Monday, November 11, 2013

O Fim da Duplicidade de Kerry - 10/11/2013

Até esta semana, a maioria da opinião mundial era que o Secretário de Estado americano John Kerry era um cara legal. Ingênuo, mas legal. Seu otimismo contagioso nos deu a impressão, desde o começo do ano, que um acordo de paz com os palestinos era iminente.

Mas nesta última terça-feira, para horror dos israelenses, descobrimos um novo Kerry. Numa entrevista para as televisões de Israel e palestinas, Kerry se mostrou antipático, ameaçador, preconceituoso, abstraído à falta de confiança transmitida pelos líderes palestinos e perigosamente cego à situação explosiva que ele mesmo está criando.

Repetindo a linha palestina, Kerry não mostrou qualquer apreciação pelas posições de Israel ou às suas preocupações, além de uma vaga alusão à “segurança” do Estado Judeu.

Mas ele foi direto e específico sobre Israel ficar isolado e sobre uma terceira intifada se Israel não permitir a rápida criação de uma “Palestina inteira” e der fim à “ocupação” da Judeia, Samaria e Jerusalém. Isto é o que chamamos de profecia auto-realizável.

É muito possível que os palestinos usem o colapso das negociações como uma desculpa para mais violência. Mas a verdade é que eles nem esperaram o colapso para voltarem a atacar israelenses como vimos nas últimas semanas. E agora, eles têm o selo de aprovação do Secretário de Estado americano.

Kerry finalmente colocou na mesa a visão de Obama  sobre Israel. Esta visão prega que se o estado judeu não sucumbir à todas as exigências palestinas e internacionais e se retirar completamente da Judeia, Samaria e Jerusalém, então os Estados Unidos se unirão à campanha de deslegitimar e isolar Israel.

Na prática Kerry está dizendo aos palestinos para se assegurarem que as negociações falhem e então Israel será forçada a capitular em tudo. Agora os palestinos sabem exatamente o que fazer. Eles nunca quiseram se limitar à um mini estado,  como caracterizado pelos negociadores palestinos Saeb Erekat  e Ahmad Khalidi. O que eles sempre quiseram foi a palestina do rio Jordão ao Mediterrâneo e a ilegitimidade de Israel, juntamente com a campanha de afunda-la demograficamente e oprimi-la diplomaticamente.

Estrategicamente não há qualquer boa razão para os palestinos aceitarem qualquer acordo com Israel. Mahmoud Abbas seria tolo se aceitasse limitar as ambições palestinas quando tudo está indo tão bem para o seu lado. O boicote da União Européia, a clara mostra de partidarismo da América, seu reconhecimento na ONU, enfim, estão conseguindo levantar todo o mundo contra Israel. Se Abbas assinar um acordo de paz, estaria conferindo a legitimidade que Kerry diz Israel está perdendo...

Assim os palestinos estão mantendo suas exigência máximas para empurrar Israel para o canto da punição americana, para o isolamento que tanto “preocupa” Kerry e ao final conseguir ainda mais concessões.

A investida de Kerry na mídia irá somente encorajar a intransigência palestina e tirar o processo de paz de qualquer cenário realista.

Nos últimos 30 anos, os israelenses mudaram suas visões sobre o conflito com os palestinos de modo radical. Foram de negar a criação de um estado palestino, à reconhecer suas aspirações nacionais. De insistir na soberania e controles exclusivos de Israel sobre a Judeia, Samaria e Gaza a aceitar um estado palestino desmilitarizado nestas áreas. Israel já evacuou Gaza, permitindo a ascensão de um governo palestino na Faixa e lhes transmitiu o governo de mais de 95 porcento dos residentes da Judeia e Samaria. Israel fez 3 ofertas concretas de criação de um estado palestino à Autoridade Palestina.

A resposta palestina a tudo isso foi se manter absolutamente irredutível em suas demandas por mais absurdas que sejam, como inundar Israel própria com 5 milhões de palestinos refugiados e continuamente ameaçar mais violência se tais exigências não forem aceitas.

Esta política de só colocar pressão em Israel não funciona. Se funcionasse, já teríamos um acordo há muito tempo. Isto porque Israel está lutando por sua sobrevivência e não pode comprometer sua segurança para agradar uma comunidade internacional que de fato, gostaria de vê-la destruída.

Se esta política não funciona, por que não mudá-la??? Por que não passa pela cabeça dos líderes mundiais colocarem pressão sobre os palestinos para variar? Por quê é tabu atacar suas  exigências maximalistas?

Kerry deveria estar limitando as expectativas palestinas para trazê-los à um compromisso. Deveria reconhecer publicamente os laços históricos do povo judeu com a terra de Israel, incluindo a Judeia, Samaria e especialmente Jerusalém e a legitimidade de sua presença no Oriente Médio como um estado judeu.

Kerry deveria estar dando entrevistas à imprensa exigindo que os palestinos renunciem ao direito ao retorno dos seus “refugiados” para dentro de Israel própria e acabem de uma vez por todas com sua política de glorificação de homens-bomba e de fabricantes de mísseis que têm como único propósito matar civis israelenses. Kerry deveria sem dúvida condenar a propaganda anti-semita e anti-Israel que permeia as ondas de rádio e televisão palestinas.

E deveria deixar claro aos palestinos que se eles não aceitarem um compromisso com Israel, o mundo ficará do lado do estado judeus e não tolerará a violência  que estão prometendo.

Em vez disso, Kerry escolheu lançar um ataque frontal a Netanyahu e a todos os israelenses que de acordo com ele, “teimosamente se sentem seguros e estão indo bem economicamente”, reavivando noções anti-semitas que judeus só pensam em dinheiro.
Nesta situação perguntamos, o que pode fazer Israel??

O ex-embaixador de Israel na ONU, Dore Gold, publicou um artigo interessante esta semana dizendo que é preciso lembrar ao mundo o que manda a resolução 242 da ONU. Esta é a famosa resolução aprovada logo após a guerra dos 6 dias, que fala sobre a retirada de Israel de territórios conquistados. A batalha sobre a linguagem desta resolução não foi apenas um exercício de legalês mas algo necessário pois todo o mundo na época concordava que a linha de Armistício de 1949 era inaceitável e deixaria Israel para sempre vulnerável a ataques.

Assim a cláusula recomendou a retirada de territórios levando em conta as necessidades de segurança das partes. Sem entrar no mérito de Israel e judeus terem o direito histórico, legal e moral à Judeia, Samaria e Jerusalém, Israel tem que cobrar do mundo o que ele próprio decidiu há 46 anos atrás. 

Enquanto o mundo e o Sr. Kerry estão livres para expressarem sua opinião, se gostam ou não de Israel ou de judeus, não estão livres para modificarem os fatos históricos. Estes são os fatos e ponto final.


Não seria uma estratégia definitiva mas se Israel ficar firme em seus direitos e convicções, mandará uma poderosa mensagem. E na situação em que estamos, isto seria pelo menos um bom começo.

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