Sunday, December 30, 2012

O Fim de Assad - 30/12/12


Ontem foi um dos dias mais sangrentos na Síria. Nada menos que 400 mortos. Durante a semana vimos várias reportagens acusando Bashar Al-Assad de usar armas químicas contra os rebeldes. Imagens de insurgentes, supostamente sufocando após terem sido pulverizados com um gás não identificado invadiram os sites internacionais de notícias e o YouTube. Estas imagens e as consequentes mortes reportadas pelos rebeldes não puderam ser verificadas.

Albert Einstein disse décadas atrás que “o mundo é um lugar perigoso não pelos que fazem o mal, mas por causa dos que olham e não fazem nada”.

Parece que os dias do presidente Assad e de seu regime estão contados. Apesar dos russos não concederem este fato já estariam evacuando seus cidadãos do país.

Enquanto isso, o negociador da ONU Lakhdar Brahimi, depois de passar uns dias em Damasco, anunciou que uma solução política deve ser encontrada já que Assad jurou que ficará no poder até o fim. Mas isso não é o que ele vem dizendo há 2 anos?

Brahimi ainda avisou que se esta solução política não for encontrada será o fim da estabilidade na região. O que ele quis dizer com isso? Será que ele sabe algo que nós não sabemos?

Assad é um dos inimigos de Israel. Ele nunca esqueceu a humilhação que o estado judeu impôs ao seu pai Hafez al-Assad. Ele tentou adquirir armas nucleares, tentou montar um reator nuclear, e reuniu um dos maiores arsenais de mísseis armados com ogívas químicas do mundo. Junto com o Irã ele foi o maior patrocinador do Hamas e de outros grupos terroristas palestinos com bases em Damascos e da Hezbollah no Líbano.

A extrema hostilidade de Assad para com Israel lhe deu legitimidade para reclamar a liderança dos árabes. O desaparecimento do clâ Assad da Síria será um golpe sério para a Hezbollah e os interesses iranianos. Mas não vamos ainda chorar de felicidade.

Nas últimas décadas a fronteira entre Israel e a Síria esteve quieta. O que Brahimi pode estar sugerindo é que, se pressionado, Assad pode atacar o estado judeu, trazendo toda a região para o conflito. Por outro lado, não sabemos o que acontecerá na fronteira norte de Israel após a queda de Assad.

Oficiais sêniores da inteligência Jordâniana avisaram sobre uma possível tomada de poder na Síria por grupos jihadistas e salafistas. Isto tornaria o país numa base terrorista que afetaria todo o Oriente Médio.

De fato, o Conselho de Direitos Humanos da ONU confirmou na semana passada que possivelmente milhares de terroristas da Al-Qaeda, junto com membros de outras organizações extremistas sunnitas de estados árabes da Africa do Norte estariam literalmente invadindo a Síria. Seu objetivo, seria de não só de tomar parte na luta, mas de impor sua vontade política no país depois da queda de Assad.

Um exemplo destes grupos é o Jabhat al-Nusra, considerado um braço da Al-Qaeda, que quer ver a Síria se tornar num estado islâmico fundamentalista. É muito louvável querer tomar o partido dos rebeldes que vemos como o lado oprimido, mas a verdade é que esta oposição não é formada por um grupo homogêneo tornando muito difícil prever como será “o dia seguinte” da remoção de Assad.

Como em todas as ocasiões anteriores em que o ocidente apoiou a remoção de um ditador no Oriente Médio, em relação à Síria também haverá muito arrependimento a ser compartilhado entre os que hoje fornecem armas e dinheiro aos rebeldes.

Os jordanianos estão sentindo os efeitos das ondas de refugiados e instabilidade em seu país. A Turquia por seu lado está fortalecendo os elementos extremistas da oposição síria, em detrimento dos elementos mais moderados e seculares.

De acordo com reportagens, a elite que cerca Assad está dividida em dois grupos: a velha guarda que ele herdou da época de seu pai - que está disposta a um compromisso com os rebeldes para reter algum poder - e a nova guarda que viu o que aconteceu com outros líderes árabes quando tentaram negociar com a oposição, que entende que é tudo ou nada.

Assad parece aceitar o racional da nova guarda. Ele sabe que qualquer compromisso no mundo árabe se traduz em sinal de fraqueza. É irônico que há dois anos atrás, ninguém poderia imaginar que o oftalmologista tornado presidente, conseguiria matar mais sirios que seu pai. 31 anos depois, os 20 mil massacrados em Hama, ainda não foram esquecidos.

Em 2010 houve várias reportagens sobre negociações secretas intermediadas pela Turquia para um tratado de paz entre Israel e a Síria. Imaginem hoje a situação se Israel tivesse entregado os Altos do Golan para Assad.

O governo Obama, a União Européia, a esquerda israelense e os adeptos do “paz e amor” continuam a pressionar Israel a fazer as mais absurdas concessões territoriais em troca de um pedaço de papel. Seria lindo se todos os humanos pudessem dar as mãos e cantar o kumbaya.

Mas a realidade é outra. Nietzche já havia dito que o humano é o mais cruel dos animais. E ele tinha razão. Talibãs atiram na cabeça de uma menina de 14 anos por ela querer ir para a escola. Seis energúmenos brutalmente estupram uma estudante de medicina na India que acaba morrendo dos ferimentos. Será que alguém acredita que estas são pessoas com quem se pode negociar?

