Thursday, September 28, 2017

O Circo da Assembleia Geral da ONU - 24/09/2017

Esta foi realmente uma semana muito interessante. Tirando o pesadelo do transito em Nova Iorque durante esta época, com a abertura da Assembleia Geral da ONU, vimos trocas de insultos inusitadas neste fórum sempre tão bem educado e diplomático. Donald Trump deu uma guinada de 180 graus sobre seus antecessores, especialmente Obama e esclareceu de uma vez por todas qual é a sua doutrina: É a América primeiro mas não a América isolada.

Trump não mediu as palavras para avisar os países que ameaçam a paz mundial, que ele irá atrás deles se forem hostis com os Estados Unidos ou seus aliados. Especificamente Trump avisou Kim Jon-Un, chamando outra vez o tiraninho assassino de “rocket man”, dizendo que ele está “numa missão suicida dele próprio e de seu regime”; que se ele se aventurasse contra a ilha de Guam, a costa oeste americana, a Coreia do Sul ou outro aliado americano, ele destruiria totalmente a Coreia do Norte. Indiretamente ele mandou uma mensagem para a China, dizendo que se ela não domasse seu cachorro raivoso, ele o faria.

Trump foi também claro com o Irã avisando seu governo para “parar de patrocinar terroristas, começar a servir seu próprio povo, e respeitar os direitos de soberania de seus vizinhos”. Chamou o governo iraniano de ditadura escondida atrás de uma máscara de democracia que transformou um país rico em história e cultura num fora-da-lei, economicamente vazio que tem como exportação principal o terrorismo, violência, derramamento de sangue e o caos. Trump disse que em vez de canalizar a riqueza dos recursos naturais de seu país em beneficio do povo, o Irã manda milhões de dólares para o grupo terrorista Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iêmen e Bashar al-Assad na Síria. Isto tudo e ainda promove o assassinato em massa prometendo morte para a América e para Israel. Como não poderia deixar de ser, Trump criticou o acordo nuclear negociado por Obama, como uma das “piores transações que ele já viu, totalmente unilateral” e “uma vergonha”.

Em boa forma, Trump falou o que ele pensa.

Em resposta, o próprio Kim Jon-Um enviou uma mensagem a Trump, lida por seu marionete na ONU. A resposta foi patética e infantil. Não fosse a seriedade da situação, seria hilária. O pior que o liderzinho foi capaz foi dizer que “o cachorro assustado é o que late mais alto”. E que Trump é um louco e um herege da política. Kim Jon-Um tentou denigrir Trump como um velho que não escuta bem e diz o que lhe sai na hora.

Eu me senti de volta na 5ª série...

Na troca de “elogios”, o Ministro do Exterior do Irã Javad Zarif não quis ficar para trás e disse que o discurso de Trump pertencia à Idade Média. Esta resposta não foi muito diplomática tendo em vista que Trump tem que re-certificar o acordo nuclear com o Irã no próximo dia 15 de outubro.

Bibi Netanyahu por seu lado aplaudiu o discurso de Trump e a novidade foi que pela primeira vez, um número de representantes de países árabes decidiriam ficar para ouvi-lo. Vimos na audiência representantes do Kuwait, Arabia Saudita, Bahrain e Emirados Árabes. De fato, o emir de Bahrain declarou esta semana que achava o boicote a Israel uma idiotice e autorizou seus cidadãos a visitarem o Estado judeu. Em vez de uma mensagem negativa, Bibi trouxe as últimas conquistas em tecnologia de Israel e a aproximação de seu país com a comunidade internacional.

Ares de mudança.

Menos para o líder da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. Seu discurso foi infeliz, um resumo das alegações mentirosas do passado com exigências absurdas que mais parecem para consumo interno do que para o mundo.

Como disse na semana passada, a antecipação da mídia para seu discurso estava fora de lugar.

