Sunday, January 29, 2017

Trump e a Mudança da Embaixada - 29/01/17

Obama deixou a Casa Branca da mesma forma que entrou. Quando inaugurado presidente em 2009, Obama fez sua primeira chamada a um lider estrangeiro a Mahmoud Abbas, prometendo uma nova política americana em relação a Israel e com ela fazer a paz. Apesar de suas promessas a Israel, ficou claro em toda a sua presidência que Obama não era um intermediário neutro. Que claramente favorecia os palestinos. Não houve paz, a nova política só causou mais divisões e retrocesso. Nos últimos minutos de sua presidência, novamente Obama demonstrou sua preferência. Ele assinou a transferência de 221 milhões de dólares dos contribuintes americanos, para Mahmoud Abbas. Não para ajudar os refugiados da Síria que estão morrendo como moscas, ou para a ajudar a epidemia de AIDS na Africa. Não, ele mandou dinheiro para engordar as contas suíças dos corruptos oficiais palestinos.

Por outro lado, em uma semana como presidente, Donald Trump bateu o recorde de decisões e ações direcionadas a cumprir suas promessas de campanha. Diferentemente de Barack Obama que aproveitava todo e qualquer minuto para jogar golfe, Trump mostrou que apesar de 15 anos mais velho, ele tem muita energia para conduzir o país. No âmbito domestico, Trump conseguiu que empresas como Ford e Lockheed Martin se comprometessem a investir centenas de milhões de dólares criando milhares de empregos. Outras cancelaram ou reduziram sua transferência para o México e outros países.

Entre congelar a contratação de novos servidores públicos, a retirar a America do Tratado Trans-Pacífico, a congelar e mandar reduzir 75% dos regulamentos que atravancam e encarecem o custo de empresas americanas, ao mandato para a construção do muro separando os Estados Unidos do México e a proibição da entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, Trump está sacudindo o mundo.  

Várias destas decisões causaram um mal-estar internacional e protestos maciços nos principais aeroportos americanos. O muro custou a visita do presidente do México e o banimento mereceu uma promessa de retaliação do Irã, um dos sete países atingidos. Os outros são Somália, Iêmen, Iraque, Sudão, Líbia e claro, a Síria.

Estando contra ou a favor de sua política, o fato do presidente estar já na primeira semana cumprindo suas promessas é por si só um sopro de ar fresco.

A esquerda foi imediatamente ao ataque. E os protestos desproporcionais revelaram sua verdadeira cara. Os cartazes dos manifestantes nos aeroportos exigiam a eliminação de qualquer fronteira.

Um país só é um país quando exerce sua soberania sobre seu território. A própria definição de território é o que é limitado por fronteiras. Os Estados Unidos têm uma das políticas mais flexíveis sobre imigração do mundo. Mas o que o pessoal não entende é que imigração é um privilégio, não um direito. E para isso, o país pode estabelecer limites e condições ao imigrante.

Cinicamente, o México tem uma das políticas mais rígidas do mundo para imigrantes. Para receber a residência permanente, não cidadania, além de provar que domina a língua, o imigrante tem que provar que pode se sustentar sozinho e que tem família no México. Nenhum destes requisitos são exigidos nos Estados Unidos para o visto de residência. Assim, se o presidente do México Enrique Peña Nieto, está querendo medir níveis de testosterona com Trump, ele escolheu a pessoa errada.

Nieto está fazendo isto para alcançar alguma popularidade para seu partido que perdeu feio nas eleições estaduais no ano passado. Como ele não pode ser reeleito, quer mostrar que seu partido peita até o presidente americano.

E Nieto não parou por aí. O México nunca foi um grande amigo de Israel, sempre votando com os palestinos. Mas neste final de semana Nieto teve a cara de pau de censurar Netanyahu por concordar com Trump, dizendo que o muro resolveu grande parte das infiltrações de imigrantes ilegais e terroristas em Israel. É o fim da picada!

O grande suspense agora ficou com a transferência da embaixada americana para Jerusalem. Vendo o movimento em Washington, os palestinos estão apertando o botão de emergência diariamente fazendo apelos à comunidade internacional para adotarem sua política absurda de declarar que a capital de 3 mil anos do povo judeu está em "terras palestinas ocupadas".

A Autoridade Palestina tem se mantido ativa junto à comunidade internacional para deslegitimar Israel junto com sua campanha domestica de incitação ao terrorismo. Mas durante a semana que passou, suas tentativas de bulling excederam todos os níveis racionais e incluíram ameaças delirantes sobre “consequências” se a embaixada se mudar para Jerusalem.