O que podemos oferecer a homens-bomba e jihadistas quando eles acreditam que se nos matarem terão 72 virgens por toda a eternidade? Não muito.

Aqueles que dizem que Israel tem que fazer a paz a todo o custo, não são os que pagarão o preço. A paz não se faz no papel. Se faz no chão quando os povos estão prontos. Os árabes não estão prontos. A Israel só resta se defender.

Sunday, December 23, 2012

A União Européia e a Construção em Jerusalém - 23/12/2012


Entre 44 mil e 56 mil são os mortos no conflito da Siria e todos os dias esta conta sobe. Mas a União Européia não parece nada preocupada.

A Coreia do Norte que compartilha sua tecnologia com o Irã, lançou um foguete em 3 etapas para testar sua capacidade balística intercontinental com a desculpa esfarrapada de colocar um satélite desligado no espaço. Mas isso também não parece causar qualquer mal-estar na União Européia.

O que continua a causar profunda consternação nesta organização de 27 países-membros, por mais de duas semanas, foi o anúncio que Israel aprovará a construção de moradias em bairros judeus de Jerusalém, no norte e no sul da cidade, além da faixa de deserto conhecida como E-1, unindo Maalê Adumim à capital.

Esta área, tem um nome mais antigo: o deserto da Judéia. Judeus construindo nas colinas da Judéia deve ser realmente um profundo insulto para a União Européia, a recente ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Afinal, agora que ela faz parte do nobre grupo junto com Yasser Arafat, ela precisa manter suas prioridades em linha. Por isso, reuniu apressadamente seus membros para condenar duramente Israel.

Como falei em programas passados, esta área do deserto tem 12 km². Só para comparação, ela é menor que o aeroporto internacional de Guarulhos em SP de 14 km² e do Galeão no Rio que tem quase 18 km². Mas para os israelenses esta pequena área tem mais do que um valor histórico. Tem um valor estratégico importantíssimo. Além de fisicamente incorporar Maalê Adumim, uma cidade de mais de 40 mil habitantes à capital, militarmente, o desenvolvimento desta área será mais uma barreira de defesa.

Jerusalém é a capital de Israel que os palestinos também reclamam para o mesmo fim. No entanto, em suas negociações de reconciliação, a Autoridade Palestina tem que acomodar a ideologia do Hamas que prega a expulsão de todos os judeus de Jerusalem e de Israel. Mas estas ameaças de limpeza étnica também não incomodam a União Européia.

Jornais do mundo proclamaram nestas duas semanas que se Israel construir na área E-1, a possibilidade de uma solução de dois estados será destruída. O jornal The New York Times chegou a dizer que tal construção dividiria a Cisjordânia em dois e separaria Ramallah e Belém de Jerusalém. 14 dias depois o jornal publicou uma correção, negando que qualquer destas afirmações fosse verdade.

As pessoas esquecem ou não querem lembrar que sempre foram os israelenses que estiveram prontos a trocar terra por paz, incluindo terras conquistadas em guerras em que foram atacados. Isso não acontece ao redor do mundo e por uma boa razão: agressão só pode ser desencorajada se houver um risco grande para o agressor. No caso de Israel, os países árabes a agridem, ela ganha território e os árabes exigem o território de volta como se nada tivesse acontecido.

Israel evacuou os judeus do Sinai e de Gaza e ofereceu aos palestinos 97% da Judéia e Samária, retendo 3% absolutamente necessários para sua segurança. Estes 3% seriam substituidos por outras terras de Israel própria que ela transferiria para os palestinos. Em troca ela pediu paz e que os árabes desistam desta ideologia que dita que somente os judeus não têm o direito de auto-determinação, à independência ou ao direito de se auto-governarem em sua terra ancestral.

E o que Israel recebeu em troca? Ataques terroristas, homens-bomba e milhares de mísseis contra sua população civil. O líder do Hamas, Khaled Mashaal em Gaza há 10 dias proclamou que o “jihad”, o “confronto armado”, irá continuar até que cada polegada de Israel seja destruida, conquistada e substituída por uma teocracia islâmica.

Ele disse que “já que a Palestina é nossa, é terra dos árabes e do Islamismo, é impensável reconhecer que qualquer ocupação de judeus seja legítima. Deixe-me enfatizar que nós temos um princípio fundamental: Nós não reconhecemos Israel… a resistência palestina a esmagará e varrerá, de acordo com a vontade de Alá”. Ele ainda disse que irá “libertar cada polegada de Jerusalém, pedra por pedra”. E que “Israel não tem direito a Jerusalém”.

A União Européia chegou a cogitar se comentava sobre o discurso de Mashaal. Mas foi somente através da pressão da República Checa e da Alemanha que a organização emitiu uma repreensão às palavras do Hamas. Um só parágrafo numa declaração de 3 páginas de duras críticas a Israel.

Mahmoud Abbas, exemplo-mor da “moderação” palestina não conseguiu nem mesmo dizer que as declarações não ajudavam a situação. Ao contrário, seu porta-voz descreveu o discurso de Mashaal como “muito positivo”. Assim para uma reconciliação palestina, o Hamas não tem que suavizar sua retórica, mas a Fatah tem que concordar com o extermínio de Israel. Em vez de uma solução de dois estados, Abbas tem que adotar a “solução final”.