Abbas repetiu que Israel é uma força colonial de ocupação brutal que já dura mais de meio século descrevendo a criação do estado judeu em 1948 como “catástrofe”. Ele voltou a exigir desculpas e vejam só, reparações da Inglaterra pela declaração Balfour de 1917. Não importa que a Inglaterra não tenha cumprido com o prometido naquela declaração. Para Abbas ela é o suficiente para arrancar mais dinheiro do Ocidente para alimentar sua máquina de corrupção. Ele disse que a declaração Balfour foi uma grave injustiça porque prometeu um lar nacional para os judeus na Palestina, quando, segundo ele, a Palestina já era habitada por palestinos e ... pasmem “ era um dos países mais progressistas e prósperos e não poderia ter sido colonizado ou sujeito a um mandato”.

Esta total distorção da história só pode vir de alguém completamente desesperado com sua repentina irrelevância no cenário mundial. A causa palestina já não está na lista nem dos cinquenta problemas mais prementes do mundo. Hoje pela manhã, o jornalista palestino Khaled Abu Toameh twitou que 3557 palestinos foram mortos na Síria, mais de 1637 presos e 304 desaparecidos. Nem uma pequena palavra de Abbas em defesa de seus conterrâneos que para ele funcionam apenas como peões em seu jogo de corrupção e poder.

Alguém deveria rever estes discursos na ONU e não permitir a propagação de falsidades históricas como os palestinos terem um “país” em 1917. Nunca houve na história da humanidade uma entidade governamental independente e soberana na Terra Santa, que não fosse um governo judeu. Primeiro com os reis David e Salomão e depois da destruição do primeiro Templo, com Nehemias até a destruição por Roma e finalmente com a recriação do Estado de Israel em 1948.

Abbas teve ainda a coragem de dizer que a solução de dois estados estava em perigo se Israel não aceitasse todas as suas imposições e neste caso, Israel teria que dar aos árabes da Judeia, Samaria e Gaza, o direito de voto nas eleições israelenses ou ser chamada de apartheid. Interessante porque ele já usa esta descrição para Israel, então não haveria muita mudança aí.

Abbas terminou colocando dez pontos para a comunidade internacional adotar. Sem debate, sem discussão: forçar Israel a evacuar centenas de milhares de judeus da Judeia, Samaria e Jerusalem, proteger a população palestina, determinar que a linha de armistício de 1948 seja declarada como fronteira do Estado Palestino, adotar o boicote econômico de Israel, reconhecimento geral do Estado da Palestina, e finalmente, vejam só, para que a comunidade internacional continue a financiar e fornecer apoio econômico ao povo palestino inclusive através da UNRWA, fazendo uma grande ameaça se isso fosse de qualquer modo mudado.   Ainda, Abbas ameaçou caso houvesse mudança na agenda numero 7 da ONU que visa exclusivamente Israel. Só isso. Ele continua a querer tudo sem conceder nada.

Os palestinos estão a cargo de seu próprio governo desde o começo da implantação dos Acordos de Oslo em 1994. E depois de 23 anos, além de intifadas, incitação, torturas, pobreza, não podem mostrar qualquer conquista positiva. A aproximação esta semana entre Abbas e o Hamas deve piorar ainda esta situação. Acho que os palestinos e o mundo estão prontos para começar a pensar numa era pós-Mahmoud Abbas. Cabe a Israel agarrar este momento e começar discussões positivas com possíveis sucessores. Não faze-lo será um tremendo erro, que continuará a expor Israel a  mais violência.
          

Monday, September 18, 2017

Atrás da Mascara de Embusteiro de Mahmoud Abbas - 17/09/2017

Neste domingo, o grupo terrorista Hamas concordou em negociar com o movimento da Fatah de Mahmoud Abbas para formar um governo de união e convocar eleições gerais nos territórios palestinos.

