Sunday, November 29, 2015

Ahh os Velhos Hábitos - 29/11/2015

Velhos hábitos são difíceis de mudar. E na Europa, isto parece ser quase impossível. Primeiro, a Ministro das Relações Exteriores da Suécia Margot Wallstrom disse que "para contrapor à radicalização, precisamos ver a a situação do Oriente Médio, aonde os palestinos não têm qualquer futuro. Eles precisam ou aceitar uma situação desesperadora ou se entregar à violência.” Assim, para ela, os palestinos aceitarem fazer uma paz justa que traga segurança para Israel não está nas cartas.

Depois foi a vez do presidente do partido socialista holandês Jan Marijnissen que não pensou duas vezes antes de vincular os ataques terroristas em Paris com Israel. Ele disse que “as ações dos terroristas estão conectadas com o conflito envolvendo os palestinos. Que os rapazes que levaram a cabo os ataques são provavelmente originários de um grupo de pessoas ultrajadas dos subúrbios franceses”.

O famoso jornal francês Le Monde, ecoou este sentimento em um editorial, dizendo ser necessário que a França exija que a comunidade internacional estabeleça imediatamente um estado palestino nas linhas de armistício de 1948. Como se isso magicamente dissolveria o Estado Islâmico.

Este é o clássico uso do judeu como bode-expiatório para os problemas da Europa. Se tal estratégia funcionara nos séculos passados culminando com o Holocausto, agora não mais.

O Daesh (Estado Islâmico) está alvejando o coração das capitais europeias, seus sistemas de transporte, salas de concertos, estádios de futebol. Os Europeus podem tentar fugir da realidade, mas a verdade está aí. A Europa alcovitou e apaziguou o mundo árabe por seu petróleo e durante décadas condenou Israel. Trouxe milhões de muçulmanos para suas cidades na esperança de assimilá-los em sua cultura “superior”. O oposto ocorreu. O islamismo tomou o continente e trouxe aos europeus só banhos de sangue e o caos. O inferno não começou no último dia 13 de novembro. Começou em larga escala de fato, em Madrid em 2004 quando 191 pessoas morreram e mais de duas mil foram feridas num ataque terrorista islâmico.

Mas mesmo agora, os europeus continuam a ver a criação de um estado palestino como solução ao ódio e determinação do Daesh!!!

A verdade é que o Estado Islâmico, assim como a Al-Qaeda, não se importa com a “Palestina”. Mesmo se ela for criada amanhã, o Daesh não deixará a Europa em paz.

Contrariamente ao que os políticos querem nos fazer acreditar, o Estado Islâmico não foi criado como resposta à “frustração” ou “ultraje” com a situação dos palestinos. O Estado Islâmico foi criado como uma concretização do sonho dos muçulmanos sunitas ao redor do mundo de ressuscitar seu califado e expandi-lo para o resto do mundo aonde a lei islâmica imperará.

Esta ideia não é nova. A Irmandade Muçulmana foi estabelecida em 1928 com este objetivo. O Daesh é bem explicito sobre esta ser sua causa. Mas os europeus continuam a negar esta ideia como sendo absurda e continuam a se apegar à retórica desconexa sobre a “Palestina”. Talvez seja uma obsessão que torna impossível a mudança de visão ultrapassada do mundo segundo a qual, os árabes, muçulmanos e é claro, os palestinos, são os oprimidos e sem poder!

Esta inflexibilidade de visão também revela uma enorme ignorância sobre as origens do Estado Islâmico. O Daesh é uma empresa de vários bilhões de dólares derivados da venda do petróleo, de artefatos históricos, de comercio de escravos e reféns que ele usa para alimentar seu aparelho de guerra, com recrutadores profissionais e uso de mídia social para propaganda e marketing. Tudo isso gerenciado por ex-oficiais do exército de Saddam Hussein.  Descrever estas pessoas como vítimas “frustradas” vai além da imaginação de qualquer pessoa sana que não viva num universo paralelo.