Neste final de semana, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, fez uma maratona de entrevistas defendendo sua decisão de construir em Jerusalém e na área E-1. Ele disse que sua decisão tinha só a ver com a quebra dos acordos de Oslo pela Autoridade Palestina. Desde que foram assinados, os palestinos não cumpriram absolutamente nenhuma de suas obrigações ao mesmo tempo que exigem de Israel o cumprimento das suas. Ações unilaterais como o pedido à ONU são explicitamente proibidas pelos acordos. Os palestinos têm que entender que toda ação ainda tem uma reação apesar de continuarem a exigir a revogação da terceira lei de Newton.

O colunista do The New York Times, Thomas Friedman, se disse surpreso pela pouca influência que a União Européia tem sobre Israel. Ele insiste que cabe a Israel - e só a Israel - usar de toda a sua criatividade para encontrar um parceiro palestino para a paz.

Este parceiro, provavelmente não sobreviveria muito tempo, especialmente com a crescente popularidade do Hamas e com a Irmandade Muçulmana solidificando seu poder na Tunísia, Líbia, Egito e liderarem a oposição na Síria e Jordânia.

Como diz o ditado brasileiro, o que não tem remédio, remediado está. Assim, a Israel só resta a tomar todas as medidas para fortalecer sua defesa, mesmo se isto significa construir em áreas que os palestinos querem para si. E Netanyahu parece ser o único líder com coragem não só para dize-lo mas para faze-lo.

Finalmente, gostaria de expressar meu profundo desapontamento com o governo do Brasil que, junto com a India e a Africa do Sul, não só exigiu a suspensão das construções por judeus, mas a evacuação forçada de mais de 350 mil judeus residentes da Judéia e Samária de suas casas. Se isto não é anti-semitismo, não sei o que é. Estranho isso vindo de Dilma que apoia a invasão de terras privadas pelo MST. Ela deveria primeiro resolver o problema das favelas do Brasil em vez de opinar sobre quem pode ou não pode construir em Jerusalém. Nosso Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão da ONU que reconheceu o Estado de Israel, deve ter se virado no túmulo. Uma vergonha para nós brasileiros.


Sunday, December 16, 2012

O Dilema de Obama - 16/12/2012


O presidente Barack Obama está num dilema. Desde sua posse em 2008 ele deu apoio à oposição no Egito para derrubar Mubarak e trazer a democracia. Agora está perante um governo radical islâmico que por sua vez está sendo desafiado por uma outra oposição que exige democracia e igualdade para mulheres e minorias. O que fazer agora? Continuar apoiando os islâmicos ou mudar a casaca e apoiar a nova oposição?

Obama não aprendeu com o Egito e agora está fazendo de tudo para derrubar Bashar Al-Assad da Síria, reconhecendo os rebeldes como os legítimos representantes do povo sírio. Só que estes rebeldes também são radicais islâmicos e pior, associados a Al-Qaeda. Se estes rebeldes derrubarem Assad, as armas químicas passarão para suas mãos com consequências inimagináveis para a região. Obama parece estar sempre apoiando os inimigos da América.

Quando o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas retornou de Nova York para Ramallah anunciando o reconhecimento do Estado Palestino dentro das linhas de armistício de 1949, menos de 5 mil palestinos, a maioria deles funcionários públicos do seu governo, foram recebê-lo.

Mas quando o líder do Hamas Khaled Mashaal foi para a Faixa de Gaza e disse aos palestinos que o confronto armado e o jihad eram o único caminho para libertar a Palestina “do rio ao mar”, e que não havia lugar para sionistas na Palestina porque o país pertence unicamente a muçulmanos e árabes, centenas de milhares de palestinos se aglomeraram para acolhe-lo e reafirmar seu apoio à eliminação de Israel e no seu lugar implantar um estado islamico.

As declarações de Mashaal também receberam apoio de palestinos na Judéia e Samária, especialmente quando ele fez o voto de nunca desistir “de qualquer polegada da Palestina”!

O canal de televisão oficial da Autoridade Palestina transmitiu o discurso de Mashaal e as comemorações dos 25 anos de fundação do Hamas. O apoio prevalente à posição do Hamas é um sinal de quanto os palestinos estão radicalizados. Um lider que fala de um estado palestino em Gaza, Cisjordânia e no Leste de Jerusalém é menos popular que um que fala em “libertar Tel Aviv, Haifa e Beersheva!”

Quando Abbas diz ao mundo que um estado palestino dentro das linhas de armistício pré-1967 trará uma paz duradoura ao Oriente Médio, ele está ignorando a maioria dos palestinos que não compartilham sua opinião.

Palestinos na Faixa de Gaza passaram a semana cantando slogans para a libertação da Palestina “do rio ao mar” e para o Hamas lançar mais mísseis contra Israel. Estas manifestações não têm o propósito de demonstrar apoio ao Hamas mas mostrar que os palestinos  continuam a negar à Israel o direito de existir. Elas objetivam expressar o sentimento real dos árabes e muçulmanos que vêem Israel como um corpo estranho na região que precisa ser extirpado e exterminado.

Se Mashaal tivesse ido à Ramallah, a reação teria sido igual. A Autoridade Palestina está mais do que consciente do sentimento anti-Israel prevalente em sua população que ela mesma incentiva. E é por isso que nem Abbas nem qualquer outro membro da Autoridade fez qualquer crítica a Mashaal quando ele falou em eliminar Israel. Abbas escolheu rotular seu discurso de ódio e violência como “positivo”.

