Neste domingo, o grupo
terrorista Hamas concordou em negociar com o movimento da Fatah de Mahmoud
Abbas para formar um governo de união e convocar eleições gerais nos
territórios palestinos.
Em sua declaração, o Hamas
disse ter aceitado as condições-chaves impostas por Abbas. Mas isto tudo é uma
cortina de fumaça. Hamas teria aceitado dissolver seu Comitê Administrativo de
Gaza, criado há apenas seis meses e está ativamente presente na Judéia e
Samaria convencido que poderá ganhar as próximas eleições palestinas. E isto é
muito provável.
Desde 2007, quando o Hamas e a
Fatah travaram uma guerra sangrenta, a liderança palestina ficou dividida em
dois governos: o Hamas no controle de Gaza e a Autoridade Palestina na Judéia e
Samaria. Mas a influência do Hamas e a corrupção desenfreada da Fatah fizeram
Abbas agarrar e não soltar o leme do governo. Ele já está com 82 anos, está no poder
há 12 anos apesar de ter sido eleito para apenas quatro anos e não nomeou
qualquer sucessor caso venha a falecer.
Este novo anúncio do Hamas, tem
que ser entendido num contexto que de todos os lados pode ser muito perigoso
para Israel. O Hamas tem sido penalizado por Abbas com cortes em eletricidade,
salários e água. O Egito fechou sua fronteira com Gaza por causa dos ataques
terroristas no Sinai e de uma aproximação preocupante entre o Hamas e o Irã.
Isto no sul. No norte de Israel, as forças da guarda revolucionaria iraniana
junto com guerrilheiros da Hezbollah poderão se plantar a 5 km da fronteira
norte de Israel. A Rússia tomou o poder decisório da Síria e negociou este
limite irrisório em seu nome e em conluio com o Irã. Se houver mesmo eleições
entre os palestinos e o Hamas ganhar, teremos o Irã nas portas de Tel Aviv e
Jerusalem, de fato cercando Israel.
Não é de espantar que nestas
condições, o Hamas tente uma reconciliação com a Fatah. Para conseguir um
alívio econômico, os líderes de Gaza podem se esconder atrás da máscara falsária
de “moderado” de Mahmoud Abbas. Em alguns dias, o veremos no pódio da Assembleia
Geral da ONU vomitando acusações mentirosas contra Israel e louvando a “moderação”
a que chegou o Hamas. Infelizmente ninguém lhe chamará a atenção para a falta
de vontade de entrar em negociações sérias com Israel, por seu incitamento à
violência, por venerar terroristas e por liderar a criminalização de Israel no
mundo, tudo isso mantendo seu título de campeão da paz pela comunidade
internacional.
Vejam só: por quase duas
décadas, o mundo tem dito a Israel que Abbas é o líder mais moderado possível;
o melhor parceiro para a paz, e uma pessoa tão razoável que um acordo somente
será possível com ele.
Mas aí em 2008, Abbas virou as
costas para Ehud Olmert e sua oferta escandalosamente generosa que incluía a
transferência do Muro das Lamentações para os palestinos; Abbas recusou sentar
com Netanyahu mesmo depois de Israel ter congelado a construção de judeus na
Judeia, Samaria e Jerusalem por 10 meses.
Podemos voltar e ler seus
discursos passados na Assembleia Geral para ver o verdadeiro Abbas. Em 2011 ele
chamou Yasser Arafat “um homem de paz” e Israel de “brutal”, “agressivo”, “racista”,
“apartheid”, “horrível” e “um ocupador militar colonial”. Acusou Israel de “limpeza
étnica” e de “alvejar palestinos civis com assassinatos, bombardeamentos aéreos
e tiros de artilharia”. Falou do elo dos muçulmanos e cristãos com a Terra
Santa – e somente deles. E pior, ele falou de 63 anos de ocupação, não de 44
anos desde a Guerra dos Seis Dias, mas a ocupação da criação do Estado de
Israel.
Em 2012 ele exigiu que o mundo
impusesse uma solução a Israel, sem ele precisar fazer qualquer concessão, continuando
com as mesmas acusações escandalosas. Em 2013 Abbas avisou que Israel estava à
beira de cometer um genocídio dos palestinos e exigiu uma ação urgente da ONU.
Depois disso ele jurou “nunca”
reconhecer Israel como um estado judeu, “nunca” desistir do direito de retorno
dos refugiados palestinos para dentro de Israel própria, de “nunca” aceitar o
controle do Vale do Jordão por Israel, de “nunca” aceitar a presença de qualquer
judeu na Judeia e Samaria, e de “nunca” aceitar qualquer soberania de Israel sobre
qualquer parte de Jerusalem.
Em 2014, Abbas acusou Israel
de promover um “genocídio” em Gaza, e que em vez de retificar a “injustiça
histórica” de 1948, isto é, de sua criação, os judeus estariam impondo um
estado de terror, através de gangues de colonos que estariam atacando
mesquitas, igrejas e oliveiras. Até a esquerdista-mor de Israel Tzipi Livni
descreveu o discurso como “horrendo”. Mas ninguém da administração Obama
repreendeu Abbas. Somente Israel foi repreendida.
Em 2015 Abbas acusou Israel de
tentar destruir os santuários islâmicos e cristãos de Jerusalem e saiu para
abertamente incitar a violência contra judeus na cidade santa. Foi nesta
ocasião que ele descreveu os pés sujos dos judeus impurificando a mesquita de
Al-Aqsa. Ele também declarou que não mais estava obrigado aos Acordos de Oslo.
No ano passado, Abbas exigiu
um pedido de desculpas da Inglaterra ao povo palestino pela Declaração Balfour pelas
“catástrofes, miséria e injustiças” que ela trouxe. E continuou com a ladainha
das “agressões e provocações contra a mesquita de Al-Aqsa” e acusando Israel de
execuções extrajudiciais.
A que nível Abbas deve descer
para que a comunidade internacional e a esquerda da Israel comecem a procurar
outras opções? Isto é importante porque temos um precedente crítico. Com Yasser
Arafat e o processo de Oslo. A esquerda e a administração Clinton se apegaram
tanto às negociações com Arafat que fecharam os olhos para o terrorismo, a
incitação à violência e a instilação do ódio contra israelenses e judeus.
Cada vez que alguém trazia
outra evidência sobre as ações perniciosas de Arafat era rotulado de “inimigo
da paz”. Qualquer atenção dada às falhas de Arafat era considerada uma
distração desnecessária para a paz.
E incrivelmente, o mesmo
processo idiótico e patético está ocorrendo com Abbas. Seu extremismo é
ignorado, seu obstrucionismo é negligenciado; sua corrupção? Super tolerada!
sua repressão a críticos? É perigosamente desconsiderada.
Ao ponto de palestinos
procurarem as cortes de Israel para obterem reparação por anos de tortura
sofridos nas mãos de Abbas. Nesta semana a Corte Regional de Jerusalem decidiu
que palestinos poderão acionar a Autoridade Palestina em cortes Israelenses.
Incontáveis histórias de horror e tortura começaram a jorrar na mídia, junto
com fotos das cicatrizes e danos corporais que poderão chegar a centenas de
milhões de shekels.
E ainda assim, a mídia, os políticos
e o resto do mundo estão aguardando ansiosamente e cheios de especulação para
ver se hoje, com a administração Trump, Abbas irá fazer um discurso mais “equilibrado”
na Assembleia Geral.
Realmente gente, nesta altura
do campeonato, isto faz qualquer diferença?
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