Entre elas está rebaixar os laços da Autoridade Palestina com os Estados Unidos e declarar que a America não mais pode considerada como um intermediário neutro e então os palestinos se voltariam para a ONU. Sério? Eles já não fizeram isto antes?? Trump deve ter tremido na base.

Nasser Al-Kidwa, membro do Comitê Central da Fatah disse que “se a mudança da embaixada ocorrer, os palestinos cortarão todos os laços com os funcionários da "embaixada ilegal" e fechariam seu escritório em Washington”. Ele ainda disse que os palestinos não teriam outra escolha.

Não teriam outra escolha?? Que tal renunciar às centenas de milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos? E que tal sentar e negociar com os israelenses?? Não, isto não é uma escolha popular, não é??  Abbas mandou cartas histéricas para Trump, Putin, Theresa May e se encontrou com o rei Abdullah da Jordania, avisando que a transferência da embaixada afetaria a estabilidade da região e a solução de dois estados. Acho que Abbas perdeu o noticiário recentemente. Não há mais qualquer estabilidade na região e seu padrinho na Casa Branca já se mudou. Kidwa também apresentou a ideia de processar os Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU.
Deve lhe ter passado que os Estados Unidos têm poder de veto no Conselho de Segurança. Patético.

Outro oficial palestino, Saeb Erekat disse que a OLP revogaria o reconhecimento de Israel e veria o lado leste de Jerusalem como anexada. Ele não deve ter lido o memorando enviado por Menachem Begin em 1980 anexando Jerusalem do Leste. E é só ver qualquer mapa da “Palestina” que toma todo o território de Israel para constatar que eles nunca reconheceram Israel de fato.

Erekat também disse que os acordos com Israel seriam revogados. Isto seria ótimo! Já que é só Israel que os cumpre, isto seria somente uma ratificação da realidade. Erekat também ameaçou pedir a suspenção de Israel da ONU e declarar o fim da solução de dois estados”. Tudo isso porque os Estados Unidos querem colocar sua embaixada na capital de Israel, aonde se encontram todos os ministérios e o centro do poder. 

Chegou a hora da liderança palestina acordar e se dar conta que nenhum presidente americano poderá endossar as tentativas ridículas da Autoridade Palestina de revisar a história para destruir o estado judeu. Eles também têm que se dar conta que perderam a maior oportunidade de sua história para alcançar um acordo vantajoso ao apenas continuarem com seu modus operandi de nunca perderem uma oportunidade de perderem uma oportunidade, não importa quantas se apresentem a eles.






Sunday, January 22, 2017

O Começo da Era Trump - 22/01/2017

Não deixaram o coitado ser presidente nem um dia e protestos da esquerda caviar explodiram em mais de 600 cidades nos Estados Unidos e em outras capitais do mundo.

O que deveria ser uma marcha de mulheres atraiu todos os liberais e progressistas protestando em suma, o resultado da eleição que colocou Donald Trump na Casa Branca. Estes são os supostos “democratas, liberais e progressistas” que dizem defender o processo democrático. O que ficou provado é que estes “bastiões da democracia” não estão dispostos a aceitar de jeito nenhum, o resultado de uma eleição que não os agrada.

A mídia começou a surra logo após Trump ter jurado cumprir e defender a Constituição dos Estados Unidos, comparando seu discurso com os de Hitler, e por quê? Por que ele disse que daqui por diante, será a América em primeiro lugar. Exatamente a função do presidente: defender os interesses do país. A mídia também não perdeu tempo em dizer que pouca gente atendeu a inauguração e que Trump teria mandado retirar o busto de Martin Luther King da Sala Oval, ambas inverdades que o porta-voz do novo presidente fez questão de corrigir mais do que forçosamente.

Na Capital Washington, saíram centenas de milhares de mulheres com chapeuzinhos e boinas rosas coordenados, segurando seus frapuchinos do Starbucks e cartazes vulgares, para ouvir as queixas de Madonna, Kate Perry e Michael Moore e os insultos proferidos por representantes do Black Lives Matters, grupos pró-aborto, grupos gays e transgender e de outras minorias que temem uma volta dos valores conservadores na América.

Com Trump já na Casa Branca, será a primeira vez que o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá a oportunidade de trabalhar com um governo republicano. Em seu primeiro termo, Netanyahu tinha Bill Clinton que insistentemente pressionou Israel a fazer perigosas concessões a Yasser Arafat. Quando Netanyahu resistiu, Clinton despachou seus conselheiros para ajudar a eleger Ehud Barak. Não resolveu. Apesar de todas as concessões de Barak, Yasser Arafat não teve coragem de assinar um acordo de paz.