Como pode a Autoridade Palestina - que se diz comprometida com a idéia de dois estados procurar se unir a um grupo que conclama abertamente árabes e muçulmanos ao jihad para destruir Israel?

E como pode o mundo, especialmente países da União Européia não denunciar este chamado ao genocídio mas em vez disso, condenar Israel por aprovar construções? Como sempre, é mais fácil culpar Israel e os Estados Unidos pelo impasse no processo de paz, em vez de culpar o Hamas e outros grupos terroristas.

Saeb Erekat repetiu esta ladainha esta semana quando publicou um artigo avisando que a janela da oportunidade está se fechando para a solução de dois estados e para o envolvimento dos Estados Unidos no processo de paz. Ele ainda avisou que punir os palestinos ou seus aliados por sua iniciativa diplomática na ONU é perigoso, seja lá o que isto queira dizer.

Erekat e o resto da cúpula da Autoridade Palestina não vêem a ambição do Hamas de destruir Israel como um obstáculo para a paz. Eles se recusam a reconhecer que a maior ameaça para a solução de dois estados não está com Israel mas na falta de vontade dos palestinos aceitarem o direito de Israel de existir.

E quando Obama e a União Européia escolhem pressionar Israel e não os palestinos para retomarem as negociações, quando usam eufemismos com Abbas chamando as claras violações aos acordos passados de “atitudes não-produtivas” mas repreendem duramente Israel por autorizar construções em áreas vazias, isto só incentiva a radicalização e o endurecimento dos palestinos.

Teremos que esperar para ver como a situação no Egito e na Síria se resolverá e o impacto que terá na região, em Israel e nos palestinos. Mas com radicais no poder nos países vizinhos, não há como acreditar que os palestinos finalmente reconhecerão o direito de Israel de existir. E até lá não há como levar à frente qualquer negociação ou ter qualquer esperança de uma paz duradoura para Israel. 


Sunday, December 9, 2012

Em Defesa do Direito de Defesa de Israel - 9/12/2012


No dia 11 de fevereiro de 2011, o Presidente Barak Obama se apresentou na ante-sala da Casa Branca para falar do sucesso da revolução no Egito, a qual ele próprio apoiou com entusiasmo, e declarou triunfante: “O povo do Egito falou e suas vozes foram ouvidas. O Egito nunca voltará a ser o mesmo”.

Mas o resultado desta mudança mostrou ser rapidamente bem amarga para o povo egípcio. Eles trocaram um autocrata secular por um ditador islâmico.

No dia 22 de novembro, Morsi emitiu um decreto presidencial que lhe davam poderes absolutos estabelecendo que suas decisões não estavam sujeitas ao judiciário e não poderiam ser apeladas.

Duas semanas mais tarde, uma dúzia de mortos e mais de 700 feridos, o palácio presidencial cercado por manifestantes pedindo sua resignação, Morsi decidiu voltar atrás, em parte. Ao que parece ele concordou em retirar o decreto mas ainda quer levar ao voto do parlamento, que ele controla, uma nova constituição totalmente islâmica que combina imprecisão com tirania.

Por esta nova constituição, baseada na Shaaria, não só as mulheres perderão direitos adquiridos à muita custa, mas não-muçulmanos voltarão a ser humilhados com a “Jizya”, um imposto instituído no Al-Corão. Este imposto afetará 20% da população que é cristã copta e vive no Egito há 2 mil anos.

Até agora, não vimos qualquer crítica dos Estados Unidos a Morsy para quem Obama prometeu continuar mandando 1 bilhão e meio de dólares por ano em ajuda.

Ao norte, na Síria, até agora temos 49 mil mortos nesta revolução para tirar Assad do poder. E ao que parece, Assad poderá até usar armas químicas contra a população para acabar com a revolta.

Mas com tudo isso ocorrendo, o que fez a comunidade internacional realmente pular da cadeira, foi o anúncio por Israel, da aprovação de novas moradias na área conhecida como E-1, que fica entre Jerusalem e a comunidade de Maalê Adumim em retaliação à iniciativa promoção do status dos palestinos na ONU.

Esta área E-1 tem apenas 12km e nunca foi habitada. Todos os governos passados de Israel, de direita ou de esquerda, mantiveram que em qualquer acordo esta área será incorporada ao Estado de Israel. E este também era o consenso palestino. Não mais.

Embaixadores de Israel foram chamados e repreendidos mundo afora, incluindo pelo nosso Planalto. E é sempre assim, quando se trata de Israel. O anti-semitismo toma a frente da moral e racionalidade. Aonde estão as reprimendas ao Egito? Aonde está o escândalo pelas mortes na Síria?

Nos Estados Unidos a situação não é diferente. Quando o Washington Post foi criticado por se recusar a publicar fotos mostrando a destruição causada pelos mísseis do Hamas, o jornal respondeu declarando que “a grande maioria dos mísseis lançados de Gaza são como picadas de abelhas no traseiro de urso de Israel”.

O fato que estas “picadas de abelhas” mataram várias pessoas, causaram extensa destruição e traumatizaram 1 milhão de pessoas por 12 anos é irrelevante.

A noção aceita hoje no mundo é que Israel é a mais forte e portanto suas respostas militares são injustamente desproporcionais. Esta é uma moralidade distorcida pois qualquer resposta, não importa qual seja, por parte de Israel, se torna moralmente condenável por ela ser considerada a mais forte.

