Tuesday, November 22, 2011

A Lógica Invertida do Mundo - 20/11/2011

Falando sobre a Guerra dos Seis Dias, o legendário embaixador de Israel Abba Eban, disse que esta seria “a primeira guerra na história em que no seu dia seguinte os vencedores iriam suplicar pela paz e os vencidos iriam exigir a rendição incondicional.”
Esta análise de Abba Eban resume a irracionalidade evidente e a lógica invertida do que se tornou o consenso político sobre o conflito árabe-israelense.
O abandono de qualquer critério coerente e razoável não se limita à atitude dos árabes em relação à Israel mas infelizmente, se  tornou uma caracteristica dos políticos israelenses também.
Vejam só a situação que nos encontramos hoje, que não tem qualquer explicação racional e pior, que não evoca qualquer reação dos eleitores israelenses. O Likud, partido no governo, está implorando aos palestinos para voltarem à mesa de negociação com base no princípio de dois estados. Este mesmo princípio que o Likud sempre rejeitou como sentença de morte ao estado judeu.
Esta situação louca não se deu porque o Likud destruiu este pilar do partido, mas porque o povo de Israel o elegeu exatamente por causa dele. A aceitação de dois estados - como pregam os acordos de Oslo – não foi um sucesso. Muitissimo pelo contrário. Todas as tentativas de implementar este princípio só concretizaram os perigos invocados por seus adversários e não trouxeram nenhum dos benefícios prometidos pelos seus defensores. Só trouxe morte e destruição para os judeus e árabes.
Fica impossível entender então porque aqueles que foram provados corretos ao rejeitarem qualquer concessão territorial e apaziguamento político hoje decidiram abraçar a própria política que repudiavam. Esta situação de inexplicável absurdo reflete a citação de Abba Eban. No confronto político-ideológico, em vez dos anti-Oslo afugentarem os pro-Oslo, hoje estão se rendendo à eles.
Esta conduta fraca por parte da “direita” política de Israel é uma capitulação intelectual inaceitável e irresponsável. A verdade é que toda doutrina da esquerda que foi aplicada ao conflito entre Israel e os palestinos foi provada errada. Todo conceito e até mesmo todas as personalidades políticas relevantes produziram nada além de desastre e desapontamento.
De fato, esta loucura da esquerda israelense e seu rídiculo filhote, o “processo de paz de Oslo”, deveriam causar apenas rejeição do público. Qualquer tentativa de reanima-lo deveria apenas levantar a desconfiança dos eleitores. Mas tristemente, não é isso o que se passou. Apesar da esquerda não ter como justificar suas alegações de superioridade intelectual e moral, a direita nunca se decidiu a disputa-las. 
Foi errado da esquerda aceitar Yasser Arafat como parceiro da paz e assinar com ele este acordo. Ou de colocar todas as esperanças em Mahmoud Abbas. Ou de acreditar que um acordo sairia se Israel só lidasse com a Fatah e não o Hamas – o recente acordo de união prova isso errado. Foi errado da esquerda ter colocado Salam Fayyad como o pivô de um acordo durável – ele foi expulso pelo Hamas. E foi imprudente ter um acordo com uma pessoa específica da liderança palestina que pode ser facilmente removido – pelo voto ou por uma bala. Foi errado da esquerda extender a mão para Bashar Assad prometendo ceder os Altos do Golan usando nada menos do que os bons ofícios do governo radical islâmico da Turquia. E foi errado dizer que Israel não poderia alcançar a prosperidade econômica sem uma paz política com os palestinos. A prosperidade de hoje, em contraste com a falência mundial claramente desprova isso.
E apesar de toda esta lista de erros, falhas e mau juízo, a direita política curiosamente insiste em se submeter aos seus adversários ideológicos da esquerda.
Esta submissão ficou evidente nesta semana em matéria que impinge na habilidade do país em agir decisivamente em relação aos esforços de deslegitimação pelos palestinos.
Um projeto de lei que limita as contribuições estrangeiras a organizações sem fins lucrativos que operam vestidas de organizações pelos direitos humanos provocou uma reação negativa dos próprios ministros e de membros da knesset do Likud. Esta reação mostra o quanto a direita se sente inferior à postura moralista agressiva da esquerda.
Não há nenhum argumento que explique o comportamento da organização Betselem que disse que seu objetivo é o de impedir qualquer reação futura de Israel a ataques vindos de Gaza. 95% do seu orçamento de 2.5 milhões de dólares vem de contribuições do exterior. Ou como a Inglaterra se gaba de enviar 600 mil libras por ano para grupos árabes e de esquerda em Israel e envia somente 100 mil para promover a democracia em todo o mundo árabe. Estes são problemas que transcendem a ideologia e minam diretamente a capacidade de Israel de se defender.
Proteger os direitos da minoria é uma coisa. Promover a habilidade das minorias subverterem o processo democrático é outra bem diferente. Não há nada democrático em facilitar a imposição da visão da minoria na maioria por ações não parlamentares pagas por governos estrangeiros. E não vejo como pode ser anti-democrático para um estado soberano limitar ou pelo menos fiscalizar, as tentativas de governos estrangeiros de fortalecer elementos marginais, que não contam com qualquer apoio da população para suas idéias e que tem como objetivo subverter o governo eleito livremente pelo povo. Eu acho que não agir neste caso, seria não cumprir com seu dever. Seria perverter e não preservar a democracia.
Hoje em todo o ocidente vemos o anti-Israelismo e anti-semitismo chegar a proporções similares à Alemanha na década de 30. E isso vem de um programa sistemático financiado por grupos de esquerda e islâmicos, especialmente da Arábia Saudita para mudar a opinião e a postura do mundo. Na Europa virou taboo ensinar o Holocausto para não ferir as sensibilidades muçulmanas. Aqui na América, agressões verbais e até físicas são vistas rotineiramente por estudantes muçulmanos contra estudantes e professores judeus. E não para por aí. A Universidade Católica em Washington foi processada por não ter um lugar de culto sem cruzes para uns 40 estudantes muçulmanos porque isso é ofensivo à eles. Abbas não tem qualquer vergonha em dizer aos evangélicos esta semana que é um pecado ser pro-Israel.
Aonde isso vai parar?
Limitar este tipo de financiamento é um dever de todos os países democráticos.  A posição dos ministros do Likud é vergonhosa.
O povo de Israel colocou seu voto e confiança nestes líderes porque acreditaram que eles poderiam lidera-los neste momento de extremo perigo. Em vez disso, por sua falta de ação e contínua pressão da esquerda, Israel está hoje numa situação pior. A esquerda impôs sua ideologia e a direita se calou.
Esta situação não pode continuar. Não é preciso ser profeta para ver que há uma grande tragédia se preparando contra Israel. A não ser que sua liderança aja rapida e resolutamente, tudo o que ficará para as futuras gerações será decidir quem foi o culpado pelo cumprimento desta tragédia.

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