Em sua declaração, o Hamas disse ter aceitado as condições-chaves impostas por Abbas. Mas isto tudo é uma cortina de fumaça. Hamas teria aceitado dissolver seu Comitê Administrativo de Gaza, criado há apenas seis meses e está ativamente presente na Judéia e Samaria convencido que poderá ganhar as próximas eleições palestinas. E isto é muito provável.

Desde 2007, quando o Hamas e a Fatah travaram uma guerra sangrenta, a liderança palestina ficou dividida em dois governos: o Hamas no controle de Gaza e a Autoridade Palestina na Judéia e Samaria. Mas a influência do Hamas e a corrupção desenfreada da Fatah fizeram Abbas agarrar e não soltar o leme do governo. Ele já está com 82 anos, está no poder há 12 anos apesar de ter sido eleito para apenas quatro anos e não nomeou qualquer sucessor caso venha a falecer.

Este novo anúncio do Hamas, tem que ser entendido num contexto que de todos os lados pode ser muito perigoso para Israel. O Hamas tem sido penalizado por Abbas com cortes em eletricidade, salários e água. O Egito fechou sua fronteira com Gaza por causa dos ataques terroristas no Sinai e de uma aproximação preocupante entre o Hamas e o Irã. Isto no sul. No norte de Israel, as forças da guarda revolucionaria iraniana junto com guerrilheiros da Hezbollah poderão se plantar a 5 km da fronteira norte de Israel. A Rússia tomou o poder decisório da Síria e negociou este limite irrisório em seu nome e em conluio com o Irã. Se houver mesmo eleições entre os palestinos e o Hamas ganhar, teremos o Irã nas portas de Tel Aviv e Jerusalem, de fato cercando Israel.

Não é de espantar que nestas condições, o Hamas tente uma reconciliação com a Fatah. Para conseguir um alívio econômico, os líderes de Gaza podem se esconder atrás da máscara falsária de “moderado” de Mahmoud Abbas. Em alguns dias, o veremos no pódio da Assembleia Geral da ONU vomitando acusações mentirosas contra Israel e louvando a “moderação” a que chegou o Hamas. Infelizmente ninguém lhe chamará a atenção para a falta de vontade de entrar em negociações sérias com Israel, por seu incitamento à violência, por venerar terroristas e por liderar a criminalização de Israel no mundo, tudo isso mantendo seu título de campeão da paz pela comunidade internacional.

Vejam só: por quase duas décadas, o mundo tem dito a Israel que Abbas é o líder mais moderado possível; o melhor parceiro para a paz, e uma pessoa tão razoável que um acordo somente será possível com ele.

Mas aí em 2008, Abbas virou as costas para Ehud Olmert e sua oferta escandalosamente generosa que incluía a transferência do Muro das Lamentações para os palestinos; Abbas recusou sentar com Netanyahu mesmo depois de Israel ter congelado a construção de judeus na Judeia, Samaria e Jerusalem por 10 meses.

Podemos voltar e ler seus discursos passados na Assembleia Geral para ver o verdadeiro Abbas. Em 2011 ele chamou Yasser Arafat “um homem de paz” e Israel de “brutal”, “agressivo”, “racista”, “apartheid”, “horrível” e “um ocupador militar colonial”. Acusou Israel de “limpeza étnica” e de “alvejar palestinos civis com assassinatos, bombardeamentos aéreos e tiros de artilharia”. Falou do elo dos muçulmanos e cristãos com a Terra Santa – e somente deles. E pior, ele falou de 63 anos de ocupação, não de 44 anos desde a Guerra dos Seis Dias, mas a ocupação da criação do Estado de Israel.

Em 2012 ele exigiu que o mundo impusesse uma solução a Israel, sem ele precisar fazer qualquer concessão, continuando com as mesmas acusações escandalosas. Em 2013 Abbas avisou que Israel estava à beira de cometer um genocídio dos palestinos e exigiu uma ação urgente da ONU.