É um fato que Israel pode causar mais danos que o Hamas. Mas é isso o que acontece? Primeiramente, as respostas militares de Israel são exatamente isso: respostas à incessante agressão contra sua população civil.A motivação de Israel é de defender os seus, a do Hamas, de destruir Israel.

A razão pela qual os palestinos sofrem perdas civis é que intencionalmente usam mulheres e crianças e mais recentemente jornalistas, como escudos humanos. Israel sistematicamente reduz sua eficácia militar para evitar estes danos colaterais. A estratégia cínica do Hamas no entanto, é provocar o maior dano colateral possível pois sabe que trará condenação de Israel.

E essa é a mais importante desproporção que existe neste conflito entre Israel e o Hamas. Apesar de Israel ser superior militarmente se tornou inferior moralmente aos olhos do mundo já que ela própria se auto-impôs regras morais que não consegue que sejam infalíveis. Enquanto isso, o Hamas continua livre do respeito à vida humana, dos seus e dos outros e livre para perseguir seu objetivo de obliterar os judeus da terra.

Ninguém diz o que constituiria uma resposta proporcional aceitável para este terrorismo existencial, para esta constante ameaça de um inimigo que se recusa a aceitar o direito do outro de existir.

A comunidade internacional resolveu que a proporcionalidade se refere somente à quantidade de mortos de cada lado e não para a quantidade de ataques perpetrados. Isto leva a um cálculo moral enganoso, justificando o injustificável.

Israel quer a paz, nem que seja um cessar-fogo temporário. Mas o Hamas somente aceitará depor suas armas se Israel não mais existir como nação e os judeus não mais existirem como povo. É manifestamente injusto e hipócrita para o mundo repreender Israel por se defender, e pior ainda, por se defender bem, minimizando suas perdas.

A resposta de Israel à chamada dos seus embaixadores deveria ser que eles se apresentariam depois do mundo repreender a Síria e o Egito. Não importa o quanto Israel tente agir moral e justamente, isto ao final só é usada contra ela, unicamente. Quanto a nós, temos que continuar a defende-la com unhas e dentes pois sem Israel, a civilização ocidental estará perdida.

Sunday, December 2, 2012

A Votação na ONU - 02/12/2012


Nesta última quinta-feira vimos o líder da considerada ala “moderada” da OLP - que também é presidente da Autoridade Palestina - Mahmoud Abbas, pronunciar um discurso digno do Hamas perante as Nações Unidas pedindo o reconhecimento da Palestina como estado observador não-membro.

A comunidade internacional, incluindo países europeus importantes, votou a favor e hoje a Palestina, junto com o Vaticano, são os dois únicos estados observadores não membros da ONU.

Em prosseguimento à sua política de erradicação da história judaica em Israel e de apossamento da identidade judaica, Abbas se apresentou perante a Assembléia Geral como um judeu que acabara de sair do campo de concentração.

E depois de ter roubado os símbolos judaicos do “direito de retorno” e de “Jerusalém” como capital eterna do povo judeu, ele agora se apossou do dia 29 de novembro. Nesta data, 65 anos atrás, a Assembléia Geral da ONU aprovou a Resolução 181 aprovando o plano de partilha que reconheceu o direito dos judeus a um estado em sua terra ancestral. Aquela fora uma grande vitória moral para os judeus saídos do Holocausto e aos judeus perseguidos em países árabes.

Segundo Dore Gold, ex-embaixador de Israel na ONU a organização não tem base jurídica para “criar” estados. Mesmo assim, jornalistas mundo afora, incluindo do The New York Times repetem esta mentira. Estados são criados quando seus líderes declaram sua independência e depois recebem o reconhecimento de outros países.

Resoluções da ONU não têm força de lei. São só recomendações. A Resolução 181, por exemplo, incluiu uma delineação de fronteiras dos dois estados mas elas foram substituídas pelas linhas de armistício de 1949. A resolução também recomendava que Jerusalém se mantivesse como um corpo separado o que nunca aconteceu.

Os palestinos têm todo o interesse em dar a impressão de que as Resoluções da ONU têm força de lei, inclusive a 181. Abbas não só pediu para a Palestina ser recebida como estado observador mas procurou ter as fronteiras de um futuro estado palestino definidas segundo as linhas de armistício de 1949, mesmo que isto esteja fora da jurisdição da Assembléia Geral. O termo “território palestino pré-1967” esteve mencionado várias vezes na resolução.

Confiante de que a aprovação estava no bolso, o tom e as palavras que Abbas escolheu não só foram pouco reconciliadoras, mas foram tiradas diretamente do vocabulário usado pela esquerda radical, dos que negam o Holocausto e dos anti-semitas declarados. Termos como “agressão” e “abusos israelenses”, “crimes de guerra”, “limpeza étnica”, “apartheid” e “racismo” foram abundantemente usados.

Nenhuma menção, é claro, aos homens-bomba, aos massacres de Itamar, Otniel, e da família Hatuel; ou aos últimos 12 anos de bombardeamento vindos de Gaza. Nenhuma menção aos 1.530 israelenses mortos desde os acordos de Oslo.

Nenhuma palavra também sobre reformar as Cartas Magnas do Hamas e da Fatah (da qual Abbas também é presidente) que rejeitam categoricamente o direito dos judeus de manterem um estado em qualquer parte da Terra de Israel. 

