Sunday, December 31, 2017

Projeto Cassandra Para Terminar o Ano - 31/12/2017

Difícil pegar um só tema para terminar o ano. Tantas coisas importantes aconteceram em 2017! E apesar das piores predições da História que o mundo iria acabar com Trump, ou com o Brexit, aí estamos!

Trump foi empossado e a economia e o mercado americanos estão em alta, o desemprego em baixa e os cortes em impostos prometem mais prosperidade para 2018.

No âmbito internacional, a posição americana na ONU com Nikki Haley deu uma guinada de 180 graus com relação a Israel, o Estado Islâmico foi finalmente chutado de seu território - apesar de continuar a existir como ideologia - a Coreia do Norte e a Rússia decidiram peitar a América, e o Irã ampliou sua influência no Oriente Médio com a guerra civil na Síria e no Iêmen. Trump reconheceu Jerusalem como Capital de Israel e mandou uma mensagem aos palestinos que não mais contribuirá com os salários milionários dos terroristas pagos anualmente por Abbas. A Guatemala seguiu o exemplo americano e anunciou a mudança de sua embaixada para Jerusalem criando um novo clima para as negociações de paz entre Israel e os palestinos que terão que se adaptar.

Trump terá que criar novas estratégias para lidar com tudo isso e 2018 promete ser um ano muito conturbado em política externa.

Mas sem dúvida o Irã será o assunto principal. E nestes três últimos dias de 2017, o país dos aiatolás está nas noticias. E não são boas. Milhares de iranianos estão saindo nas ruas para protestarem contra as políticas do regime e seu orçamento para o ano que vem. Os mulás cortaram milhões em assistência social no país, mas aumentaram doações para grupos estrangeiros, como os Houthis, os Sírios e a Hezbollah além de aumentarem o preço da gasolina. Imaginem, um dos maiores produtores de petroleo do mundo!

Após a assinatura do controverso acordo nuclear com Obama, o povo iraniano esperava uma melhora na economia com o fim das sanções. Mas como com todo regime totalitário, os benefícios não fluíram do topo para o povo. Os 150 bilhões de dólares em cash enviados por avião aos iranianos por Obama foram destinados ao patrocínio de grupos terroristas no exterior e para consolidar a hegemonia iraniana no Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen e fomentarem revoltas nos países do Golfo e Arábia Saudita.

E estes recentes protestos no Irã coincidem com mais um escândalo do governo Obama, descoberto pela revista americana Politico que revelou uma sórdida campanha do ex-presidente para enterrar uma investigação sobre a Hezbollah que envolvia um enviado sênior no Irã, um banco libanês que alegadamente lavou bilhões de dólares de dinheiro de drogas e armas e um membro de uma célula nos Estados Unidos da força paramilitar do Irã, o Al-Quds.  De acordo com os documentos do Advogado Geral dos Estados Unidos em Nova Iorque, a Hezbollah teria lavado nada menos que $483 milhões de dólares usando o esquema. A investigação chamada de Projeto Cassandra, lançado em 2008 pela DEA, foi despedaçada e isso foi ordenado de cima, de acordo com David Asher, um analista financeiro que ajudou a gerenciar o caso.

A revista Politico disse que a investigação incluiu hotéis de luxo na América Latina, estacionamentos na África, bancos e campos de batalha no Oriente Médio, mas o maior impacto foi, (prestem atenção), as cargas de cocaína de várias toneladas destinadas aos Estados Unidos, e centenas de milhões de dólares de sua venda transferidos para a Hezbollah, uma organização já designada pelo governo americano como terrorista.

Isto não chamaria atenção se os Estados Unidos não estivessem vivendo uma verdadeira epidemia de mortes por opióides, incluindo a cocaína. Só em 2016 foram mais de 64 mil mortes por overdose.

Em 2009, Obama começou sua presidência prometendo melhorar as relações com o Irã como parte de seu tour apologético ao mundo muçulmano. Para ele a política da administração Bush de pressionar o Irã para encerrar seu programa nuclear ilícito não estava funcionando e que ele convenceria Teerã a reduzir as tensões.

O homem que se tornaria o principal assessor de contra-terrorismo de Obama e depois o diretor da CIA, John Brennan foi mais além, recomendando em 2013 que os Estados Unidos promovessem uma assimilação maior da Hezbollah no sistema político libanês.

Quando os investigadores pediram aprovação do Departamento de Justiça e do Departamento do Tesouro para processarem os envolvidos, ninguém respondeu.