Quando Netanyahu voltou em 2009, Barack Obama tinha acabado de ganhar a eleição declarando que uma “luz do dia” entre a América e Israel ajudaria a trazer a paz. Obama agressivamente pressionou Israel a dividir Jerusalem e a expulsar judeus para as linhas pré-1967. Quando Netanyahu novamente resistiu, Obama nomeou Hillary Clinton para escoria-lo.

Obama gosta de dizer que sempre procurou a segurança de Israel com o Domo de Ferro e uma ajuda de 38 bilhões nos próximos 10 anos. O fato desta ajuda estar condicionada à eliminação da participação israelense em projetos militares não é mencionado. E esta ajuda não absolve Obama de ter feito um acordo ingênuo com o Irã, de ter abandonado sua própria linha vermelha na Síria, de ter retirado prematuramente as forças americanas do Iraque e subestimado a ameaça do Estado Islâmico, tudo o que consiste direta ou indiretamente num risco à segurança do estado judeu.

Nos últimos dias de sua presidência, em vez de tentar unir o país e preparar os membros de seu partido para uma transição pacífica, Obama obsessivamente se concentrou em Israel, articulando a resolução da ONU e apoiando a descabida “conferencia de paz” em Paris que excluiu israelenses e palestinos.

Com tudo o que é barbaridade ocorrendo no mundo, o discurso final de John Kerry foi sobre Israel, repetindo que os assentamentos estão matando o processo de paz. Nenhuma palavra sobre o impacto do terrorismo palestino, a incitação, a divisão política entre o Hamas e a Fatah ou o radicalismo islâmico no processo. E Obama em sua conferência final para a imprensa na quarta-feira, disse que Trump precisava por os assentamentos na agenda para “mandar um sinal, um chamada para Israel acordar”, que os assentamentos estavam inviabilizando a solução de dois estados. Obama só fez uma referencia passageira sobre a Síria em conexão com Israel, nenhuma palavra sobre o Irã ou o terrorismo palestino. Aparentemente eles não precisam de nenhum sinal ou chamada para acordar...

A mudança de governo e atitude dos Estados Unidos não podia vir mais a tempo para Netanyahu, mas um novo desafio está no horizonte: um número crescente de democratas está se voltando contra o estado Judeu. Numa pesquisa realizada pelo instituto Pew, 74% dos republicanos apoiam Israel comparado com somente 33% dos democratas. Esta é a maior diferença já havida neste tópico. A diferença é ainda maior entre os auto-proclamados “liberais”. Em 2001, 48% dos liberais democratas diziam simpatizar com Israel. Hoje o número caiu para menos de 26%.

Estes números explicam porque Hillary Clinton decidiu evitar discutir qualquer apoio a Israel durante as primárias. Eles também explicam porque Bernie Sanders recusou falar na Conferência do AIPAC chegando a acusar Israel de matar 10 mil civis inocentes em Gaza na recente guerra. O numero de civis mortos em Gaza não chegou a 1.500. Sanders se desculpou, mas o libelo de sangue o ajudou a quase ganhar a nomeação do partido democrata.

Esta é a razão também pela qual o congressista Keith Ellison de Minnesota, membro da Nação Islâmica, está em primeiro lugar concorrendo para liderar o partido Democrata apesar de sua longa hostilidade para com Israel. Sua vida pública está pontuada de atividades antissemitas e anti-Israel.

A coisa fica ainda pior entre os jovens que hoje cursam as universidades americanas. Meu próprio sobrinho, que está cursando Economia na NYU, teve um curso sobre o conflito árabe-israelense em que somente textos árabes e pró-palestinos, chamando Israel de apartheid e acusando o estado judeu de todo o tipo de crime de guerra, foram leitura mandatória. É o mundo acadêmico preparando a nova geração de pensadores, re-inculcando o antissemitismo.

É verdade que a administração de Trump deverá ser pró-Israel. Mas o crescente aumento de liberais, independentes e jovens se distanciando do estado judeu é um desafio que líderes israelenses e americanos devem urgentemente enfrentar. Isto não quer dizer que não haverá diferenças entre os dois países. A América e Israel são nações diferentes com interesses diversos. Mas a questão é como estas diferenças serão tratadas. Obama as tratou publicamente jogando sempre a culpa em Israel, para o conforto de seus inimigos.

Ninguém espera Trump dar a Israel um cheque em branco, mas hoje a expectativa de Israel é ter um parceiro nos Estados Unidos não só em substancia, mas também em pessoas. Até agora Trump se cercou de colaboradores que apoiam Israel, começando por seu vice, Mike Pence e seu genro, Jared Kushner e Nikki Haley que ele nomeou para a ONU e David Friedman para embaixador em Israel.