Alguém devia perguntar à liderança europeia se ela acha que tal “frustração” justifica os estupros e assassinatos em massa de mulheres e crianças cristãs e yazidis. Os europeus se calaram quando imagens dos leilões de meninas de 3, 4, 5 anos de idade chegaram aos seus computadores. Foi só quando milhares de jovens rapazes começaram a inundar seus países que os europeus em sua hipocrisia levantaram a voz em prol dos refugiados.

Culpar Israel pelo terrorismo na Europa apenas mostra a cegueira do velho continente para a realidade do Estado Islâmico. Para a Europa, apontar o dedo para os judeus junto com declarações vazias de tolerância, paz e amor é passar para a zona confortável do antissemitismo em que poucas explicações são necessárias.

E apesar deste antissemitismo e de dois mil anos de exílio o povo judeu sobreviveu. Um exílio carregado de perseguições, confiscos e exterminação especialmente na Europa.

Através dos séculos, historiadores, sociólogos, filósofos, psicólogos e outros acadêmicos tentaram descobrir o segredo da continuidade do povo judeu contra toda a lógica. Talvez haja uma explicação.

Nesta semana aconteceu algo formidável em Israel. Algo que infelizmente não foi tão interessante para a mídia internacional, mas que conseguiu chegar nas primeiras páginas dos jornais israelenses.

O casamento de Sarah Tehyiah Litman e Ariel Bigel tinha que ter sido um evento relativamente pequeno, para a família e os amigos. Mas depois do pai da noiva Yaakov e do irmão Netanel serem brutalmente assassinados há 10 dias, suas vidas mudaram, a data do casamento mudou e também os convidados.

O rabino chefe de Israel anunciou que estaria presente na cerimônia e milhares de pessoas através da mídia social, apesar de não convidados, postaram que estariam no casamento para cumprir a mitzvah de alegrar os noivos depois da semana difícil de luto que passaram. O Centro de Convenções de Jerusalém ofereceu sua sala e o extraordinário aconteceu: dezenas de milhares de pessoas de todo o país e do exterior afluíram ao local e o enorme Centro de Convenções ficou pequeno. Centenas ficaram fora nas ruas, esperando por um vislumbre dos recém-casados.

Para quem assistiu as cenas do casamento pela internet, viu a grande alegria e a profunda tristeza intrinsecamente ligadas. A Terra de Israel foi adquirida com muita dor. O retorno de seu povo carrega um preço alto que estamos pagando há anos, com guerras e ataques terroristas.

Mas este povo não deixa nem a dor nem o desespero quebra-lo. Como disse o pai do soldado Ziv Mizrahi, no seu enterro na semana passada, o povo de Israel vive e viverá para sempre. Os judeus mordem seus lábios e derramam lágrimas, mas seguem em frente. Que depois de milhares de anos errando pela Diáspora, hoje eles têm uma pátria e as vidas perdidas não são mais em vão.

A habilidade de passar da dor - pela perda de um pai e um irmão - à alegria e à esperança de construir uma nova casa e uma nova família em Israel é algo maravilhoso. O poder de se levantar do luto e olhar para frente é a fundação da existência eterna do povo judeu.  Aqueles que carregam uma fé e determinação tão grandes nunca serão derrotados. E certamente não por animais aos quais falta qualquer resquício de humanidade.



Sunday, November 15, 2015

Um Segundo Ataque a Paris - 15/11/2015

Pela segunda vez neste ano, a França está em luto. Em menos de 2 horas, 129 pessoas perderam suas vidas e mais de 350 estão feridas - 90 em estado crítico. Os perpetradores mais uma vez, muçulmanos que assassinaram em nome de Alá, Maomé e do Estado Islâmico.

Em janeiro eles atacaram o modo ocidental de pensar, de expressão. Desta vez o Estado Islâmico atacou o nosso modo de vida: restaurantes, um jogo de futebol e um concerto de musica.

O escândalo e a surpresa não estão nos ataques. Estamos ficando acostumados com cenas de carnificina aos gritos de Alá uAkbar! Desde os anos 90, ocorreram ataques em todos os continentes com milhares de vítimas, mortas com vários graus de crueldade.

O espanto está na falta de liderança para combater este mal. Apenas duas horas antes dos ataques, numa entrevista com George Stephanopolous da ABC, o Presidente americano Barack Obama, negou categoricamente que o Estado Islâmico estaria se fortalecendo, e que de fato, seu avanço estava contido!!!!