Em seu discurso Abbas não mencionou nem uma vez “o povo judeu” ou o “Estado Judeu”. Das 6 vezes que ele mencionou “Israel” foi para falar sobre sua "política de agressão", exigir dela uma solução para os chamados refugiados palestinos, uma referência sobre suas prisões e duas vezes Abbas falou sobre a criação do estado judeu definida por ele como a “catástrofe”. Esta é a pessoa que diz ter a mão estendida para um acordo de paz.

Nenhuma vez Abbas mencionou qualquer conquista de instituições palestinas ou algo positivo que justificasse seu reconhecimento porque até hoje mendiga para pagar suas contas. Para ele seu direito a um estado deriva da negação a um estado aos judeus.

A recusa de Abbas e dos palestinos em negociarem com Israel prova uma verdade categórica: eles nunca se satisfarão com um estado em parte da Terra Santa.

Amanhã alguém poderá propor na ONU a revocação da Resolução 181 e a rejeição do Estado Judeu. Esta proposta certamente receberia a maioria dos votos na Assembléia Geral, o que demonstra a decadência moral da comunidade internacional de hoje.

Abbas não criou um estado e ele sabe disso. No dia 30 nada havia mudado na Judéia, na Samária ou em Gaza. Abbas também sabe que esta ação é uma grave violação aos acordos de Oslo que proíbem qualquer ação unilateral.

Então porque Abbas teria escolhido empurrar este processo à frente, arriscando seu relacionamento e a ajuda financeira dos Estados Unidos? Primeiro porque esta foi uma promessa que ele fez aos palestinos e é o que ele quer deixar como seu legado histórico pessoal. Seu nome para sempre ligado com o reconhecimento do estado palestino. Segundo, agora a “Palestina” poderá ter acesso à Corte Penal Internacional. Hoje ele pode ameaçar levar os líderes de Israel e do seu exército para serem julgados como criminosos de guerra.

A resposta de Israel até agora foi anunciar que autorizará a construção de residências na Área E-1 que fica entre Jerusalém e Maale Adumim. São apenas 12 km² que os árabes desesperadamente querem para que num futuro acordo a comunidade de Maale Adumim de 40 mil judeus seja evacuada. Com esta construção a comunidade estará conectada a Jerusalém e esta contiguidade impossibilitará uma evacuação.

Mas se Abbas realmente se valer da Corte Penal Internacional, então Israel poderá responder mais forçosamente, talvez anexando áreas vitais como os blocos de assentamentos, os locais de significância religiosa como o Túmulo de Raquel, de José e dos Patriarcas e as áreas de segurança do exército.

Esta última quinta-feira foi um dia de vergonha para a ONU e de desonra para a Europa. A França, Itália e Espanha votaram com Abbas. A Alemanha, a Holanda, a Inglaterra e outros 9 países se abstiveram. Isto prova sua volta a antigos hábitos: de sacrificar os judeus em prol de alguma missão mais nobre de paz e estabilidade.

A lição de 73 anos atrás não foi aprendida. Por suas ações a Europa, novamente, só encontrará instabilidade e guerra. 

Sunday, November 25, 2012

A Falácia do Cessar-Fogo - 25/11/2012


Depois de acompanhar a guerra em Israel por vários dias, ouvir políticos, analistas, jornalistas e residentes do sul, estava pronta para tudo menos para o que ocorreu. É como se Israel tivesse caido no buraco da Alice - mas em vez de encontrar o mundo totalmente sem sentido e encantador do País das Maravilhas, o que encontramos é ainda sem qualquer sentido mas muito preocupante.

Há algo grotescamente absurdo em aceitar que um membro de Irmandade Muçulmana no Egito negocie um cessar-fogo num conflito envolvendo a Irmandade Muçulmana em Gaza, e esse mediador seja coroado o árbitro de qualquer violação. A coisa não pode ser mais esquizofrênica que isso…

A demência que assola os líderes em Israel é muito difícil de compreensão.

Não me entendam mal. Não sou a favor de guerra e mortes. E não é fácil correr para um abrigo em menos de 90 segundos quando se está no meio da rua com uma criança como me aconteceu esta semana. Mas um milhão de israelenses têm vivido assim há 12 anos, sem uma luz no final do túnel.

Um dos maiores medos dos israelenses é ser considerado um “frier”, ou otário, perdedor. Por isso podem ser considerados rudes ou tentando obter um negócio melhor. Este espírito foi o que também impulsionou o país a encontrar soluções e avançar em todos os campos da ciência.

Mas em vez de desenvolver tecnologias para acabar com o estoque de mísseis em Gaza, Israel as desenvolve para derrubar os mísseis lançados. Esta solução, apesar de efetiva, não é 100% e como vimos nesta semana, não impede mortes e destruição. Sim, esta solução é única e sabem por quê? Porque nenhum outro país aceita ser bombardeado durante anos ininterruptamente sem tomar uma atitude drástica e vencer o agressor.

O resultado desta guerra foi uma grande derrota para Israel, não porque ela tenha de fato “perdido a guerra”. Netanyahu repete para a imprensa que seu objetivo era o de trazer sossego para os residentes do sul e com este cessar-fogo a calma retornou. Mas foi uma derrota para seu poder de dissuasão. E vou explicar porquê.
Toda a vez que o Hamas ataca Israel independente do resultado, ele ganha. Primeiro, ele consegue infernalizar a vida de milhões de habitantes, romper a rotina de suas vidas, causar pânico e traumatizar suas crianças e no processo, fortalecer sua posição no mundo muçulmano.