Trump disse ao jornal israelense Israel Hayom esta semana que ele não pode esperar para começar a trabalhar com Israel. Em outras palavras, um novo dia. A esperança de todos nós e que em relação ao estado judeu e ao Oriente Médio, este novo dia seja também um dia melhor. 


Sunday, January 15, 2017

Novas Condolências e Mais Condenações - 15/01/2017

Na semana passada tivemos um ataque horrendo em Israel, contra jovens recrutas que estavam num dia de aprendizado no campo. O lugar do ataque, Harmon Hanatsiv, é um mirante, do qual se pode ver toda Jerusalem, ouvir sua história e entender a razão pela qual estes recrutas estão lutando.

As vidas de três moças, Yael Yekutiel de 20 anos, Shir Hajaj de 22 e Shira Tzur de 20 e de um rapaz, Erez Orbach de 20 anos foram roubadas pelo radicalismo, ignorância e barbarismo. Em especial, Erez Orbach, tinha sido dispensado do exército por problemas físicos graves, mas ele desafiou as autoridades e conseguiu superar sua deficiência. Orgulhosamente estava fazendo curso para oficial do exército. Ele e Shira Tzur eram também americanos.

Que espírito maligno possui um palestino de 28 anos, pai de quatro filhas pequenas, que em uma manhã, decide pegar seu caminhão e usá-lo como uma arma de terror, sabendo que seu fim também estaria selado?? Nos dias seguintes ao ataque, Israel recebeu condolências mundo afora. A Alemanha projetou a bandeira do Estado Judeu no portão de Brandenburgo em solidariedade. A mesma Alemanha que nesta semana decidiu que a tentativa de incêndio de uma sinagoga em Wuppertal por três alemães de origem palestina não era um ato antissemita, mas uma “expressão de crítica às politicas de Israel”.

Depois da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto pensamos que o mundo tinha finalmente acordado e para sempre repudiado o antissemitismo. Mas foi muito ingênuo pensar que um ódio milenar e generalizado poderia ser estancado somente com a escancaração de um genocídio. Afinal, a Inquisição, os pogroms, os confiscos, as expulsões perpetrados por todos os países europeus, tinham o mesmo objetivo, só que em uma escala menos industrial. Para supostamente mostrar uma penitência, o mundo votou a favor da criação do Estado de Israel. Mas assim que os ingleses saíram do estado nascente, Israel foi atacada por todos os exércitos árabes, sem que qualquer um destes “penitentes” oferecesse socorro. A esperança era que os árabes acabariam o trabalho começado por Hitler.

Ninguém pode negar os fatos históricos. Em 1948 a Liga Árabe decretou um jihad para destruir o Estado Judeu. O Egito se apropriou de Gaza, a Jordânia da Judeia, Samaria e Jerusalem e a Siria dos Altos do Golan. Os habitantes judeus destes locais foram caçados, mortos ou expulsos, suas casas e bens confiscados, suas sinagogas e cemitérios destruídos. Desafio qualquer um a me mostrar uma só resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando os árabes por seus atos! Não há!

A cada ataque e a cada vitória improvável do estado judeu, a obsessão do mundo com a contínua existência de Israel chegou a níveis histéricos.

Em especial na França. Tendo perdido a maioria de suas colônias no Oriente Médio, a França queria reganhar sua influência e se aproximar dos árabes jogando a carta antissemita. Ela começou livrando o mufti de Jerusalem e amigo de Hitler, do tribunal de Nuremberg e depois com a ajuda de historiadores islamistas, “criou” um povo árabe-palestino com o objetivo de substituir o povo Israel. A França reconheceu o sobrinho do Mufti, Yasser Arafat, que era egípcio, como líder deste povo fabricado. O exército de historiadores então se apropriou da vitimização judaica, a aplicaram aos palestinos e investiram os judeus com a imagem de ocupadores, colonizadores e opressores.

Os nomes dos locais judaicos foram islamizados. A Judeia e Samaria chamada de Cisjordânia, Jerusalem - Al-Quds e o Monte do Templo - Haram al-Sharif. Com persistência, Israel se tornou a causa da guerra, dos atentados terroristas, da injustiça, de todos os males que afligia o mundo islâmico, inclusive sendo culpada pelos ataques na Europa. A luta pela erradicação de Israel se tornou uma causa justa pois com a eliminação do estado judeu, o mundo teria paz.  