Ou Obama escolhe conscientemente negar os fatos e pessoalmente acredita que o Islão prega apenas a paz e não mata inocentes, ou ele vive no mundo de fantasia de modo patológico. E não é só ele. No dia seguinte aos ataques, no debate entre os candidatos democratas, Berny Sanders disse que para ele o maior perigo para a segurança nacional continua a ser o aquecimento global e Hillary Clinton reiterou que os Estados Unidos não estão e nunca estarão em guerra com o Islão!

E ela quer ser a próxima presidente dos Estados Unidos!! Se isso acontecer, ela trará 250 mil refugiados do Oriente Médio para a América. Há apenas um mês, um dos terroristas de Paris, foi registrado em outubro na Grécia como refugiado! É loucura trazer, abrigar e dar assistência ao seu próprio inimigo. Àquele que vê a destruição de todos os seus valores como o pináculo de sua religião.

O Estado Islâmico anunciou recentemente que já enviou quatro mil de seus “irmãos” para a Europa e prometeu punir os que os estão atacando. E em menos de duas semanas levaram à cabo vários ataques na Turquia, explodiram um avião civil russo sobre o Sinai, matando todos os passageiros, causaram o pior ataque em Beirute desde o fim da guerra civil e na sexta-feira o ataque em Paris. Hoje o Estado Islâmico está no Iraque, na Síria, no Sinai, na Líbia, no Iêmen, no Afeganistão, na Ásia e até na Nigéria. O Boko Haram hoje se chama o Estado Islâmico da África Ocidental! Eles ainda dizem ter presença em todos os estados dos Estados Unidos. É isso o que Obama considera “contidos”???

A clara expansão do Estado Islâmico ou Daesh não é apenas em território no Iraque e na Síria, mas na mente dos muçulmanos que vivem em todos os países do mundo. No último mês o grupo provou que pode atacar aonde quiser, quando quiser. E é a sua ideologia que precisa ser vencida.

O presidente Al-Sissi que é muçulmano praticante chegou à mesma conclusão que judeus e cristãos chegaram séculos atrás. O islamismo precisa de uma reforma. Muçulmanos precisam deixar de aplicar o Al-Corão literalmente como se o que seu profeta fez, incluindo matar, mentir, enganar e casar com meninas de 9 anos de idade, fosse a melhor coisa desde a invenção da roda. Precisam entender que foi exatamente esta mentalidade que os preveniu de avançar e os prendeu intelectualmente no século VII.

Os muçulmanos precisam de novos interpretes que condenem a decapitação e amputações como punição, que reconheçam a igualdade entre as pessoas, o direito de livre expressão e liberdade de culto e como nós, aprendam a não tomar literalmente o olho por olho, dente por dente. Imaginem onde estaríamos hoje se continuássemos a aplicar literalmente esta e outras leis da Bíblia?

Lideres e a mídia insistem que esta é uma versão radical do islamismo. Primeiro, isto não é verdade. A maioria dos grandes países muçulmanos como a Arábia Saudita, o Irã e agora o Estado Islâmico, aplica estas regras literalmente. 16% dos muçulmanos franceses apoiam o Estado Islâmico e querem trazer a lei islâmica para a França como aplicada por estes lunáticos. E mesmo se fossem uma minoria, é uma minoria muito real que precisa ser combatida ideologicamente. Ainda não vimos um muçulmano questionar a auto-coroação de Abu Baker al Bagdadi como Califa.

Apesar de a Arábia Saudita ter sido uma das maiores patrocinadoras desta versão absolutamente medieval do islamismo, ela mesma não quer receber qualquer refugiado da Síria ou do Iraque. E sabem por quê? Ela diz que há terroristas entre eles e não pode se dar ao luxo de receber nenhum no reino.

Esta é a mesma ideologia islâmica promovida pelo Hamas e também pela Autoridade Palestina. Israel tem denunciado a discriminação, o racismo ensinados nas escolas palestinas e especialmente o ódio aos judeus, à Israel e ao ocidente. Mas ninguém dá ouvidos porque afinal, até agora, foram só judeus os massacrados.