Segundo, ele consegue algo inusitado: fazer Israel o responsável pela segurança da população civil em Gaza. Seus terroristas lançam mísseis do meio dos civis e depois se escondem em túneis e esperam Israel retaliar, matando mulheres e crianças e conseguindo a condenação unânime da comunidade internacional. E isso aconteceu nesta guerra também: apesar dos mortos e destruição do lado de Israel, a imprensa não resistiu às imagens de crianças palestinas mortas quando sua residência desabou depois de uma retaliação israelense.

Terceiro, toda a vez que o Hamas ataca Israel, enfraquece seu inimigo jurado: a Autoridade Palestina e Mahmoud Abbas. Por isso, e é até risível, a Fatah em Gaza hoje ter anunciado que ela também lançara mais de 500 foguetes em Israel e portanto também são heróis. Wow!  

O ponto é que desde 1979 com o acordo de paz com o Egito e a entrega da Península do Sinai e principalmente desde os acordos de Oslo em 1993, governos sucessivos de Israel têm exposto o país a perigos cada vez maiores, tornando ilusória a possibilidade de uma paz duradoura. E por isso ganharam aclamação internacional e alguns, até o Premio Nobel da Paz.

Mas a história provou que o apaziguamento e concessões só trouxeram mais violência e mais exigências do lado palestino. E ainda assim, nenhum líder israelense teve a visão de acabar com este ciclo vicioso.

Desde que saiu do Sinai, Israel tem estado em constante estado de retirada. Ela foi de vitoriosa, capaz de vencer vários exércitos em 6 dias, a uma nação que não consegue impedir que seus civis sejam bombardeados por mísseis rústicos produzidos por milícias desorganizadas.

Entendo que quando estas decisões de retirada foram tomadas, nenhum governo israelense poderia imaginar o que aconteceria. Menahem Begin não concordaria em entregar o Sinai se soubesse que a Península se tornaria base do terrorismo islâmico e de passagem de mísseis para Gaza. Acredito também que Yitzhak Rabin nunca teria concordado com o tipo de concessões feitas nos acordos de Oslo se pudesse prever os ataques e mortes que trariam.

Mas em vez de confrontar a deterioração da situação de frente, os líderes de Israel decidiram se adaptar às novas condições. Esta é a tática do sapo. Se você jogar um sapo em água fervente, ele vai pular fora na hora. Mas se você o colar na água fria e esquenta-la aos poucos, o sapo fica e morre cozido.

A maioria dos israelenses de hoje cresceram com a noção de que concessões e capitulação, retirada e falta de resposta à ataques são elementos naturais de como as coisas devem ser. Eles também cresceram com a noção de que não há solução militar para este conflito quando historicamente, só uma solução militar resolve conflitos armados.

E é sob a ótica desta trajetória trágica que temos que reconhecer que as organizações terroristas têm avançado em sua capacidade militar de modo surpreendente. Elas foram de sequestrar aviões a obterem mísseis com alcance de 75 Km e ogivas de 90 kg.

Até dois meses atrás, se alguém tivesse dito que Jerusalém e Tel Aviv seriam alvos do Hamas, seria chamado de exagerado, ridículo e extremista. E incrivelmente, agora que isso aconteceu, em vez de remover a origem da ameaça, Israel tenta apaziguar e mediar a disputa através de um inimigo declarado, líder da Irmandade Muçulmana no Egito.

Com a passagem do tempo, podemos esperar que o Hamas só continue a aumentar sua capacidade bélica. O alcance dos mísseis irá aumentar e mais israelenses estarão em risco. Eles poderão obter radares e baterias anti-aéreas. Irão coordenar suas ações com os salafistas do Sinai, e a Hezbollah ao norte. Isso irá estressar ao máximo a capacidade de Israel de defender sua população.

Este cessar-fogo foi um erro da maneira como foi negociado. O que Israel conseguiu foi apenas uma breve pausa na chuva de mísseis até que o Hamas recarregue seu arsenal. Israel por sua vez teve que prometer não mais eliminar terroristas, se retirar do cordão de 300 metros que havia estabelecido em torno da Faixa e aumentar o mar territorial de Gaza, supostamente para pescaria.

Não sei o que Netanyahu está esperando. A comunidade internacional e a oposição não aceitam uma ofensiva do exército em Gaza. Sabemos que muitos soldados israelenses e civis palestinos poderão morrer. Mas líderes são eleitos para resistir a pressões, não se submeter à elas. Até que Israel se dê conta que ser politicamente correto não trará paz a seus cidadãos ela continuará a colocá-los em perigo.

Os que eram contra a retirada dos judeus de Gaza hoje estão vindicados. Não porque foram injustamente chamados de extremistas, radicais que se recusavam a dar uma chance para a paz. Mas porque sabiam o que ia acontecer. Há uma outra opção e hoje ela deve ser considerada.


Sunday, November 18, 2012

Israel Sob Fogo - 18/11/2012


Foi outra ação militar sensacional de Israel nesta semana que eliminou o líder do braço armado do Hamas, Ahmad Al-Jabari. Jabari estava na lista dos “mais procurados” de Israel há anos. Foi ele quem orquestrou o sequestro de Gilad Shalit, quem organizou as milícias terroristas com o apoio do Irã e quem durante anos, instruiu os ataques a Israel da Faixa de Gaza, incluindo o incessante lançamento de mísseis ao sul do país.