Ninguém sequer pensou em dar uma segunda olhada no testemunho de Katherine Bauer, ex-funcionária sênior do Departamento do Tesouro, perante o Congresso em fevereiro deste ano que afirmou que a “administração Obama reduziu o escopo destas investigações com medo de colocar o Irã em má posição e colocar em risco o acordo nuclear”.

David Asher disse que Obama estava fazendo de tudo para não insultar o Irã antes, durante e após o acordo nuclear e a implosão do Projeto Cassandra objetivou cortar completamente as investigações envolvendo o Irã e a Hezbollah.

“Quanto mais próximos estávamos da assinatura do acordo, mais as investigações foram afetadas”. Por último os investigadores foram drenados até o último, transferidos para outros postos ou simplesmente demitidos, até a morte final do Projeto.

De acordo com ex-membros da força-tarefa e outros funcionários americanos, como resultado desta política, o governo americano perdeu valiosa inteligência não só do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em todo o mundo, mas também sobre as conspirações ilícitas da Hezbollah com altos funcionários dos governos iraniano, sírio, venezuelano e russo – que chegaram até os presidentes Nicolas Maduro, Assad e Putin,.

Desde a publicação do artigo do Politico, representantes republicanos no Congresso têm exigido uma revisão destas alegações. Os membros da administração Obama saíram em sua defesa dizendo que tudo isso é pura “propaganda” promovida pelos críticos do acordo nuclear. A administração Trump já indicou que irá investigar o assunto.

Se pelo menos uma fração destas alegações for real, teremos aí um presidente com sangue de americanos em suas mãos. Que maquiavelicamente usou o principio de “os meios justificam os fins”, sem se importar com a proliferação de armas e drogas que diariamente dizimam americanos para ter seu “marco” em política externa.

Hoje o presidente Trump enviou uma mensagem ao povo iraniano apoiando seus protestos. Em contraste, em 2009, Barack Obama ficou do lado dos aiatolás contra o povo que saiu para protestar o resultado roubado da eleição no país. Tudo isso porque ele queria um acordo com o Irã. O sangue do povo iraniano, os ativistas mortos, torturados, desaparecidos e executados, também está em suas mãos.


Hoje à noite, como em todos os anos, teremos uma festa em Times Square. Só que o frio este ano está absolutamente insuportável. Estamos esperando entre -18 e -20 graus à noite. Assim, recomendo aos ouvintes que estão na Big Apple e querem participar da queda da bola, para colocarem muitas camadas de roupa, cobrindo cada pedacinho de pele, levarem garrafas térmicas com chá ou algo quente e muita paciência para varar os pontos de segurança. Um ótimo 2018 a todos com muita saúde, paz, sucesso e é claro, muitas boas noticias para discutirmos no ano que vem!!!


Monday, December 25, 2017

A Lendária Hipocrisia da ONU - 24/12/2017

Depois de mais uma farsa generalizada no Conselho de Segurança da ONU, foi a vez da Assembleia Geral ostentar sua lendária hipocrisia, condenando os Estados Unidos por decidir mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalem.  

Antes do voto, no entanto, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, avisou os membros da ONU que “ao considerarem seu voto, notem que o Presidente Trump irá tomar sua decisão pessoalmente; o presidente irá seguir a votação cuidadosamente e pediu que uma relação sobre os países que votarão contra nós. Tomaremos nota de cada voto sobre esta resolução”.

O presidente Trump, por seu lado, disse simplesmente que gostou “da mensagem de Nikki para todas estas nações que tomam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral. Eles tomam milhões de dólares e até bilhões de dólares e depois votam contra nós. Bem, estaremos anotando estes votos. Deixem votarem contra nós. Vamos economizar muito. Eu não me importo. O povo Americano está cansado de ser explorado e não vamos mais nos deixar ser explorados”.

Interessante que esta resolução foi submetida pelo Iêmen e a Turquia. Além de ainda estar envolvida na guerra civil síria e ocupada em oprimir os curdos do leste do país, a Turquia está cada vez mais descontrolada com seu presidente Erdogan agindo como um Sultão da era medieval. Sua última diatribe foi contra o jogador de basquete turco do NY Nicks Enes Kanter que chamou Erdogan de “Hitler do nosso século”. Erdogan exigiu dos Estados Unidos o colocasse na cadeia por quatro anos, que é a pena turca por “insultar” Erdogan. É, país bem democrático. Depois os turcos se perguntam por que não foram aceitos na União Européia.  