A crueldade e desrespeito para com a vida humana também chegou ao ápice nesta sexta-feira em Israel quando a família Litman viajava para comemorar o Shabat antes do casamento de sua primeira filha que deve ocorrer nesta terça-feira.  O pai, o Rabino Yaakov Litman de 40 anos e seu filho Netanel foram brutalmente assassinados por palestinos quando forçaram seu carro a bater e o crivaram de balas. A esposa do rabino e outros filhos foram feridos. Isto pareceria mais um ataque como outro se não fosse pelo fato que segundos depois, uma ambulância do crescente vermelho, afiliada à cruz vermelha, não tivesse passado no local. O motorista chegou a parar para ver o que tinha acontecido, somente para recusar assistência e partir. Foram longos minutos para uma ambulância israelense chegar para encontrar pai e filho já sem vida.

Isto é o que faz um membro da Cruz Vermelha? Israel para poder participar com o Magen David Adom teve que retirar a estrela de David por ser “ofensiva”! Isto não é ofensivo?? E Israel continua a prestar ajuda humanitária a árabes palestinos que a odeiam, como a irmã do chefe do Hamas Ismail Hanyiah que se trata em Israel e a mulher de Abbas que se operou em Tel Aviv??

Os israelenses sempre dizem que não querem ser otários. Mas são os maiores otários por acharem que os árabes ou o mundo valorizam atos humanitários como este.

O mundo repaga com Israel ao exigir rótulos, da mesma forma que exigiu o uso da estrela amarela através da história culminando com o holocausto. “Só a titulo informativo” como disse o embaixador da comunidade europeia em Israel.

Só a titulo informativo, os jihadistas não deixarão a Europa, os Estados Unidos ou o resto do ocidente em paz. Para eles o mundo fora do Islão é o mundo com quem eles estão em guerra e têm a obrigação religiosa de derrotar e submeter. Toda sanção, reprovação e condenação de Israel, que está na linha de frente desta luta contra o terrorismo, é uma premiação e um encorajamento para ataques ainda mais mortíferos.

Vamos ver se os ataques em Paris trarão alguma claridade moral e acordarão a Europa para ela finalmente reconhecer quem está do seu lado nesta guerra.


Sunday, November 8, 2015

O Rotulamento Imoral da Europa - 08/11/2015

Nos últimos três anos, de tempos em tempos, ouvimos que a União Europeia está para publicar regras de rotulagem de produtos israelenses provenientes de áreas que se encontram além da linha verde de 1948. Isto inclui a Judea, a Samária, partes de Jerusalem e os Altos do Golan.

Nesta semana, a União Européia anunciou que as regras estão prontas e deverão ser anunciadas nos próximos dias.

A reação de Israel foi de dura critica. Os europeus tentaram dizer no passado que a rotulagem não é para promover qualquer boicote. Seu porta-voz disse à televisão Bloomberg em Junho que o “princípio fundamental é simplesmente não enganar os consumidores europeus sobre a origem dos produtos”.

Os europeus querem que acreditemos que a rotulagem especial é um meio simples de fornecer informação para seus consumidores  e que isso nada tem a ver com qualquer boicote sórdido. Deve ter sido um argumento semelhante o usado pelos nazistas ao exigirem que os judeus usassem a estrela amarela nos anos 30 e 40. Só para o público alemão saber a titulo de informação com quem estava lidando...

Estas tentativas de dissociação são pouco convincentes. O que exatamente os europeus esperam que haja nos rótulos? Vamos lá: “Produzido por colonos Isralenses em Território Palestino Ocupado”? ou “Produzido na Palestina Ocupada por Colonos Israelenses Opressores e Palestinos Oprimidos Contratados?” Até o mais inócuo “Produzido na Cisjordânia (produção de colonias israelenses)”, que já consta de alguns produtos nos supermercados da Inglaterra, é suficiente para causar a rejeição de consumidores europeus infectados pelo preconceito antissemita, bombardeado diáriamente pela mídia.

