Monday, May 7, 2012

Obama, Osama e as Eleições


Parece que o presidente Barack Obama está bem preocupado ultimamente. Os Republicanos têm seu candidato para as eleições de novembro e desta vez Obama não pode mais prometer que irá transformar a América.  

Hoje ele procura a reeleição com um histórico que deixa muito a desejar.  Isto não quer dizer que ele tenha perdido a adoração dos fans ou da mídia. Muito pelo contrário. Devido ao fato do adversário republicano Mitt Romney ser um Mormon que tem orgulho de sua afluência e sucesso nos negócios, a imprensa não tem qualquer problema em retratar Obama como o candidato dos pobres.

O fato deste presidente estar criando mais pobreza a cada minuto passa sem menção, é claro. A culpa continua a ser colocada em Wall Street.

Mas aqueles eleitores que na última vez não estavam prestando muita atenção para o histórico de posições anti-americanas de Obama, estão se conscientizando das consequências de sua ideologia. E não é por não gostarem de seus discursos, mas por sua incapacidade de pagar seus aluguéis ou hipotecas, por verem suas aposentadorias virar pó e não entenderem os procedimentos complicados do sistema de saúde que Obama quer impor. Mas acima de tudo, hoje os eleitores menos afortunados perderam a esperança prometida há 3 anos atrás.

Apesar de ser difícil detectar o peso que os americanos dão para a política externa, eles sabem quando seu país está lhes dando orgulho e quando não está. Eles também estão vendo que com todas as promessas de tornar a América um país mais agradável ao mundo, os Estados Unidos estão sucateando sua liderança e o presidente não se importa.

O que importa a Obama, como a todo político, é se manter no poder. Mas no seu caso, a situação é mais urgente. É imperativo ele ser reeleito para levar a cabo sua agenda, sem se preocupar com votos.

Sua última jogada, esta semana, foi apelar para os patriotas usando o falecido Osama Bin Laden como seu garoto propaganda. Obama usou o aniversário da eliminação do líder da Al-Qaeda para levar o crédito de tal jeito que se alguém ouvir seu discurso em 100 anos pensará que toda a operação, inclusive a invasão da casa no Paquistão, foi levada à cabo por ele pessoalmente. Não só isso, Obama ainda teve a arrogância de dizer que nenhum outro presidente teria tido a coragem de tomar a decisão de matar o líder da Al-Qaeda.

Isto é claro um absurdo pois a decisão no local foi tomada pelo Almirante McRaven.

Encontrar e matar Bin Laden era o único assunto de consenso entre os americanos. Mas a prepotência com a qual Obama está levando o crédito pela operação será lembrada como a atitude mais cínica usada por um político até hoje.

Foi sua atitude de apaziguamento para com os radicais árabes-muçulmanos do mundo que possibilitaram ao Paquistão dar refúgio á este arqui-terrorista. Foi sua incessante atitude de arrumar desculpas para os islamistas, que Obama incentivou a disseminação da ideologia de Bin Laden por todos os grupos jihadistas que têm se multiplicado a cada dia após a”Primavera Árabe”.

E a América tem tido sorte. Até agora ela conseguiu evitar centenas de ataques de islamistas. Mas ela não tem tido tanta sorte no campo ideológico.
O ódio ao ocidente e aos judeus é uma característica central da realidade política e estratégica, especialmente no Oriente Médio. É o ódio aos valores ocidentais, a Israel e aos judeus que dita os regimes, as políticas externas, as aspirações militares, a cultura, os temas educacionais e até as políticas de saúde, de Ramallah a Tehran.

Mas falar deste ódio e de suas implicações políticas para árabes e muçulmanos é taboo e proibido, tanto em Washington quanto em Bruxelas ou Moscow.

O fato do ocidente recusar ver estas implicações e reconhecer que este ódio é a maior força da política árabe e iraniana simplesmente significa que todo o debate sobre o Oriente Médio no ocidente é completamente divorciado da realidade.

Omar Abu-Sneina, um terrorista assassino condenado à prisão perpétua em Israel, foi um dos presos trocados por Gilad Shalit. Originalmente de Hebron, Abu-Sneina foi libertado em Gaza. No mês passado o exército israelense interceptou um chip de computador que ele mandou para a sua familia com instruções de como sequestrar outros soldados israelenses. O tratamento que ele descreve deveria ser infligido ao refém não é aceitável nem para um animal.

A crueldade e a rejeição de qualquer humanidade para com vidas de israelenses não é só uma função do fato deste espécime ser um terrorista. É uma reflexão dos valores da sociedade palestina como um todo. Estes valores são continuamente expressos pela mídia tanto controlada pelo Hamas como pela Fatah, nos livros escolares, atividades culturais e por autoridades religiosas.

A onipresença do ódio ao judeus e aos valores ocidentais no dia-a-dia é tão devastadora que é difícil de imaginar qualquer aspecto da vida palestina que não esteja inundada por ele.

Na semana retrasada, uma corte palestina condenou à morte Mohammed Abu Shahala por ele ter vendido uma casa em Hebron à um judeu. Ele foi torturado e rapidamente julgado e sentenciado à morte por uma corte da Autoridade Palestina.

É chocante pensar que hoje, no século 21, a venda de propriedade a judeus pode ser punida com a pena de morte. O próprio fato desta lei existir dentro do sistema jurídico da Autoridade Palestina mostra uma justiça perversa e bárbara, derivada das leis impostas na Idade Média e pelos nazistas.

E é por esta razão primordialmente que hoje a paz não é possível, independente de qualquer concessão que Israel possa fazer. E esta situação não se limita aos palestinos mas ao mundo árabe e muçulmano. Mas em vez de lidar com o problema, os líderes americanos e europeus enterram suas cabeças na areia. Numa recente viagem à Tunisia, Hillary Clinton fez um bate papo com estudantes e jornalistas. Alguém perguntou como poderiam ter confiança em líderes americanos se durante as eleições eles procuram o apoio do lobby sionista.

Em vez de rejeitar a premissa da questão, que os judeus controlam a política americana ou que haja algo errado em apoiar Israel, Clinton tratou a questão como legítima. Ela disse que a pergunta era justa e que estrangeiros prestam mais atenção no que os políticos falam do que o próprio povo americano.

É porque os americanos e europeus se recusam a ver que o mamute do ódio aos judeus e aos valores do ocidente está na sala que eles não são confiáveis quando se trata de tomar decisões políticas racionais. E já que não podemos confiar neles para tomarem decisões racionais, Israel não pode confiar neles como aliados ou parceiros quando tem que confrontar as ameaças e o ódio de seus vizinhos.

O que Obama precisa entender é que Bin Laden pode estar morto mas seu legado está vivo e prosperando. E isto porque sua ideologia continua a receber apoio de membros de sua própria administração e da administração européia. A zombaria feita ontem pelos acusados no primeiro dia do julgamento dos terroristas do 11 de setembro mostra a falta de respeito que existe hoje pelos islamistas para com a América.

Se continuar a fechar os olhos, Obama não será lembrado como o guerreiro que matou Bin Laden mas como o ingênuo idiota que o transformou em lenda.

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