Depois disso ele jurou “nunca” reconhecer Israel como um estado judeu, “nunca” desistir do direito de retorno dos refugiados palestinos para dentro de Israel própria, de “nunca” aceitar o controle do Vale do Jordão por Israel, de “nunca” aceitar a presença de qualquer judeu na Judeia e Samaria, e de “nunca” aceitar qualquer soberania de Israel sobre qualquer parte de Jerusalem.

Em 2014, Abbas acusou Israel de promover um “genocídio” em Gaza, e que em vez de retificar a “injustiça histórica” de 1948, isto é, de sua criação, os judeus estariam impondo um estado de terror, através de gangues de colonos que estariam atacando mesquitas, igrejas e oliveiras. Até a esquerdista-mor de Israel Tzipi Livni descreveu o discurso como “horrendo”. Mas ninguém da administração Obama repreendeu Abbas. Somente Israel foi repreendida.

Em 2015 Abbas acusou Israel de tentar destruir os santuários islâmicos e cristãos de Jerusalem e saiu para abertamente incitar a violência contra judeus na cidade santa. Foi nesta ocasião que ele descreveu os pés sujos dos judeus impurificando a mesquita de Al-Aqsa. Ele também declarou que não mais estava obrigado aos Acordos de Oslo.

No ano passado, Abbas exigiu um pedido de desculpas da Inglaterra ao povo palestino pela Declaração Balfour pelas “catástrofes, miséria e injustiças” que ela trouxe. E continuou com a ladainha das “agressões e provocações contra a mesquita de Al-Aqsa” e acusando Israel de execuções extrajudiciais.

A que nível Abbas deve descer para que a comunidade internacional e a esquerda da Israel comecem a procurar outras opções? Isto é importante porque temos um precedente crítico. Com Yasser Arafat e o processo de Oslo. A esquerda e a administração Clinton se apegaram tanto às negociações com Arafat que fecharam os olhos para o terrorismo, a incitação à violência e a instilação do ódio contra israelenses e judeus.

Cada vez que alguém trazia outra evidência sobre as ações perniciosas de Arafat era rotulado de “inimigo da paz”. Qualquer atenção dada às falhas de Arafat era considerada uma distração desnecessária para a paz.

E incrivelmente, o mesmo processo idiótico e patético está ocorrendo com Abbas. Seu extremismo é ignorado, seu obstrucionismo é negligenciado; sua corrupção? Super tolerada! sua repressão a críticos? É perigosamente desconsiderada.

Ao ponto de palestinos procurarem as cortes de Israel para obterem reparação por anos de tortura sofridos nas mãos de Abbas. Nesta semana a Corte Regional de Jerusalem decidiu que palestinos poderão acionar a Autoridade Palestina em cortes Israelenses. Incontáveis histórias de horror e tortura começaram a jorrar na mídia, junto com fotos das cicatrizes e danos corporais que poderão chegar a centenas de milhões de shekels.

E ainda assim, a mídia, os políticos e o resto do mundo estão aguardando ansiosamente e cheios de especulação para ver se hoje, com a administração Trump, Abbas irá fazer um discurso mais “equilibrado” na Assembleia Geral.

Realmente gente, nesta altura do campeonato, isto faz qualquer diferença?




Sunday, September 10, 2017

O Visionário Theodor Herzl - 10/09/2017

Há 120 anos, no dia 29 de agosto de 1897, 208 judeus de 17 países se reuniram na Suiça, na cidade da Basiléia. Estes judeus, vestidos de fraque, entraram na sala de concertos do casino municipal que estava toda decorada com bandeiras azuis e brancas para a ocasião. De repente, três batidas de martelo. Os olhos se voltaram para o membro mais velho do grupo, Dr. Karpel Lippe, que se dirigiu ao palco. Colocando uma kipá na cabeça, e lágrimas escorrendo de seus olhos e de outros delegados, ele recitou a prece de Shecheyanu, agradecendo a Deus por trazer os judeus para aquele momento.

