Sunday, July 27, 2014

A Proporcionalidade Para Com Israel - 27/07/2014

Com um avião civil abatido na Ucrânia por separatistas russos, um outro da Algéria que caiu, e o avanço dos terroristas do ISIS no Iraque colocando a Arábia Saudita em alerta máximo, o mundo não pode desviar os olhos de Israel. No começo da semana, vários países europeus emitiram declarações coerentes em apoio ao direito de Israel de se defender e não se render às exigências do Hamas.

A Chanceler alemã, Angela Merkel disse que a Alemanha está do lado de Israel notando que o alcance e qualidade das armas do Hamas haviam melhorado substancialmente; o presidente francês François Hollande disse que “Israel tinha o direito de usar de todas as medidas necessárias para se proteger dos mísseis e dos foguetes”. O Secretário do Exterior da Inglaterra Philip Hammond disse que “todos no Reino Unido e no Ocidente estavam perturbados pelas cenas vindas de Gaza mas todo país tem o direito de se defender de um ataque”.

Louvável mas esta não é nem metade da estória. Quando chegou o momento de traduzir estas palavras em ações, a Europa se calou. Nenhum destes países conseguiu votar contra uma resolução imunda do Conselho de Direitos Humanos da ONU na quarta-feira, que implicitamente culpou Israel pela guerra com o Hamas e pelas mortes em Gaza. Todos os países europeus membros do Conselho se abstiveram: a Austria, a Republica Checa, a França, a Alemanha, a Irlanda, a Italia, a Romania e o Reino Unido. A resolução incluia o seguinte:

“Notamos a falta sistemática de Israel de conduzir investigações genuínas, de modo imparcial, independente, pronta e efetivamente como exigido pelo direito internacional, sobre violências e ofensas contra os palestinos, perpetrados pelas forças de ocupação e colonos, nos Territorios Palestinos Ocupados, inclusive em Jerusalem do Leste”.

Estas supostas violações, de acordo com eles, envolveram “ataques indiscriminados e desproporcionais que resultaram em violações graves dos direitos humanos da população civil palestina incluindo a mais recente ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, a última de uma série de agressões de Israel.”

A resolução continua condenando “nos mais fortes termos as violações sistemáticas, abrangentes e grotescas dos direitos humanos e liberdades fundamentais causadas pelas ações militares isralenses nos territorios ocupados especialmente em Gaza”. Como se Gaza continuasse ocupada por Israel. A resolução termina exigindo a cessação imediata das ações israelenses e a abertura de uma comissão de investigação tipo Goldstone.

Entenderam a idéia?? O Hamas não é mencionado nem uma só vez, e nem os 80 mísseis que ele enviara para Israel na própria manhã da resolução. Nem a mínima alusão à rede impressionante de túneis através dos quais o Hamas planejava mais ataques terroristas contra civis israelenses. O grande plano deles, conforme noticiado nesta semana, era de enviar centenas de terroristas no próximo Rosh Hashanah para matar o maior número de israelenses possível nas comunidades em volta da Faixa.

Assim, como disse na semana passada, o mundo dá o direito a Israel de se defender desde que Israel não o exerça. Por dois mil anos os judeus foram a vítima perfeita do mundo. Sem ter para aonde correr, sem ter para quem recorrer, tendo que sofrer todo o tipo de humiliação, tortura e morte. De repente o mundo vê judeus se defendendo e isso lhe é ofensivo, chocante.

Em 1947 a ONU aprovou a criação do Estado de Israel para limpar a consciência do mundo sobre o Holocausto, mas a verdade é que nenhum país acreditava que Israel iria sobreviver. Judeus marcharam como ovelhas para os fornos, eles não iriam lutar contra 5 exércitos da Liga Árabe e mais outros voluntários e ganhar! Foi apostando nisso que nenhum país enviou qualquer ajuda para Israel na Guerra da Independência. Um bom judeu continuava a ser um judeu morto, três anos depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje, como é politicamente incorreto dizer tal impropério, um bom judeu é aquele que sofre calado. Se não o fizer, é condenado.

