acreditava ser membro de um cartel de drogas mexicano para levar à cabo o plano.

O Irã declarou a guerra aos Estados Unidos efetivamente em 1979 e desde então tem usado terroristas no Líbano, Afganistão, Iraque, Arábia Saudita, e outros lugares para matar americanos. O Irã está também estabelecendo bases na América Latina, como na Venezuela e Cuba, para atingir os interesses americanos e dos seus aliados. E agora, o Irã foi pego recrutando agentes para executar atos terroristas na própria capital dos Estados Unidos.

Depois do anúncio do Departamento de Estado, a administração Obama disse que pretende “isolar” o Irã da comunidade internacional. E isso quer dizer exatamente o quê? Na prática quer dizer que Obama não ter qualquer intenção de remover ou diminuir a ameaça que o Irã pousa aos Estados Unidos ou de retaliar de qualquer forma por esta grave violação.

Há três razões para Obama ter tomado esta decisão. Primeiro, ao colocar o ônus de punir o Irã na nebulosa “comunidade internacional”, Obama põe os Estados Unidos baixo à sua liderança. Já sabemos que um dos objetivos primordiais de Obama antes de deixar a Casa Branca é de tirar a liderança do mundo livre da mão dos Estados Unidos.

No caso do Irã, a “comunidade internacional” quer dizer a Russia e a China. Estes dois regimes, que detêm o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, estão firmes do lado do Irã. A Rússia tem contratos milionários para a construção das famigeradas usinas nucleares e a China depende do petróleo e gás exportados pelos ayatolás. Os dois bloquearam todas as sanções mais sérias contra o Irã e a conclusão é que eles nunca autorizarão as Nações Unidas a qualquer uso de força contra as instalações nucleares do Irã.

A segunda razão é que Obama não consegue que seus conselheiros concordem em uma estratégia. Alguns gostariam de endurecer as sanções como por exemplo, barrar transações financeiras com o Banco Central do Irã ou quaisquer contratos com a companhia iraniana de petróleo, controlada pela Guarda Revolucionária. Já outros acham que se os Estados Unidos bloquearem a única avenida de compra de gas e petróleo do Irã, seus preços de mercado poderão subir astronomicamente, afetando de modo negativo a própria economia americana que já não anda bem das pernas.

Depois que o descobrimento do plano iraniano foi noticiado, Obama disse que a “opção militar” estava na mesa. Mas nada além disso. Ele não especificou qual seria o objetivo desta opção militar, se bombardear as usinas nucleares, ajudar à oposição do país ou outra coisa.

E isto chega a ser uma declaração desonesta desta administração. É muito improvável que os Estados Unidos estejam planejando qualquer ação militar. Logo após a prisão de Arbabsiar, Obama anunciou que o exército Americano irá sair do totalmente Iraque em Janeiro. Obama insistiu também na retirada de um grande contingente de tropas americanas do Afganistão apesar de haver uma clara reinsurgência dos Talibãs. Hoje mesmo um suicida matou 12 americanos em Kabul. Fica muito difícil imaginar Obama aprovar uma ação militar para ajudar a oposição e mudar o regime do Irã, depois dele ter ficado do lado dos mullas quando roubaram a eleição em favor de Ahmadinejad em 2009 e massacrado milhares de manifestantes.

E aí temos o problema nuclear. Já que a Russia e a China apoiam o Irã no Conselho de Segurança da ONU e qualquer ataque sancionado está fora de cogitação, fica óbvio que Obama não irá aprovar qualquer ação militar contra o programa nuclear do Irã. Não podemos esquecer que esta administração acredita precisar de permissão do mundo para uma ação militar.

A política de apaziguamento pró-ayatollas de Obama quer tratar o problema de um Irã nuclear do mesmo modo que os Estados Unidos lidaram com a União Soviética durante a Guerra Fria: apenas com contenção. Hoje há uma aceitação dentro do governo americano que o Irã terá armas nucleares e não há qualquer vontade em impedir este fato.

Assim, os Estados Unidos querem convencer o mundo, inclusive Israel, que a melhor política é conter o Irã. Na prática isto quer dizer colocar qualquer alternativa militar de lado e trabalhar diplomaticamente para conseguir a aplicação de sanções.

Numa entrevista ao Der Spiegel da Alemanha, Olli Heinonen, o vice-diretor anterior da Agência Nuclear de Energia Atômica, disse que em 2 anos, o Irã terá plutônio suficiente para produzir uma ou duas bombas atômicas. Um ano depois disso, terá enriquecido urânio suficiente para produzir bombas nucleares a vontade. E aí teremos que ver aonde ficará a vontade Americana de continuar com esta política de contenção.

O problema com a falta de uma resposta ao programa nuclear do Irã e ao seu plano de assassinato em Washington é que o regime dos ayatollahs não tem nada a ver com a União Soviética. Este regime que teve como primeiro ato de diplomacia o assalto à embaixada americana, mantendo 52 de seus empregados reféns por mais de um ano, não é o equivalente estratégico ao que era o Kremlin. Um regime que não tem qualquer problema moral em mandar 100 mil crianças para a morte para limpar os campos minados, e que acredita ser sua missão trazer o final dos tempos e o apocalipse ao mundo não é um regime que pode ser contido com uma assegurada destruição mútua, como a União Soviética.

A Guerra que o Irã continua a travar contra os Estados Unidos é uma guerra aonde somente o Irã está lutando. E se a coisa não mudar rapidamente, o Irã será o único a vencê-la.

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