Com esta prece, começava a jornada do Estado judeu.

A marcha na qual embarcava este Primeiro Congresso Sionista não iria somente levar ao estabelecimento do Estado de Israel. Iria causar uma transformação interna nos judeus do mundo. Theodor Herzl falou na ocasião que a “essência de um estado está na vontade do seu povo”. Ele quis dizer que o território era importante por ser uma base concreta, mas o estado, como entidade abstrata, não poderia existir se não houvesse a vontade do povo judeu de cria-lo.  

Um dos delegados, Mordechai Ben-Ami, descreveu a reação dos presentes: “Herzl foi aplaudido estrondosamente. Parecia que os sonhos de dois mil anos da nação judaica estavam resolvidos e que tínhamos o Mashiah Ben-David na nossa frente”.

Logo após o discurso de Herzl, trabalhos intensos começaram envolvendo deliberações sobre os aspectos nacionais, econômicos, análises da condição da terra para agricultura, recursos hídricos, a situação das várias comunidades judaicas existentes, discussões sobre a ressuscitação da língua e da literatura hebraica, e outros tópicos.

Israel Zangwill, outro delegado, relatou a atmosfera reinante: “Junto aos rios da Babilônia sentamos e choramos ao recordarmos Sião. Junto ao rio da Basiléia nos sentamos e resolvemos: “não iremos mais chorar”. Era uma declaração de guerra contra o fatalismo que tinha paralisado a nação judaica por dois mil anos.

Em 1897, 200 judeus deram um basta e foram trabalhar para terminar com o fatídico exílio que havia durado demais. Herzl transmitia a urgência da tarefa, dizendo que uma catástrofe estava iminente e quanto mais demorasse para chegar, pior ela seria.

De manhã até a noite, durante três dias, os delegados plantaram as sementes para a edificação das duas instituições básicas que impulsionariam a criação do Estado: o Fundo Nacional Judaico e a Organização Sionista Mundial.

Os debates foram ferrenhos, com muitas diferenças de opinião. Era a primeira vez que judeus se reuniam neste formato. Comerciantes assimilados da Inglaterra junto com judeus de vilarejos da Polônia e russos intelectuais de Odessa. Quando as discussões esquentavam, o Professor Zvi Shapira lembrava aos envolvidos que o objetivo de todos era um só. Em um certo momento, o professor fez algo dramático: pediu a cada delegado que levantasse sua mão e repetisse depois dele: “Se eu te esquecer ó Jerusalem, que a minha mão direita esqueça sua destreza”. Esta promessa ficou como um cordão de união repetida a cada Congresso.

Apesar de Herzl não ter sido o esperado Messias, ele corretamente previu a catástrofe e outra: ele disse que o Estado judeu nasceria dentro de 50 anos.

Chega a ser surpreendente que numa era de “ismos” somente o Sionismo ficou. Passamos pelo Comunismo, Maoismo, Leninismo, Stalinismo, Trotskismo, Anarquismo, Fascismo, Nazismo, Nasserismo, todos vieram em grande fanfarra e se foram, tendo trazido aos seus seguidores, somente calamidade e desespero. Os atuais ismos totalitários como o Chavismo e os fundamentalistas, similarmente terão o mesmo destino. O Marxismo foi reduzido de sonho a pesadelo, especialmente aonde foi tentado; o socialismo, depois de ter destruído economias saudáveis foi ultrapassado pelo capitalismo que, após um breve aplauso, tornou-se  uma monstruosidade moral promovida por uma “aristocracia” elusiva. Até o pacifismo, tão na moda há algumas décadas, tornou-se coisa de idiota quando tiranos se apoderaram da tecnologia nuclear.

Somente o “ismo” de Theodor Herzl sobreviveu, mantendo-se corrente, relevante e um grande sucesso 120 anos mais tarde.