Esta é a ideologia de Barack Obama em relação a Israel. Sem ter podido alcançar concessões suficientes de Netanyahu para trazer Abbas para a mesa de negociações, o presidente americano decidiu fazer o mundo impor a solução a Israel. Ele  armou a Resolução 2334 e com ela  alcançou dois objetivos: (1) colocar Israel contra a parede tornando “ilegais” qualquer presença judaica além da linha verde e (2) dificultar o trabalho de Donald Trump em defesa de Israel perante a comunidade internacional.

A culminação deste esforço está ocorrendo hoje. Diplomatas de 70 países estão se reunindo em Paris para outra fracassada conferência sobre o Oriente Médio sem a presença de Israel ou supostamente dos palestinos. Fracassada pois não é a situação do Iraque, da Síria, do Estado Islâmico, da expansão e apoio do Irã a grupos terroristas, dos refugiados, das armas químicas usadas contra civis ou da total destruição de Aleppo que está sendo discutida. O que está na mesa é como pressionar Israel de tal modo que ela concorde em retirar mais de um milhão de judeus que hoje moram e trabalham além da linha de cessar-fogo de 1949, inclusive de seus lugares mais sagrados como o Muro das Lamentações e a cidade velha de Jerusalem, para dar lugar à criação de um estado Palestino Judenrein (livre de judeus), de onde poderão soberana e livremente enviar mísseis para Tel Aviv, Haifa, e todos os maiores centros judeus.

Esta iniciativa almeja claramente o enfraquecimento do poder de defesa de Israel facilitando sua destruição. Quem acha que é exagerado dizer que a Cisjordania se tornará outra Gaza, é só ver os resultados da eleição simulada conduzida entre os 9 mil estudantes da Universidade Bir-Zeit no ano passado. Nesta eleição o Hamas ganhou com mais de 50% dos votos. Birzeit não é em Gaza, mas em Ramallah.

Voltando à minha pergunta inicial, o que possui um rapaz de 28 anos, que mora em Jerusalem com direitos iguais a qualquer cidadão, sair uma manhã e decidir morrer ao matar jovens inocentes? É a lavagem cerebral que ele recebeu deste a idade de 5 anos na escola e pela mídia palestina, em que judeus são descritos como porcos e macacos, em que mapas da Palestina não permitem a existência do estado de Israel, em que terroristas são glorificados e suas famílias recompensadas, enfim, em que toda Israel é vista como um grande assentamento. A cultura do ódio é tão profunda que não é de espantar.

Israel sempre esteve pronta a negociar e a tomar decisões difíceis e impopulares para fazer a paz. Mas as imagens atrozes dos últimos anos das crucificações, decapitações, escravizações e outras barbaridades do Estado Islâmico, as imagens de crianças sírias com a boca espumando depois do ataque químico de seu próprio governo, as atrocidades cometidas diariamente na Síria, no Iraque, Iêmen, entre sunitas e xiitas não escapam aos israelenses.

Elas imploram a pergunta: se eles fazem isto entre si, se são tão desumanos com suas próprias crianças, o que eles não fariam se entrassem em Israel? O que aconteceria se Deus nos livre em algum momento eles tivessem uma vantagem na guerra?    

Parem e imaginem...

E é por isso que Israel não pode se dar ao luxo de ser flexível ou maleável quando se trata de sua segurança. O mundo deveria ter vergonha de pedir a Israel tal sacrifício. Mas não tem. E face à traição de Obama, Israel continuará a fazer o que é melhor para ela, apesar das pilhas de condenações que sofre. Acreditem, elas são muito melhores que as condolências hipócritas que recebe.






Sunday, January 8, 2017

Resoluções, Paris e a Paz - 08/01/2017

Quem acreditou que a transição entre os governos Obama e Trump iria ser tranquila, se enganou redondamente. Obama está usando tudo o que tem nestes últimos dias para cimentar seu legado e atravancar as reformas e a implementação das promessas feitas por Trump e já prometeu ficar em Washington para articular os democratas em oposição ao novo presidente.

Muita classe e dignidade deste presidente não?? Seu esquerdo-fascismo não permite que ele dê ao novo presidente a cortesia que Bush lhe deu em facilitar a transição e depois desaparecer do mundo público e não comentar sobre suas políticas falhas e visões distorcidas da realidade.

Por ordem executiva, Obama nesta semana proibiu a prospecção de petróleo na costa Atlântica, estabeleceu novos monumentos ao meio ambiente, protegeu o patrocínio governamental das clínicas de aborto, ordenou a transferência de terroristas perigosos da prisão em Guantánamo e puniu a Rússia com sanções por seus ataques cibernéticos.

