Monday, April 21, 2014

A Direita Tinha Razão - 20/04/2014

A direita tinha razão. Desde os acordos de Oslo em 1993, os que se opuseram a um acordo envolvendo entregar terras contra uma promessa de paz dos Palestinos, tiveram razão. Vinte anos depois, Israel ou o Oriente Médio não estão melhor por causa destes acordos.

Durante este tempo, os israelenses foram bombardeados pela mídia e pelos líderes de esquerda com falsas noções de que um acordo estaria iminente e que daí para a frente, Israel não só teria paz com os palestinos mas com o resto do mundo árabe, senão islâmico, com a vantagem de ter evitado um problema demográfico que poderia por a existência de Israel em perigo ao longo prazo. Assim, com estes cenários saídos do País das Maravilhas, a maioria dos israelenses chegou a apoiar o princípio da solução de dois estados.

Mas nos últimos 20 anos, os inúmeros atentados de homens-bomba, as duas intifadas, a implacável propaganda de ódio na mídia e nos livros escolares palestinos, trouxeram esta maioria de israelenses de volta à realidade. Hoje os israelenses vivem no paradoxo. Enquanto muitos ainda acreditam que a criação da Palestina seja uma necessidade existencial para Israel - que não quer gerenciar um outro povo, também sabem que a criação de tal estado será uma ameaça existencial para o estado judeu, colocando sua população civil ao alcance de milhares de mísseis e foguetes palestinos.

Os líderes mundiais, muitos deles “amigos” de Israel como os Estados Unidos, se têm mantido firme na idéia de dois estados. Se tudo dependesse do otimismo e entusiasmo do secretário de estado John Kerry, um acordo já teria saído. Mas apesar de todos os seus esforços, a direita ainda estava com a razão. Um acordo negociado de dois estados entre Israel e os palestinos não irá acontecer pelo menos não até o dia 29 de abril próximo ou num futuro próximo.

Mahmoud Abbas, mundialmente conhecido como o mais “moderado” dos líderes palestinos, já declarou que não assinará qualquer acordo que reconheça o direito do povo judeu à soberania in sua terra ancestral e nem abandonará o chamado “direito de retorno” pelo qual ele quer que milhões de palestinos, filhos, netos, bisnetos dos que abanonaram suas casas em 1948, invadam Israel própria. Aliás, a definição de “refugiado” de várias gerações só se aplica ao povo palestino.

A liderança israelense fez tudo o que podia. Netanyahu congelou a construção dentro dos assentamentos por 10 meses em 2009 e 2010 e Abbas esperou até o décimo mês para reiniciar as negociações que se encerraram antes do mês terminar. É preciso deixar bem claro que construção nos assentamentos nunca foi um problema pois ela é limitada dentro do perímetro destes assentamentos determinado há décadas atrás. Não há nenhum centímetro de terra a mais a ser usado. E foi por isso que durante o governo de Ehud Olmert as negociações prosseguiram junto com as construções nos assentamentos.

O problema não é a construção nos assentamos mas a falta de vontade ou a incapacidade psicológica dos palestinos de aceitarem a legitimidade de um estado judeu.

Os palestinos continuam a exigir que sua posição maximalista prevaleça. Isto quer dizer, impor o chamado “direito de retorno” de refugiados para dentro de Israel própria, não reconhecer o direito dos judeus à autodeterminação, Jerusalem como capital, a evacuação de centenas de milhares de judeus de suas casas na Judéia e Samária, controlar o Vale do Jordão - arriscando a segurança de Israel e da Jordânia, a soltura de todos os prisioneiros palestinos independente da natureza do seu crime e em troca não querem dar absolutamente nada além de um papel assinado por alguém que não tem legitimidade para representar os palestinos desde 2009.

A direita tinha razão e continua a te-la. Mesmo aqueles israelenses que propõe soluções temporárias de “armistício” ou de fronteiras até que os palestinos estejam prontos para negociar, não conseguem confrontar o fato básico que os árabes ainda não podem aceitar judeus soberanos e independentes no seu meio.

A comunidade internacional, por seu lado continua a insistir que Israel tem que negociar com base nas linhas de armistício de 1949, tem que dividir Jerusalem e tem que mostrar “flexibilidade” para com as outras exigências, a primeira das quais é a soltura de terroristas palestinos que infelizmente Israel tem feito só para manter Abbas na mesa de negociações.

E aqui eu vou fazer um parêntese. Neste ano, nesta festa de Pessach em que comemoramos nossa liberdade coletiva, Baruch Mizrachi foi morto por um terrorista quando se dirigia com a familia para o Seder. Ele deixou a esposa ferida e 5 órfãos. Um palestino saltou na estrada e crivou seu carro de balas.

Outro, que hoje ninguém lembra, foi o ataque em março do ano passado no qual Adva Bitton dirigia seu carro com suas três filhas pequenas perto de Ariel quando uma chuva de pedras atingiu seu veículo fazendo-o bater. Todos os ocupantes do carro se feriram. A pequena Adele Bitton de dois anos, no entanto, recebeu uma pedra do tamanho de um punho na cabeça. Tudo indicava que ela não sobreviveria. Mas os serviços médicos israelenses conseguiram salvar sua vida. Hoje com 3 anos de idade, ela vive num estado semi-comatoso e os hospitais dizem que não podem fazer mais nada por ela. Este incidente “menor”, que não mereceu sequer a atenção da mídia internacional, devastou a familia e a vida da pequena Adele.

Chega de ilusões e de propagandas mentirosas reconfortantes. Não haverá apertos de mãos ou tapinhas nas costas na Casa Branca. Não haverá Premios Nobel e capas de “homem do ano” na Revista Time. Chegou a hora desta realidade ser reconhecida pela comunidade internacional que continua a querer impor a solução de dois estados a qualquer preço.

Estes ataques deveriam lembrar a União Européia e os Estados Unidos que estes são os terroristas que irão para a rua como “gesto de boa vontade” de Israel quando não há qualquer boa vontade da Autoridade Palestina para nem mesmo cessar o ódio e a incitação. Em vez da solução de dois estados, Israel e o mundo deveriam procurar a melhor maneira de garantir a segurança de Israel e seus cidadãos e pressionar os palestinos a acabarem com sua propaganda e mensagens de incitação e o ódio.

E quanto à paz?  Como diz o ditado: o que não tem remédio, remediado está.

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