O Iêmen está na beira da catástrofe, em meio uma guerra civil que já dura quase três anos e que dividiu o país entre os rebeldes Houtis xiitas apoiados pelo Irã, o governo sunita apoiado pela Arábia Saudita, a Al-Qaeda da Península Árabe e o Estado Islâmico. A deterioração da sua infraestrutura causou a cólera que já atingiu mais de um milhão de pessoas com mais de 3 mil mortos e a epidemia de fome e mal nutrição está completamente descontrolada. Mas o que importa para o representante do Iêmen é mesmo a decisão da América de onde colocar sua embaixada em Israel.

Entre os discursos a favor deste ultraje, estiveram luminárias como a Venezuela que se disse preocupada com a mudança da embaixada americana pois este ato provocativo iria aumentar as tensões. Este diplomata não está nem um pouco preocupado com seus cidadãos que atravessam a fronteira diariamente para venderem seus bens para colombianos para poderem comer. A Síria que continua a usar gás mortífero em seus cidadãos teve a cara-de-pau de exigir que os Estados Unidos cumprissem com as resoluções da ONU dizendo que “a arrogância americana de ameaçar outros estados-membros” era inaceitável. O Irã se juntou ao coro dizendo que os Estados Unidos continuamente abusam de seu poder de veto para defender um estado colonialista como Israel (olha quem está falando) distorcendo fatos e substituindo-os por ficção.  E aí tivemos não outro que o representante da próspera e desenvolvida Coreia do Norte que condenou a decisão americana como “leviana e arrogante” e ao final, expressou apoio ao povo palestino e seus esforços de estabelecer um estado soberano e independente com Jerusalem como sua capital. É bom notar que o Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem por unanimidade as sanções mais draconianas contra a Coreia do Norte após seus testes de mísseis balísticos e contínua busca por armas nucleares.

Os palestinos esperavam que a resolução fosse aprovada por mais de 150 votos entre os 193 estados membros. No final foram 128 votos a favor, nove contra, 35 abstenções e 21 países decidiram não comparecer. Entre os países da América, a Argentina, Bahamas, Canada, Colômbia, Republica Dominicana, Haiti, Jamaica, México, Panamá, Paraguai e Trinidade e Tobago tiveram a coragem de pelo menos se absterem. A Guatemala e Honduras votaram contra. O Brasil, infelizmente continuou com sua política malversada e votou com os palestinos.

Por quase 70 anos os Estado de Israel, admitido como Membro da ONU em 1949, tem se mantido como o único país que não tem sua capital reconhecida pela comunidade internacional. Esqueçamos os 3.300 anos de história judaica no local ou a história desde a criação do estado moderno de Israel que sempre manteve o centro do governo em Jerusalem. Mesmo o reconhecimento da parte oeste de Jerusalem sempre esteve fora dos limites para a comunidade internacional.  O mundo não diz que quer Jerusalem do leste como capital palestina? Porque então não reconhecer Jerusalem do Oeste como capital de Israel?

Os últimos dois países que puseram suas embaixadas em Jerusalem, a Costa Rica e El Salvador, se mudaram para Tel Aviv depois de uma intensa pressão dos palestinos e seus amigos da Liga Árabe, em 2006. E isso em nome de facilitar um inexistente e inoperante processo de paz. Todas as resoluções da ONU pregam a manutenção do status quo e exigem que Israel se retire de territórios que ela e não a lei internacional, considera como “ocupados”.

E aí está a verdadeira hipocrisia da ONU.

Enquanto ela denuncia o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70 anos, que Jerusalem, ou pelo menos o lado oeste da cidade, é a capital de Israel, por outro lado, ela promoveu o status dos palestinos como um “estado não-membro” em 2012. Os palestinos foram admitidos pela UNESCO como membros em 2011. Isto eles ganharam sem precisarem negociar com Israel, sem precisar conceder absolutamente nada em termos de sua agenda de destruir o estado judeu.

E em outros fóruns internacionais tal reconhecimento também foi dado como recentemente na Interpol aonde os palestinos hoje figuram como membros. E no mês passado a Assembleia Geral da ONU concordou em pagar um numero de comitês que têm como único propósito, avançar a narrativa palestina.

E a propósito da narrativa palestina, nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas teve o atrevimento de usar Jesus em sua batalha contra a injustiça americana e israelense. Após se encontrar com Macron em Paris, Abbas disse que se inspira em Jesus que recusou a injustiça e espalhou a palavra da esperança”. Então, um muçulmano que usa o jihad contra judeus, usa um judeu como inspiração para defender sua guerra contra os judeus (!).