Nos 50 anos que se seguiram ao Primeiro Congresso, vimos a explosão de kibutzim, a fundação do hospital Hadassah, da Universidade Hebraica de Jerusalem, da Companhia de Água, de Eletricidade, enfim, toda a base de um Estado, décadas antes de sua criação.

É preciso descrever tudo isto para entender que o Estado de Israel foi o resultado não só do sonho, mas do trabalho árduo dos líderes das comunidades, dos imigrantes que deixaram suas famílias na Europa para os pântanos infestados da Terra Santa.

Contrapomos isto à cultura de auto-piedade dos árabes e de acusações sem base, de complôs imaginários, de puras mentiras usadas para culpar todo o mundo, menos eles próprios pelo que reclamam ser a falta de um estado palestino. Este grupo que roubou o nome “palestino”, composto em sua grande maioria de árabes egípcios, sauditas, jordanianos, marroquinos, e de outras nacionalidades, -e eu não canso de repetir isto - recebeu até agora, mais de 25 vezes o que a Europa inteira gastou para sua reconstrução depois da Segunda Guerra Mundial.

E incrivelmente, depois de 50 anos, não conseguiram construir uma só instituição de base, nem uma companhia elétrica, nem de água ou tratamento de esgotos, nada. É um grupo que acima de tudo promove o ódio, a discriminação, e a violência. O inventor do terrorismo moderno, é anti-mulheres, anti-gay, anti-liberdade de expressão e de religião enfim, tudo o que consideramos como liberdades humanas essenciais. E o mundo continua a bajular os palestinos achando que ao faze-lo irão ser poupados do menosprezo árabe. Como vimos nas distribuições de doces e comemorações pelos ataques de 11 de setembro em 2001, de julho de 2005 e em outros ataques, eles sabem cuspir bem no prato aonde comem.

E isto não é só entre os palestinos mas é endêmico ao mundo árabe como um todo. Isto vem de uma ideologia que os ensina que a civilização ocidental inteira está errada e que seu fundamentalismo islâmico é o correto. Uma ideologia que promete trazer o final dos tempos e que se estiver de posse de uma arma atômica, irá sem dúvida usa-la e pior, na esperança que o outro lado faça o mesmo.

Na semana passada apesar do seu silencio, parece que a força aérea de Israel atacou uma base no norte da Síria aonde teria existido um laboratório de armas químicas e mísseis de precisão. Sem confirmar ou desmentir o ataque, o ministro da defesa Avigdor Lieberman somente avisou que Israel não iria permitir a transferência de tais armas para a Hezbollah que há muito procura meios de extermínio em massa contra Israel. Armas como a bomba de hidrogênio que ontem foi confirmado pela inteligência inglesa, foi produzida pela Coreia do Norte com ajuda e assistência do Irã.

Depois de 120 anos do Primeiro Congresso Sionista, aí está a diferença. O Estado de Israel é um sucesso em todas as áreas porque trabalhou duro para sê-lo. Sua motivação foram as duras lições de extermínio e perseguições. Hoje Israel é proativa em sua defesa e não deixará ninguém prejudicar a segurança de sua população.

Quem sabe que o que os palestinos e o resto dos árabes precisem, em vez de terroristas como líderes, seria o seu Theodor Herzl? Infelizmente até agora estão muito longe disto.




Sunday, September 3, 2017

O Último Teste Nuclear da Coreia do Norte - 03/09/2017

A semana passada eu não escrevi porque fui convidada pela pastora Jane Silva, presidente da Comunidade Internacional Brasil-Israel a participar de um grupo muito especial de brasileiros que viajaram a Israel para conhecer a realidade política do país em loco. A Comunidade organizou passeios e seminários com autoridades em estratégia militar, política e mídia que simplesmente desmontaram a retórica anti-Israel que nos bombardeia diariamente através da imprensa. Fizemos um tour de Jerusalem com Chaim Silberstein que mostrou como a divisão da cidade é inviável e perniciosa principalmente para os residentes árabes. Ouvimos Itamar Marcus, um perito da mídia palestina, que nos mostrou como o ódio aos judeus é instilado em crianças árabes da mais tenra idade e como as autoridades palestinas promovem a incitação dos jovens à violência.

