Sunday, November 29, 2015

Ahh os Velhos Hábitos - 29/11/2015

Velhos hábitos são difíceis de mudar. E na Europa, isto parece ser quase impossível. Primeiro, a Ministro das Relações Exteriores da Suécia Margot Wallstrom disse que "para contrapor à radicalização, precisamos ver a a situação do Oriente Médio, aonde os palestinos não têm qualquer futuro. Eles precisam ou aceitar uma situação desesperadora ou se entregar à violência.” Assim, para ela, os palestinos aceitarem fazer uma paz justa que traga segurança para Israel não está nas cartas.

Depois foi a vez do presidente do partido socialista holandês Jan Marijnissen que não pensou duas vezes antes de vincular os ataques terroristas em Paris com Israel. Ele disse que “as ações dos terroristas estão conectadas com o conflito envolvendo os palestinos. Que os rapazes que levaram a cabo os ataques são provavelmente originários de um grupo de pessoas ultrajadas dos subúrbios franceses”.

O famoso jornal francês Le Monde, ecoou este sentimento em um editorial, dizendo ser necessário que a França exija que a comunidade internacional estabeleça imediatamente um estado palestino nas linhas de armistício de 1948. Como se isso magicamente dissolveria o Estado Islâmico.

Este é o clássico uso do judeu como bode-expiatório para os problemas da Europa. Se tal estratégia funcionara nos séculos passados culminando com o Holocausto, agora não mais.

O Daesh (Estado Islâmico) está alvejando o coração das capitais europeias, seus sistemas de transporte, salas de concertos, estádios de futebol. Os Europeus podem tentar fugir da realidade, mas a verdade está aí. A Europa alcovitou e apaziguou o mundo árabe por seu petróleo e durante décadas condenou Israel. Trouxe milhões de muçulmanos para suas cidades na esperança de assimilá-los em sua cultura “superior”. O oposto ocorreu. O islamismo tomou o continente e trouxe aos europeus só banhos de sangue e o caos. O inferno não começou no último dia 13 de novembro. Começou em larga escala de fato, em Madrid em 2004 quando 191 pessoas morreram e mais de duas mil foram feridas num ataque terrorista islâmico.

Mas mesmo agora, os europeus continuam a ver a criação de um estado palestino como solução ao ódio e determinação do Daesh!!!

A verdade é que o Estado Islâmico, assim como a Al-Qaeda, não se importa com a “Palestina”. Mesmo se ela for criada amanhã, o Daesh não deixará a Europa em paz.

Contrariamente ao que os políticos querem nos fazer acreditar, o Estado Islâmico não foi criado como resposta à “frustração” ou “ultraje” com a situação dos palestinos. O Estado Islâmico foi criado como uma concretização do sonho dos muçulmanos sunitas ao redor do mundo de ressuscitar seu califado e expandi-lo para o resto do mundo aonde a lei islâmica imperará.

Esta ideia não é nova. A Irmandade Muçulmana foi estabelecida em 1928 com este objetivo. O Daesh é bem explicito sobre esta ser sua causa. Mas os europeus continuam a negar esta ideia como sendo absurda e continuam a se apegar à retórica desconexa sobre a “Palestina”. Talvez seja uma obsessão que torna impossível a mudança de visão ultrapassada do mundo segundo a qual, os árabes, muçulmanos e é claro, os palestinos, são os oprimidos e sem poder!

Esta inflexibilidade de visão também revela uma enorme ignorância sobre as origens do Estado Islâmico. O Daesh é uma empresa de vários bilhões de dólares derivados da venda do petróleo, de artefatos históricos, de comercio de escravos e reféns que ele usa para alimentar seu aparelho de guerra, com recrutadores profissionais e uso de mídia social para propaganda e marketing. Tudo isso gerenciado por ex-oficiais do exército de Saddam Hussein.  Descrever estas pessoas como vítimas “frustradas” vai além da imaginação de qualquer pessoa sana que não viva num universo paralelo.

Alguém devia perguntar à liderança europeia se ela acha que tal “frustração” justifica os estupros e assassinatos em massa de mulheres e crianças cristãs e yazidis. Os europeus se calaram quando imagens dos leilões de meninas de 3, 4, 5 anos de idade chegaram aos seus computadores. Foi só quando milhares de jovens rapazes começaram a inundar seus países que os europeus em sua hipocrisia levantaram a voz em prol dos refugiados.

Culpar Israel pelo terrorismo na Europa apenas mostra a cegueira do velho continente para a realidade do Estado Islâmico. Para a Europa, apontar o dedo para os judeus junto com declarações vazias de tolerância, paz e amor é passar para a zona confortável do antissemitismo em que poucas explicações são necessárias.

E apesar deste antissemitismo e de dois mil anos de exílio o povo judeu sobreviveu. Um exílio carregado de perseguições, confiscos e exterminação especialmente na Europa.

Através dos séculos, historiadores, sociólogos, filósofos, psicólogos e outros acadêmicos tentaram descobrir o segredo da continuidade do povo judeu contra toda a lógica. Talvez haja uma explicação.

Nesta semana aconteceu algo formidável em Israel. Algo que infelizmente não foi tão interessante para a mídia internacional, mas que conseguiu chegar nas primeiras páginas dos jornais israelenses.

O casamento de Sarah Tehyiah Litman e Ariel Bigel tinha que ter sido um evento relativamente pequeno, para a família e os amigos. Mas depois do pai da noiva Yaakov e do irmão Netanel serem brutalmente assassinados há 10 dias, suas vidas mudaram, a data do casamento mudou e também os convidados.

O rabino chefe de Israel anunciou que estaria presente na cerimônia e milhares de pessoas através da mídia social, apesar de não convidados, postaram que estariam no casamento para cumprir a mitzvah de alegrar os noivos depois da semana difícil de luto que passaram. O Centro de Convenções de Jerusalém ofereceu sua sala e o extraordinário aconteceu: dezenas de milhares de pessoas de todo o país e do exterior afluíram ao local e o enorme Centro de Convenções ficou pequeno. Centenas ficaram fora nas ruas, esperando por um vislumbre dos recém-casados.

Para quem assistiu as cenas do casamento pela internet, viu a grande alegria e a profunda tristeza intrinsecamente ligadas. A Terra de Israel foi adquirida com muita dor. O retorno de seu povo carrega um preço alto que estamos pagando há anos, com guerras e ataques terroristas.

Mas este povo não deixa nem a dor nem o desespero quebra-lo. Como disse o pai do soldado Ziv Mizrahi, no seu enterro na semana passada, o povo de Israel vive e viverá para sempre. Os judeus mordem seus lábios e derramam lágrimas, mas seguem em frente. Que depois de milhares de anos errando pela Diáspora, hoje eles têm uma pátria e as vidas perdidas não são mais em vão.

A habilidade de passar da dor - pela perda de um pai e um irmão - à alegria e à esperança de construir uma nova casa e uma nova família em Israel é algo maravilhoso. O poder de se levantar do luto e olhar para frente é a fundação da existência eterna do povo judeu.  Aqueles que carregam uma fé e determinação tão grandes nunca serão derrotados. E certamente não por animais aos quais falta qualquer resquício de humanidade.



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