Já há dano para companhias israelenses, particularmente da industria agricola como produtos comestiveis e flores do Vale do Jordão, depois que países como a Inglaterra, a Belgica e a Dinamarca implementaram regras individuais de rotulagem.

Numa entrevista em junho, David Ehayani, presidente do conselho regional do Vale do Jordão disse que agricultores israelenses já haviam perdido 150 milhões de shekels anuais em exportações para a Europa como resultado da nova rotulagem.

Outra mentira que os europeus estão tentando vender é que a rotulagem seria “uma nota interpretativa e não legalmente obrigatória”. Isto é, teoricamente, negociantes europeus poderiam escolher colocar o rótulo ou não. O problema é que uma vez que a Comissão Européia fizer a recomendação para colocar o rótulo, a maioria dos países verão esta como uma obrigação moral. Como se tivesse qualquer coisa de moral em forçar Israel a capitular frente às imorais exigencias palestinas, sem pedir nada em retorno como por exemplo, cessar o incessante incitamento contra Israel e judeus.

Não é de espantar que a maioria dos países europeus são a favor da rotulagem. Em abril, os ministros do exterior da França, da Inglaterra, Espanha, Italia, Belgica, Suécia, Malta, Austria, Irlanda, Portugal, Eslovênia, Hungria, Finlandia, Dinamarca, Holanda e Luxemburgo assinaram uma carta apoiando a medida.

A Alemanha foi o único dos cinco maiores países europeus a não assinarem a carta. Será que os alemães tiveram uma outra compreensão desta medida?

O momento deste novo empurrão da Europa pela rotulagem de produtos israelenses provenientes de áreas além da linha verde não é coincidência. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu viajará na semana que vem para se encontrar com o presidente Obama em Washington.

No passado, a Europa se absteve de publicar estas regras sob pressão americana. Isto aconteceu nos nove meses de negociação de John Kerry que terminou sem qualquer resultado em 2014.

Agora, no entanto, não há negociações e Obama não está interessado em nada que tenha a ver com o processo de paz entre Israel e os palestinos ou a falta dele. Ele precisa da Europa para outras coisas, como apoio na Síria e no Iraque e não irá incomodar seus aliados com isso. Ele pode até usar a publicação como uma ameaça para forçar Netanyahu a mais uma concessão para reativar as inúteis negociações com os palestinos.

Se ele fizer isso, estará repetindo mais uma vez o erro que todos os que apoiam os boicotes, desinvestimentos e sanções fazem.

Apontar o dedo condenador só para Israel, não é só errado. É imoral por várias razões. Primeiro ela coloca toda a culpa pelo fracasso das negociações com os palestinos, somente sobre os ombros de Israel.

Segundo, a Europa esquece dos outros conflitos sem resolução, aos quais ela não exige rotulagem: o norte da ilha de Chipre continua ocupada pela Turquia. Centenas de milhares de pessoas deslocadas há decadas, sem resolução. Não há rótulo especial de Chipre. Os Bascos na Espanha. Os curdos que são a maior minoria do Oriente Médio com milhões espalhados no Irã, no Iraque, na Síria e na Turquia, não merecem um estado. E os tibetanos?? Não, não, não, não mexemos com a China...

Aqueles que apoiam o boicote de Israel se recusam a reconhecer a realidade histórica do conflito e também ignoram a realidade que o país vive atualmente. Ignoram o absurdo do fato que judeus viveram na Judeia, Samaria e em Jerusalem por mais de 3 mil anos ininterruptamente. Que foram expulsos de suas casas em 1948 e voltaram 19 anos mais tarde em 1967 e de repente são considerados “colonos”???

Ignoram que a onda de violência contra israelenses inocentes, meninos de 13 anos e avós de 80, é uma lembrança não só da incitação mas da profundidade da intransigência violência que permea a sociedade palestina.

A decisão da Europa de rotular os produtos israelenses agora, enquanto a liderança palestina está completamente voltada ao incitamento e a glorificação de terroristas, não é só errada e imoral. É perigosa. Ela premia a violência palestina e vilifica Israel,  preparando o palco para ainda mais violência.

Gostaria de aproveitar alguns minutos para lembrar o Quinto presidente de Israel, Yitzhak Navon que nos deixou ontem aos 94 anos.