Apesar de estarem com a agenda lotada com visitas oficiais, deputados federais brasileiros em visita a Israel dos Estados do Acre, Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rondonia conseguiram participar desta experiência. Em especial, gostaria de agradecer o Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul, Carlos Gomes e o deputado Rocha do Acre que demostraram grande interesse e envolvimento. Os participantes receberam a comenda de Embaixadores da Paz entregue no Ministério das Relações Exteriores com a presença do presidente da Bnei Brit Mundial Chaim Katz, do Ministro das Comunicações de Israel Ayoub Kara e do Deputado Robert Ilatov.

O grupo também trocou bandeiras de cada Estado brasileiro com a bandeira de Israel em sinal de solidariedade, denunciando a posição oficial do governo do Brasil nas últimas votações da UNESCO que não refletem os sentimentos do povo brasileiro.

As grandes estrelas desta viajem, que reportaram suas experiências em tempo real para o Brasil foram a renomada ativista Dra. Bia Kicis e a jornalista Joice Hasselmann. A energia e alegria das duas transformaram um evento com exposição limitada em um marco nacional. Mas como disse antes, nada disso poderia ter acontecido não fosse o sonho e o empenho da pastora Jane Silva que é implacável em seu trabalho em defesa de Israel. Parabéns a ela e a todos pelo sucesso!

Meu comentário esta semana deveria ter sido sobre a força devastadora do furacão Harvey e as chuvas recordes que basicamente destruíram a costa do Estado do Texas. O dano e as perdas - inclusive de vidas - foi enorme, mas em meio à tragédia vimos a solidariedade e o verdadeiro espírito do povo americano que se uniu como um só homem para ajudar nos esforços de salvamento. Quando o governo anunciou que não tinha barcos suficientes para procurar sobreviventes, centenas de residentes de outros estados amarraram seus barcos nos carros e se dirigiram para a zona do desastre para ajudar. Mas esta e outras estórias tocantes ficarão para outra vez.

No meio desta noite foi detectado um terremoto de 6.3 pontos na escala Richter na região norte da República Popular Democrática da Coreia. De acordo com a Agência Geológica Americana que detecta tremores no mundo, tudo indica que este tenha sido o resultado do sexto teste nuclear deste regime criminoso.

E de fato, a agência de noticias da Coreia do Norte anunciou hoje que testaram com sucesso uma bomba de hidrogênio. Isto não é absolutamente nenhuma brincadeira. Este país tem um louco, egomaníaco como líder que nem é democrático, nem uma republica e muito menos popular. É um regime ditatorial bárbaro, impiedoso e irracional.

O teste e a magnitude da explosão pegou todos os peritos de surpresa. Os mesmos peritos que há uma semana diziam que levaria uns 2 ou 3 anos para Kim Jon Un desenvolver uma bomba miniaturizada forte o suficiente para ameaçar os Estados Unidos.

Estavam errados. Ele já chegou lá.

E agora? Será que temos tempo para mais chances e danças diplomáticas ou teremos que aprender a viver num mundo com este monstro armado de bombas atômicas e de hidrogênio e mísseis intercontinentais para lança-las aonde quiser? O programa nuclear norte-coreano, que é o mesmo que o iraniano, tem evoluído numa velocidade alucinante. Em 2013 eles testaram uma bomba de 6 a 7 Kilotons, em Janeiro de 2016 de 7 a 10 Kilotons, apenas 9 meses depois testaram uma bomba estimada entre 15 e 25 Kilotons e hoje, a bomba teria entre 100 e 120 Kilotons. Só para efeito de comparação, a bomba que os americanos explodiram em Hiroshima e que instantaneamente matou 90 mil pessoas tinha entre 13 e 18 Kilotons e a de Nagasaki que matou 80 mil pessoas tinha até 22 Kilotons.