Além disso, desde a eleição, Obama nomeou 103 funcionários públicos para cargos-chaves inclusive nas academias militares. Mas acima de tudo, ele está tentando desesperadamente salvar sua lei que obriga os americanos a comprarem seguro saúde.

E aí temos Israel.

Obama e John Kerry podem acreditar do alto de sua arrogância, estar do lado correto da história ao colocar seu prestigio e poder do lado dos palestinos. Mas nestes últimos momentos os dois estão agindo como locatários que destroem cada canto da casa antes do despejo. E para tanto estão estabelecendo fatos no chão que serão difíceis para Trump desfazer.

Para Obama e também os europeus, a urgência parece estar em dificultar ao máximo a transferência da embaixada americana para Jerusalem. Estes esforços virão à tona na conferência de Paris no próximo dia 15, cinco dias antes de Trump ser empossado.  

Já tendo conseguido tornar ilegal a presença judaica na Judeia, Samaria e Jerusalem do norte, sul e leste através da resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, reiterada pelo patético esforço de Kerry para explicar a abstenção americana, esta conferência de Paris poderá levar a outra resolução do Conselho de Segurança que irá impor os termos de um acordo de paz entre Israel e palestinos antes de Trump assumir a presidência.

Sabemos isto porque o Conselho Europeu de Assuntos Externos, composto de 28 ministros do exterior europeus, marcou uma reunião para o dia 16 em Bruxelas quando irá emitir uma declaração sobre o Oriente Médio.

Ainda, os representantes do Quarteto – os Estados Unidos, Rússia, a União Europeia e a ONU – devem se encontrar uma última vez com Obama antes de ele deixar a Casa Branca.

A Resolução 2334 junto com uma resolução tomada em Paris, e a posição de Kerry que somente a criação de outro estado palestino trará a paz, poderá encorajar estes atores a delinearem os parâmetros de um acordo de paz adotando as exigências palestinas que depois irão querer impor a Israel. Mas apesar da intenção declarada ser supostamente a paz, as resoluções resultantes provocarão exatamente o oposto.

Resoluções que declaram as comunidades judaicas ilegais ou que não reconhecem os perigos de um Oriente Médio em deterioração, a desintegração do Iraque e da Síria, a expansão do Estado Islâmico no mundo árabe e na Europa, e o perigo do Hamas tomar o governo na Judeia e Samaria como o fez em Gaza, dificultarão o retorno das partes para a mesa de negociação.

Se Paris exigir um congelamento da construção judaica ou reconhecer o estado Palestino nas linhas de cessar-fogo de 1949, os palestinos não irão aceitar nada menos que isso como ponto de partida para qualquer negociação. Isto já foi tentado por Obama em 2009 quando ele exigiu e Israel congelou a construção judaica por 10 meses até em bairros judaicos de Jerusalem aonde havia consenso. Nunca antes uma administração americana havia feito tal exigência. Nem mesmo Yasser Arafat havia feito tal demanda como pré-condição para negociações! Mas uma vez que Obama, que um presidente americano o fez, os palestinos não poderiam exigir menos. E desde então, não houve qualquer avanço neste chamado “processo de paz”.  

O ultimo presidente Bush sabia que exigir de Israel congelar a construção de judeus era contra produtivo. Por isso, em sua carta aprovada pelo Congresso em 2004, ele disse que “não era realista esperar que o resultado das negociações sobre o status final seria um retorno completo de Israel para trás das linhas de cessar-fogo de 1949. O que é realista é esperar um acordo negociado com trocas mútuas que refletirá a realidade de hoje”.

O novo congresso americano sabe disso. E por isso, nesta última quinta-feira - enviando uma mensagem a Obama - democratas e republicanos votaram em condenar o Conselho de Segurança da ONU pela resolução 2334. O Senado também irá votar uma medida similar e já conta com o apoio de 11 senadores democratas e todos os senadores republicanos.

Mas somente ações vigorosas e ameaças de cortar o orçamento da ONU poderá obriga-la a largar o osso que é Israel e faze-la cumprir o mandato para o qual esta organização inútil foi criada.  

Mas tudo isso ficará mais difícil se as nações que participarão na conferência em Paris adotarem a posição de Kerry e dos palestinos. Na semana passada vimos o governo da região de Valência na Espanha, declarar ter votado unanimemente para boicotar produtos de Israel. Valência orgulhosamente se declarou “um espaço livre do apartheid Israelense”. Em outras palavras: livre de qualquer coisa a ver com judeus. A Espanha, que liderou o mundo em autos-de-fé, em torturas que envergonhariam o Marques de Sade e perseguição de judeus e cristãos novos durante séculos, deveria criar vergonha na cara e não se envolver em condenar Israel.