A morte de Navon gerou uma onda de tristeza em Israel. Um homem modesto, que falava fluentemente o Hebraico, o Árabe, o Ingles, o Espanhol, Ladino e Yiddish, Navon era a 20ª geração de judeus expulsos da Espanha que nasceram em Israel inclusive de renomados rabinos.

Navon representava a fusão da nobreza com o homem do povo. Ele queria saber tudo sobre a vida de todos que conhecia. Escreveu vários livros e promoveu a cultura sefaradi em Israel, mas gostava mesmo de passear no mercado aonde comia falafels e conversava com os vendedores.


Um personagem marcante da História de Israel que acreditava que a convivencia de judeus com  árabes era possível e que a paz nunca estava muito longe. Apesar de seu sonho estar mais distante do que nunca, o homem Yitzhak Navon não será nunca esquecido.

Sunday, November 1, 2015

Vinte Anos da Morte de Rabin - 01/11/2015

Aqueles que seguem a mídia israelense diariamente podem notar que todo o ano, nesta época, o foco do noticiário se volta para o aniversário do assassinato do ex-primeiro-ministro Yitzhak Rabin. Este ano está sendo particularmente especial, pois Rabin foi morto há exatamente 20 anos.

Para marcar a ocasião, ontem à noite ocorreu em Tel Aviv uma grande manifestação que incluiu a presença do presidente de Israel, Ruby Rivlin e do ex-presidente americano Bill Clinton. Obama enviou uma mensagem em vídeo. Shimon Perez também esteve presente, mas surpreendentemente, não lhe deram a palavra.

Os discursos foram tediosamente os mesmos: como os israelenses têm a obrigação de correr atrás da paz, se não por outro motivo, que o de realizar o sonho de Rabin.

É irônico que do outro lado desta “paz” idílica, os palestinos resolveram marcar a semana com uma petição para a Comissão de Direitos Humanos da ONU para que a organização estabeleça um ‘regime internacional especial de proteção” dos palestinos contra Israel. Quer dizer, Abbas incita os palestinos a atacarem, esfaquearem e assassinarem judeus e ele exige tropas da ONU para protege-los? É isso??

De acordo com Abbas, não vale a pena perder tempo com negociações só para negociar. Para ele, o que importa é acabar com o que ele chama de “ocupação” de acordo com a legitimidade internacional”.

Isto vindo de um homem que nunca negociou em boa fé com Israel na sua vida e nos últimos sete anos se recusou até a fingir que estava negociando. Alguém que se intitula Doutor com uma tese que alega um falso conluio dos nazistas com os sionistas durante a Segunda Guerra. Alguém que ganhou a eleição em 2005 para quatro anos e não larga a cadeira de presidente há dez. Alguém que incita jovens a morrerem pelo jihad, mas ele continua a encher os bolsos com os milhões que a comunidade internacional envia aos “pobres palestinos” que nunca assumem responsabilidade por sua situação. Alguém que grita contra uma ocupação israelense que nunca foi legitima, legal ou historicamente de território palestino, mas de território Jordaniano.

Isto é esperado dos palestinos e parabéns para eles que conseguiram fazer o mundo inteiro engolir sua mentira.  

Do lado israelense, no entanto, infelizmente, os discursos e demonstrações que vimos ontem, castigando o movimento nacional religioso e culpando a direita pela falta de paz, só mostram o quanto Israel aprendeu pouco sobre os palestinos nos últimos 20 anos.

Esta saga anual no aniversário do assassinato de Rabin é perniciosa para Israel por vários motivos. Primeiro, culpar o assassinato pela situação atual com os palestinos, impede que vejamos realmente as razões do fracasso de Oslo. Para estes comentadores, independentemente dos esforços dos cinco primeiros-ministros subsequentes, Rabin teria chegado a um acordo final com Yasser Arafat, se somente tivesse terminado seu termo.

Esta afirmação ignora a natureza dos acordos de Oslo, do processo e destorce a posição de Rabin na época. Contrariamente ao que os arquitetos de Oslo quiseram nos fazer acreditar, o processo nunca poderia ter trazido a paz. E isto é porque nem a OLP nem Yasser Arafat jamais estiveram interessados em qualquer paz.