O mundo não pode viver com esta ameaça. Não pode tampouco aceitar ser chantageado por um doente mental que tem sonhos expansionistas de pelo menos reunificar a península coreana sob seu comando. Este é seu objetivo.

Ele acha que agora está em posição de força para exigir que os Estados Unidos retirem suas tropas e armamentos da Coreia do Sul, algo que a China também quer. Os Estados Unidos tem 38 mil soldados americanos estacionados na Coreia do Sul além de submarinos, jatos e outros ativos militares. Uma vez isto alcançado, Kim Jon Un facilmente poderá invadir a Coreia do Sul e reunificar a península.

Não há uma resposta fácil para este problema. Seul, a capital da Coreia do Sul e seus 10 milhões de habitantes, ficam próximos à fronteira e estão ao alcance da artilharia e armas convencionais do Norte. Se Kim Jon Un se sentir ameaçado, irá certamente causar muito dano e mortes ao sul antes de se voltar contra os Estados Unidos. Mas outra vez, não estamos lidando com alguém racional.

Os peritos hoje dizem que o que falta para a Coreia do Norte é passar de combustível líquido para solido para seus mísseis, algo que eles disseram já ter. Se isto for verdade, poderemos ter uma situação em que a cidade de Chicago poderá ser alvejada com zero tempo de alerta, por uma bomba vastamente mais destrutiva que a bomba nuclear. Isto é uma escalada séria da situação.

O que fazer? A última cartada diplomática que os Estados Unidos têm disponível é ir atrás da China que continua a lavar dinheiro para a Coreia do Norte através de seus bancos e continua a dar assistência ao programa nuclear norte-coreano através de empresas chinesas. O porta-mísseis, os computadores e outras partes das usinas são chinesas.  O jogo da China é simples. Toda a vez que Pyongyang faz um passo, o mundo fala com Beijing para usar sua influencia e parar o programa nuclear do Norte. Em troca, a China quer reconhecimento de seu expansionismo no Mar do Sul da China que já chegou perto das Filipinas.

Como podemos confiar na China? Em junho último, os Estados Unidos foram atrás da empresa chinesa Mingzheng por agir como laranja para o banco norte coreano, lavando milhões de dólares. Isto era um aviso aos chineses que eles não ouviram. Se os Estados Unidos banirem o Banco da China, por exemplo, de operar em dólares americanos, levará a China ao caos econômico e possivelmente a uma mudança de regime. Então os Estados Unidos têm pelo menos uma arma para ameaçar a China se não colocar a Coreia do Norte na linha. O que tem faltado até agora é vontade política de faze-lo.

Desde Bill Clinton, que deu 4 bilhões de dólares ao regime norte-coreano em troca do desmantelamento do programa nuclear que não aconteceu, temos visto uma apatia total das sucessivas administrações americanas em aplicar sanções contra a Coreia do Norte. As sanções contra o Sudão e o Zimbabwe chegam a ser mais robustas!

O grande perigo para o mundo não é apenas a Coreia do Norte, mas o Irã estar de posse desta tecnologia e usar das mesmas táticas de Kim Jon Un. Os aiatolás podem a qualquer momento denunciar o mau acordo feito com Obama e partir para a ameaça de todo o Oriente Médio.

Estamos caminhando para uma situação sem volta. A ameaça à paz mundial está cada vez maior. E volto a perguntar: porque o Brasil continua a manter relações diplomáticas com a Coreia do Norte?? O que o Brasil tem a ganhar em continuar a se posicionar do lado dos fora da lei internacional? Isto é uma vergonha. Coloco aqui o meu protesto e espero que as autoridades brasileiras tomem as medidas necessárias para retornar nosso país ao lado correto da história.