Mas não, os espanhóis foram os primeiros a levantar a mão aprovando a Resolução 2334. Eles querem dar aos judeus uma lição de moral!  

Infelizmente somos representados nestes fóruns internacionais por ideólogos arrogantes que se acham donos da verdade. A verdade é que os acordos de paz que deram certo para Israel foram os que ela negociou diretamente, sem pré-condições e sem o envolvimento de terceiros. Não há negociações e não há paz, não porque Israel se recusa ao compromisso. Mas porque os palestinos não querem ceder em absolutamente nada e sua resposta a cada oferta de paz foi uma nova onda de terror.

A Eleição de Donald Trump criou novas oportunidades. Os líderes de Israel já provaram que estão prontos a tomar riscos por uma chance de paz se tiverem o apoio incondicional dos Estados Unidos. Em contraste, a coerção, a crítica e o boicote como esperamos em Paris na semana que vem, condenarão todo este processo infalivelmente ao fracasso.


Monday, January 2, 2017

A Patética "Explicação" de Kerry - 01/01/2017

Neste primeiro dia de 2017 deveríamos estar recapitulando as conquistas de 2016 e olhar para o futuro com renovada esperança. Mas o que ficará na lembrança deste ano que passou é a infame e inaudita abstenção da América na votação do Conselho de Segurança da ONU condenando Israel às vésperas do Natal.

Durante a última semana, a avalanche de protestos inclusive entre democratas, impeliu o Secretário de Estado John Kerry a vir a público para “esclarecer” o porquê da abstenção.

Na quarta-feira, Kerry tomou o pódio no Departamento de Estado e durante 73 minutos tentou explicar o inexplicável. Se fosse algo lógico e patente, ele poderia tê-lo feito em dez minutos, ou não? A conclusão de Kerry refletindo a de Obama, é que o fulcro dos problemas no Oriente Médio é a presença de judeus inclusive em Jerusalem.

Para parecer equilibrado, Kerry mencionou o terrorismo palestino, mas vejamos em que dimensão: ele mencionou o Hamas quatro vezes, a Hizbollah uma vez, a palavra terror ou terrorismo 15 vezes contrapondo  a ocupação que ele pronunciou 14 vezes – mas mencionou os assentamentos nada menos que 58 vezes! Muito equilibrado...

Tudo, novamente, volta a ser a culpa de Israel pela falta de paz, pela falta de esperança no Oriente Médio. Nenhum outro evento, não o ataque químico na população civil da Síria, não à total destruição de Aleppo, não aos massacres, decapitações e crucificações pelo Estado Islâmico ou os milhões de refugiados sírios e iraquianos inundando a Europa foram suficientemente graves para o Secretário de Estado falar por 73 minutos.  Mas a presença de judeus em sua terra ancestral, isto é grave!  Imaginem se alguém fizesse o mesmo com a presença de negros em algum bairro branco da América!!!

Nenhuma menção sobre o fato de ter sido Israel a trazer Arafat do exílio em Túnis e oferecer a ele um acordo de paz. Nada sobre as ofertas de Barak e Olmert de transferir aos palestinos 96% dos territórios em disputa e o que receberam em troca foram intifadas e guerra. Nada sobre Netanyahu ter de fato congelado toda e qualquer construção de judeus não só na Judeia e Samaria, mas também em Jerusalem durante 11 meses sem que os palestinos concordassem em voltar para a mesa de negociações. Nada sobre o fato de Israel ter evacuado comunidades no Sinai quando do acordo com o Egito ou de ter arrancado oito mil judeus de suas casas na Faixa de Gaza em 2005 recebendo em troca chuvas de mísseis e morteiros, tuneis e sequestros de soldados. Nada sobre o fato de que só Israel é pressionada para fazer concessões enquanto os palestinos se deitam em berço esplêndido sem se mexer um milímetro, deixando o mundo fazer o trabalho sujo por eles.

A reação imediata de Mahmoud Abbas ao discurso foi que os palestinos estariam prontos a resumir as negociações com base nesta resolução 2334. Qual palestino não o faria? Com esta resolução, que efetivamente revoga a resolução 242, os palestinos recebem absolutamente tudo, sem concederem absolutamente nada. Assim, o ponto de partida hoje é a remoção de 600 mil judeus da Judeia e Samaria e outro meio milhão de Jerusalem e depois o resto eles querem negociar!