Não há dúvida que a eliminação cirúrgica de Jabari, seriamente aleijou a capacidade militar do Hamas. Também restituiu a Israel a aura de superioridade militar que sua maior arma para coibir as ações terroristas. Não é por nada que o líder da Hezbollah Hassan Nasrallah se tenha escondido em subterrâneos ainda mais profundos desde o começo deste confronto.

De acordo com o exército de Israel esta operação teve dois objetivos: proteger sua população civil e comprometer a infraestrutura terrorista em Gaza. Até ontem à noite mais de 500 foguetes, mísseis e morteiros foram lançados da Faixa. Outros 245 foram destruidos pelo sistema Domo de Ferro. Israel por seu lado alvejou 900 pontos de lançamento de misseis, armazenagem e prédios do governo do Hamas.

Com tanta troca de fogo, é um milagre que apenas três pessoas tenham morrido do lado de Israel. Do lado palestino houve 46 casualidades, a grande maioria militantes. E este crédito é devido a Israel que tem feito de tudo para evitar ferir a população civil de Gaza. Cabe lembrar que contrariamente, os palestinos procuram precisamente atingir a população civil de israelense.

O sul de Israel tem sido alvo dos mísseis de Gaza há 12 anos. Mas foi só depois de 2005 com a expulsão dos judeus da Faixa por Ariel Sharon que a situação deteriorou a níveis insuportáveis.

Crianças que nasceram desde 2001 cresceram em meio a constantes sirenes, com apenas 90 segundos para encontrarem um abrigo. Só este ano o Hamas lançou milhares de mísseis e escolheu ignorar os avisos de Israel para parar. Durante este tempo foram as organizações terroristas que ditaram a rotina de um milhão de civis israelenses e o destino de seus filhos.

Mas nesta semana, a idéia que o Hamas mantinha um regime coeso entrou em colapso quando as organizações terroristas começaram a enviar mais e mais foguetes e mísseis usando o slogan “baada, baada Tel Aviv” – além, além de Tel Aviv.

Obvio que os países árabes instantaneamente pararam tudo o que estavam fazendo e emitiram condenações a Israel – como se o ataque a Gaza tivesse ocorrido sem provocação. O fato que 150 civis foram mortos ontem, em um só dia na Síria, passou em branco por eles. O presidente egípcio, de modo muito inconfortável, condenou as ações de Israel e enviou seu primeiro-ministro Hesham Kandil para a Faixa.

Morsi tem um problema: de um lado ele tem que apaziguar os palestinos e de outro, manter os Estados Unidos feliz para não perder os $2 bilhões de dólares que recebe em ajuda anual.

Morsi sabe que não pode impedir Israel de se defender e Obama deixou isso claro ao presidente egípcio. Mas o que podemos esperar desta operação? Não é realista dizer que os mísseis ou as tentativas de ataques terroristas vindos de Gaza irão cessar.

Mas Israel recebeu uma luz verde curta da comunidade internacional para causar um dano sério à infraestrutura terrorista palestina em Gaza e Israel tem que faze-lo o mais rápido possível. Ministros estrangeiros já decidiram ir para a região e o resultado é conhecido: Israel será pressionada a abandonar sua ofensiva. O ministro do exterior da França chega hoje e Ban-Ki-Moon virá durante esta semana para discutir um cessar-fogo.

Ontem à noite Morsi anunciou que um cessar-fogo estaria iminente mas não ocorreu. Houveram manifestações contra Israel no Cairo e em Alexandria. O acordo de paz entre os dois países passa por momentos difíceis.

Obama, após quatro anos de derrotas diplomáticas na região deve ter concluído que não vale a pena empregar esforços numa paz elusiva entre israelenses e palestinos mas resolveu tomar o caminho seguro de tentar preservar o acordo de paz entre Israel e o Egito.

A conclusão é que Israel tem que sair deste round vitoriosa mas cuidando para não humilhar muito o presidente Morsi no processo.

O Hamas e outros grupos terroristas em Gaza vêem a confrontação com Israel como uma agressão a longo prazo. Seus líderes ouvem os líderes israelenses dizerem “que não há solução militar para o problema” e isso os incentiva a continuar.

O Hamas só acredita em solução militar e estão certos. Seus líderes esperam que com o fogo contínuo eles conseguirão expulsar os israelenses da região. Mesmo uma hudna – um cessar-fogo – de acordo com eles inclui violência periódica de foguetes ou atentados. A paz não é nem mesmo uma possibilidade do movimento islâmico que vê o reconhecimento do estado judeu como heresia.

A Operação Pilar de Nuvens, foi dada em lembrança à coluna de nuvens que guiou os hebreus no deserto na saída do Egito. Hoje o pilar os guia no combate ao terror. A transferência da iniciativa de ataque para Israel é um golpe ao Hamas, seus líderes e sua infraestrutura. É o melhor modo de convencer os palestinos que o preço do terrorismo é alto demais.

 O Hamas e outros grupos terroristas sabem que a caça a pessoas como Jabari não cessará. A mídia árabe tem reportado que a maioria da população da Faixa de Gaza está histérica. A questão é se estas vozes irão chegar e sensibilizar os ouvidos do Hamas. 

Jabari sempre disse que queria morrer um mártir. Israel fez sua vontade. O Hamas deveria estar feliz.