Vejam só. Logo após seu encontro histórico em Washington em Setembro de 1993, em que frente ao mundo apertou a mão de Rabin, Perez e Clinton, Arafat viajou para a África do Sul. Lá ele falou para uma audiência de muçulmanos em árabe que o processo de paz era uma fraude. Que era apenas um mecanismo para enfraquecer Israel e fortalecer os palestinos. Que isso posicionaria os palestinos para finalmente destruir Israel através do Jihad. Esta mensagem não foi esporádica. Foi a primeira de uma política consistente que ele assumiu com os palestinos e o resto do mundo árabe após Oslo.

Do lado de Israel, no entanto, o país embarcou na onda de paz e amor. Jornalistas, educadores, políticos, não mais podiam criticar Arafat ou a OLP, que foram de pais do terrorismo mundial a “moderados parceiros para a paz”. Esta mensagem foi passada para os livros escolares com a conclusão final de que “não há solução militar para o conflito”. Shimon Peres, o arquiteto-mor de Oslo, na época ministro do exterior, mandou desmantelar o departamento de hasbarah do governo, ou relações públicas, dizendo que a paz era a melhor propaganda para Israel.

Os palestinos também mudaram seu currículo escolar. A partir de 1994 as escolas foram encarregadas de doutrinarem os alunos para desumanizar os israelenses e ver seu assassinato como o mais alto dever moral.

A situação só piorou com Mahmoud Abbas. Ele baniu produtos israelenses nos supermercados árabes, monitora de perto os que trabalham em Israel para receber seus impostos, direciona a mídia para um ódio sem limites a judeus, glorifica os terroristas pagando a suas famílias salários milionários e nomeando ruas, praças, torneios de esportes e colônias de férias com seus nomes.

Assim, Oslo não fracassou porque Rabin foi morto. Oslo fracassou, e continua a fracassar porque os acordos foram baseados numa premissa falsa de que os palestinos eram infelizes porque não tinham um estado e a ausência deste estado era a culpa de Israel. Então, se só Israel entregasse terras suficientes, os palestinos ficariam felizes e fariam a paz.

Mas o próprio Arafat confirmou que sua concessão ao assinar Oslo era puramente formal. Moral, religiosa e politicamente, ele não podia reconhecer o direito de Israel de existir ou a ideia de dois estados para dois povos nesta pequena faixa de terra. Oslo para Arafat e os palestinos, nunca foi um processo de construção de sua entidade nacional mas apenas um veículo para destruir Israel.

Outra razão pela qual culpar a direita ano após ano é perniciosa, é que destorce o legado de Yitzhak Rabin. Rabin nunca foi um esquerdista. Ele era acima de tudo um fanático pela segurança de Israel. Todos nós assistimos seu desconforto ao apertar a mão de Arafat em 1993. Sua visão de paz não era um estado árabe independente e soberano no meio de Israel. Jerusalém para ele estava fora de cogitação. As comunidades da Judeia, Samaria e Gaza não seriam desmanteladas. Fronteiras com a Jordania e Egito ficariam sob o controle israelense. Esta era a sua visão.

Foi Shimon Peres e seus associados que num erro histórico crasso, foram tirar o esquecido e ostracizado Arafat do exílio, achando que este seria agradecido e mudaria sua política. Isto obviamente, não foi o que aconteceu.

De acordo com sua filha, Dalia, na véspera de seu assassinato, Rabin estava seriamente pensando em cancelar os acordos de Oslo por causa da escalação de ataques terroristas em Israel. Ele teria dito que o bom dos acordos é que eles poderiam ser anulados a qualquer momento.

As ações de Abbas na ONU esta semana não devem vir como surpresa. Elas são parte das maquinações da Guerra de terror dos palestinos para forçar o estado judeu a abandonar seu controle sobre a Judeia, Samaria e Jerusalem.

Chegou sim a hora de pararmos de destorcer a visão e cumprirmos os desejos de Yitzhak Rabin. Chegou a hora de acabarmos com o processo de Oslo de uma vez por todas.