Sunday, August 9, 2015

O Acordo com o Irã nas Mãos do Congresso Americano - 09/08/2015

Nesta última quarta-feira, Barack Obama decidiu levar a defesa de seu acordo nuclear com o Irã para a Universidade Americana. Em seu discurso o presidente americano criticou severamente os legisladores republicanos comparando-os aos jihadistas que gritam “morte à América”. Em sua ilimitada arrogância, Obama disse que há apenas dois tipos de pessoas que irão se opor ao acordo - partidários do Partido Republicano e aqueles que colocam Israel antes da América- ou seja, traidores.

Em sua opinião, o fato de alguém acreditar que o acordo põe Israel em perigo ou não é diretamente relacionado à confiança que esta pessoa tem no presidente. E mais uma vez, em sua arrogância infinita, ele disse ser mais confiável que Benjamin Netanyahu para proteger Israel.

Mas o fato é que para os congressistas americanos, não importa quem está certo ou errado sobre os perigos que este acordo causa a Israel. O Estado Judeu não é parte e não está vinculado a seus termos. Se Israel tiver que agir contra o Irã ela o fará.

Os Estados Unidos, por outro lado, é parte e precisará cumprir as cláusulas mais absurdas, inclusive a de dar assistência ao Irã para proteger e defender seu programa nuclear. Isto se o Congresso não rejeitar o acordo.

Para os americanos a questão é se este acordo é bom ou não para a América. Se este acordo torna os Estados Unidos mais seguros e mais longe de uma possível guerra nuclear no futuro. A única maneira de responder à esta questão é considerarmos todas as maneiras pelas quais o Irã é hoje uma ameaça para os Estados Unidos e se este acordo acentua ou diminui esta ameaça.

Para começar, o Irã mantém quatro americanos como reféns. Três estão presos com acusações que vão de espionagem a apostasia. Um deles está provavelmente morto pois o próprio governo do Irã diz não saber de seu paradeiro. O fato dos mulás não terem libertado estes americanos durante as negociações, pelo menos como um gesto de boa vontade, mostra que este acordo não só não os ajudou mas com o acordo concluído, sua situação está muito pior. Hoje o Irã não tem qualquer razão para liberta-los e todo o incentivo para tomar mais reféns.

Além disso, o Irã continua a ser o maior patrocinador do terrorismo mundial, especialmente contra os interesses americanos. Em 2011 o FBI frustrou um plano para matar o embaixador saudita e explodir as embaixadas sauditas e israelenses em Washington.

A presença iraniana pode ser sentida de modo acentuada em Cuba, que acabou de restabelecer relações com os Estados Unidos e em outros países da América Latina como a Venezuela, Nicarágua, Equador e Bolívia. O Irã está buscando passaportes de países amigos no quintal americano para seus agentes poderem viajar para a América sem restrições.

Hoje o Irã pode fixar seus mísseis balísticos na Venezuela, e atacar o território ou navios dos Estados Unidos sem qualquer problema. O exército americano está especialmente preocupado com a habilidade do Irã em enviar um impulso eletromagnético de algum lugar da América Latina que destruiria a rede elétrica dos Estados Unidos. O prejuízo que isso causaria para a economia seria inimaginável. E com a infusão de dinheiro que os mulás irão receber, poderão expandir sua pesquisa em impulsos eletromagnéticos sem qualquer restrições.

Já vimos também as demonstrações de força do Irã durante as negociações no estreito de Hormuz, ameaçando o fluxo de petróleo e a economia mundial. O Irã explodiu uma maquete de um porta-aviões americano, tomou como refém um navio da empresa Maersk e sua guarda revolucionária cercou um outro navio até ele fugir do estreito.
A reação americana foi o colapso estratégico e a capitulação em Viena. A mensagem para os iranianos foi que a pirataria paga. Assim, o Irã continuou a empurrar para a frente e através de seus subordinados Houthis, tomou o Iêmen e a outra rota do petróleo, o estreito de Bab el-Mandab. Hoje o Irã tem como reféns a Arábia Saudita e todos os outros países do golfo árabe controlando todas as vias de escoamento de petróleo e o Mar Vermelho.

Além disso, o Irã tem sido o patrocinador e protetor da Al-Qaeda nos últimos 20 anos.
Quatro dos dezenove terroristas do 11 de setembro 2001 estiveram no Irã antes de viajarem para os Estados Unidos. O jornal The Weekly Standard revelou entrevistas com funcionários da inteligência americana que analisaram os documentos retirados do refugio de Osama Bin Laden, que expõem os laços estreitos entre o Irã e a Al-Qaeda.
Este acordo, aprovado pelo conselho de segurança da ONU, ainda, abre o caminho para o programa balístico do Irã. Isto quer dizer que o Irã pode adquirir a tecnologia e montar o míssil para levar a bomba nuclear à qual terão acesso, de acordo com Obama, em 10 anos. Esta tecnologia é para mísseis intercontinentais, colocando os Estados Unidos na mira do Irã.

Obama na Universidade Americana disse que se o Congresso votar contra o acordo, “vamos perder ... A credibilidade da América como um líder da diplomacia. A credibilidade da América ", explicou ele," é a âncora do sistema internacional. "
Infelizmente, Obama não entende que é o contrário. É o acordo que destrói a credibilidade da América e assim derruba o sistema internacional que esteve ancorado sobre ela nos últimos 70 anos.

O acordo também destrói a credibilidade dos Estados Unidos como um aliado.

Ao servir como defensor do seu pior inimigo, os EUA tem mostrado a seus aliados que eles não podem confiar nas garantias de segurança norte-americanos. Como pode Israel ou a Arábia Saudita confiar na América para defendê-los quando ela está se está colocando em risco a si mesma? O acordo destrói 70 anos de esforços de não-proliferação dos EUA. Ao permitir que o Irã se torne uma potência nuclear, os EUA fez uma paródia da própria noção de não-proliferação e causou uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio.

Os danos causados ​​pelo acordo já está sendo sentida. A Europa, a Rússia e a China já estão batendo nas portas dos aiatolás a assinarem acordos comerciais e militares com o regime.

Mas se o Congresso rejeitar o acordo, ele pode mitigar os danos. Ao faze-lo, o Congresso irá demonstrar que o povo americano não está pronto para ser completamente derrotado. Eles podem mostrar que a América continua empenhada em sua própria defesa e na reconstrução da sua credibilidade estratégica em todo o mundo.

Obama quer convencer o público de que os que são contra ao acordo são ou extremistas partidários ou traidores que se preocupam com Israel mais do que eles se preocupam com a América. Mas nenhuma destas afirmações é verdadeira. A principal razão que os americanos devem se opor ao acordo é que ele põe em perigo a América. E, portanto, estes americanos não são nem partidários extremistas nem vira-casacas. Eles são simplesmente patriotas. Algo que Obama, mesmo sendo presidente, está longe de o ser.

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