Ninguém se incomodou com as quase duas mil mortes nas últimas duas semanas na Síria, 700 em apenas dois dias. Ninguém se escandalisou com os quase 6 mil civis mortos no Iraque desde o começo deste ano. Nenhuma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos foi chamada para discutir a situação dos cristãos no norte do Iraque que fugiram aos milhares nesta semana pois tinham até ontem para se converterem ao islamismo, aceitarem leis discriminatorias ou morrerem.

Aí veio a bomba do Brasil. A nossa presidente decidiu falar da desproporcionalidade da resposta israelense aos mais de 2.500 mísseis lançados contra seus civis. Para a Dilma, a morte de mães e crianças palestinas, usadas para atingir os objetivos políticos do Hamas sem qualquer outra consideração, tem prioridade sobre a vida de milhões de civis israelenses.

Quem sabe talvez a Dilma se identifique mais com o Hamas que deve lhe trazer lembranças românticas de sua juventude ou quem sabe, porque também no Brasil a vida não tem qualquer valor frente a considerações políticas. Alguém ouviu qualquer pronunciamento de Dilma sobre o Brasil estar entre os 7 países mais violentos do mundo? Ou qualquer ação de seu governo para reduzir o número de homicídios no Brasil que só em 2012 foi superior a 50 mil ?

Não, são as mil vítimas em Gaza que a faz saltar para a ação. A resposta do Ministério Exterior de Israel foi apropriada. O Brasil perdeu uma grande oportunidade de assumir um papel relevante neste conflito.

Dna. Dilma, vou lhe dizer o que é desproporcional. Desproporcional é Israel, a única democracia verdadeira do Oriente Médio, ser condenada pela ONU em número maior que todos os outros países do mundo juntos. Desproporcional é o número de países com lamentáveis direitos humanos fazerem parte deste Conselho da ONU como Cuba, Arábia Saudita, Kuwait, Paquistão, Emirados Árabes, China e Russia. Desproporcional é o número de mortos em Darfur no Sudão, na Siria, no Iraque, na Nigéria que sequer chegam às páginas dos jornais porque os que perpetradores destes massacres são muçulmanos. Desproporcional é Israel enviar toneladas de cimento e ferro para Gaza para a construção de casas, escolas e hospitais e o material ser usado para construir dezenas de quilómetros de túneis contra Israel. Desproporcional é o Hamas esconder mísseis em escolas da ONU e quando eles são descobertos, a ONU simplesmente os devolve ao Hamas para continuar matando judeus. Isto é desproporcional.

E para fechar com chave de ouro, neste final de semana o secretário de estado americano John Kerry conclamou uma reunião em Paris com os ministros do exterior da França, Inglaterra e Alemanha para encontrar uma solução ao menos temporária para a guerra em Gaza. E quem ele procurou para se aconselhar? Qatar, o maior financiador do Hamas e a Turquia seu maior porta-voz. Sua proposta para Israel, imaginem, foi um cessar-fogo no qual Israel parasse de destruir os túneis e se retirasse de Gaza. Se o acordo em si não fosse já tão ruim, a consulta foi feita sem qualquer envolvimento dos maiores interessados. A Autoridade Palestina e o Egito foram colocados de escanteio gerando mais uma crise de confiabilidade para a América.

Sr. Kerry, como dizem em Israel, que alguém lhe dê logo o Prêmio Nobel da Paz para deixár o Estado Judeu em paz. Seus experimentos falharam. Sua proposta de cessar-fogo humanitário foi aceita por Israel para ser inexplicavelmente rejeitada pelo Hamas. Isso deveria ser suficiente para o mundo acordar para o fato que o Hamas não se importa com as vidas dos palestinos e está bancando num grande número de mortes para obter uma vitória política sobre Israel.


A única solução, se a própria população de Gaza não se revoltar contra o Hamas, é para Israel destruir de vez o grupo terrorista e dar à Abu Mazen uma nova chance de governar a Faixa. Se a consequencia disso forem mais mortes palestinas, que o seja. De qualquer forma Israel será condenada. E como dizia Menahem Begin com orgulho, hoje, como judeus livres e em seu estado, preferimos condenações a condolências.




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