Porque esta resolução é um golpe do qual Israel pode não se recuperar? De acordo com a resolução 242 de 1967, Israel teria que se retirar de territórios suficientes para dar ao estado judeu segurança, mas não de todos os territórios. Essa resolução 2334 torna ilegal a presença de judeus em todos os territórios além da linha de cessar-fogo de 1949, inclusive a cidade velha de Jerusalem, o Muro das Lamentações, e todos os bairros judaicos ao norte, sul e leste da cidade.

Isto é, pelo fato de nunca ter havido um estado palestino anterior na história, e pelo fato da Judeia e Samaria terem sido ocupadas pela Jordânia numa guerra ofensiva em violação ao direito internacional, e o fato de judeus terem voluntariamente ido viver nestes territórios, os assentamentos nunca foram ilegais. Agora o são perante a lei internacional. Quem não conhece Israel pode pensar que estas comunidades são remotas mas todas estão a menos de meia hora de carro de alguma cidade israelense. Tulkarem fica a 16 km de Netanya. Os bairros judaicos de Jerusalem em questão estão a menos de 10 minutos do centro da cidade!

Kerry veio tentar dizer que é claro que o direito dos judeus rezarem no Muro das Lamentações deveria ser defendido. Mas não é isso que a resolução diz! Obama se diz um advogado, formado em Harvard! Que advogado de meia pataca é esse? Ou será que ele não só leu esta resolução mas a redigiu e é precisamente o que ele pretendia? Mas a coisa não para aí.

No dia 15 de janeiro próximo, outro circo acontecerá em Paris aonde os países do mundo dito civilizado, mais uma vez se reunirão, não para tentar resolver o caos do Oriente Médio, mas para empurrar Israel ainda mais fundo no canto da parede. Kerry prometeu não submeter outra resolução ao Conselho de Segurança antes de Trump assumir a presidência, mas nada impede que a França ou a Suécia, ou ambos o façam. E Obama não irá outra vez, vetar tal resolução.

Mas se há algo em que podemos contar é com a intransigência palestina.

Moustapha Barghouti oficial sênior da OLP declarou que apesar da votação ter sido algo positivo, “os palestinos não poderiam concordar com os princípios conclusivos dela”. Em outras palavras, fora de Israel ter que remover toda a presença judaica além da linha de cessar-fogo de 1949, ela tem que aceitar trazer para dentro do seu território os milhões de assim-chamados “refugiados” palestinos. Ele também disse que não há como reconhecer Israel como um país judaico porque isso seria negar o direito dos palestinos que hoje vivem em Israel e isso é inaceitável para eles. E para finalizar, qualquer negociação sobre fronteiras que não sejam estritamente as de 1967 não será tolerada.

Obama não está usando suas últimas semanas de presidência para se vingar pessoalmente de Netanyahu. Seu ataque a Israel é o cumprimento de uma promessa que ele fez para o ativista palestino e seu amigo Edward Said, e a Mahmoud Abbas, o primeiro líder para quem ele ligou depois de ser empossado em 2009. É a culminação de uma política que ele delineou no Cairo em seu primeiro ano de presidência, no qual ele negou o elo de 3.500 anos dos judeus com a terra de Israel para a plateia da Irmandade Muçulmana.

A boa notícia é que quanto mais radical for a posição do mundo e dos palestinos, maior consenso haverá dentro de Israel de não permitir a criação de um outro estado islâmico terrorista a cinco minutos do aeroporto de Tel Aviv. Kerry mentiu ao dizer que os assentamentos expandiram em 40% nos últimos oito anos dando a impressão que mais terras foram tomadas. Nenhum assentamento pode construir fora de seu perímetro municipal delineado nos acordos de Oslo.

Agora Israel precisa decidir o que quer. Está claro que Obama, Kerry, François Hollande e outros decidiram criar um estado palestino e não se importam com as consequências. Afinal quem as sofrerão são somente judeus, não é? Se aos olhos do mundo não há diferença entre o bairro de Ramot e o assentamento em Itamar, então não há porque Israel oferecer território em troca de paz, porque nunca haverá paz. Temos 19 dias para que este Haman moderno saia da Casa Branca, mas quem pensa que ele desaparecerá está muito enganado. Obama é de uma arrogância infinita. Ele se acha o dono da verdade e não tem nem um por cento da dignidade de Bush que nunca emitiu qualquer opinião sobre seu sucessor.

Com Trump na presidência, vamos ter um Obama mais vociferante que nunca tentando salvar seu “legado” e suas políticas desastrosas. Ele será sim um inimigo mordaz de Trump mas acredito que o “Donald”, que já demonstrou ter casca grossa, saberá como lidar com este petulante.