O representante de Israel Dani Danon, durante seu discurso, mostrou uma moeda do ano 67 encontrada em Jerusalem. Nela estão escritas em Hebraico: “a liberdade de Sião”. Pergunto: o que os palestinos têm para mostrar em sua reclamação por Jerusalem?

Nikki Haley tem razão. A ONU causou muito mais dano  ao processo de paz do que ajudou a avança-lo. Hoje os palestinos se acostumaram ao tratamento especial da comunidade internacional que de olhos fechados sela seus esforços para deslegitimar Israel. Esta decisão americana foi um balde de realidade fria em sua cabeça.

Especialmente nos últimos 25 anos, desde os acordos de Oslo de 1993, a ONU tem usado Israel como saco de pancadas, emitindo resolução após resolução para acobertar os palestinos e evitar negociações com Israel. Se os palestinos conseguiram seu “estado” na ONU, para que sentar e fazer concessões? Eles preferem o caminho que aperfeiçoaram de difamação de Israel. Quem deveria ter declarado dias de furor era Israel que tem levado uma existência quase órfã nesta instituição internacional que foi fundada supostamente em valores humanitários elevados.

O reconhecimento de Jerusalem como capital de Israel sugere uma nova abordagem do que é certo e do que é errado no conflito entre Israel e os palestinos. Será que podemos trazer alguma luz, alguma lógica a esses líderes que insistem em tomar o lado errado da História? Ou será que eles estão confortáveis demais em sua cadeira da hipocrisia para mudarem?





Sunday, December 17, 2017

O Movimento Palestino de Reescrever a História - 17/12/2017

Os membros do Conselho de Segurança da ONU realmente não têm o que fazer. Não há massacres, guerras, trafico de pessoas, fome e miséria suficientes no mundo para ocupa-los. Então, eles podem, entre um cafezinho e outro, ver como podem interferir numa decisão interna dos Estados Unidos de colocar sua embaixada em Israel aonde lhes convém.

Em 1995 o Congresso americano aprovou a lei que manda o governo transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalem. Como decisão interna de um país soberano, a ONU nunca pode se meter. Com o anuncio de Trump, de repente o mundo acordou e reagiu como se isso fosse uma coisa nova e não algo que vem sendo adiado há 22 anos.

É claro que os membros do Conselho de Segurança podem tentar fazer o que quiserem - futilmente porque os Estados Unidos têm o veto sobre qualquer resolução. Mas especialmente os europeus não conseguem perder uma oportunidade para expressar seu antissemitismo, hoje vestido de anti-israelismo, e continuar seu aconchego com o mundo islâmico.

E para tanto, não há como reescrever a história e engolir mentiras como fatos. É o que eu digo: você pode ter sua opinião, mas não pode ter seus fatos, exceto os palestinos.

Há décadas estes árabes que vieram do Egito e da Arábia Saudita reivindicam descenderem dos canaanitas, jebuseus e filisteus da Bíblia, e portanto, seriam os herdeiros legais da Terra de Israel.

Somente no último ano, o conselheiro de Abbas sobre assuntos religiosos declarou que os palestinos existiram nesta terra até mesmo antes de Abraão, mais de cinco mil anos atrás; o jornal oficial da Autoridade Palestina conseguiu ir mais além: declarou que os “palestinos” já estavam na terra há 10 mil anos; e é claro, os judeus não têm qualquer ligação histórica, tendo chegado somente em 1948;

Mas a coisa fica ainda mais bizarra. Ao reescreverem a história, foram os judeus e não os árabes que rejeitaram a partilha de 1947, foram os egípcios, e não os israelenses que ganharam a guerra de Yom Kippur em 1973; os nomes Gilboa e Hebron são de origem árabe-canaanita-palestina que foram “judaizadas” e num vídeo, eles mostram uma “palestina” correndo de um soldado romano, de um cruzado, de um soldado inglês e finalmente de um  judeu. Na cena final aparece um “muçulmano” representando um novo Salah e-Din, que venceu os cruzados, como “libertador” e o retorno da Palestina ao domínio da terra.

É isso que é ensinado nas escolas e universidades, que é publicado na mídia e que é pregado para turistas, jornalistas e acadêmicos que não têm qualquer coragem de denunciarem e trazerem à luz estas mentiras.

Os árabes nem se dão conta que nomes que eles adotam vêm do Hebraico. O grupo terrorista que assola o Sinai Ansar Beit El Maqdas deveria saber que Beit el Maqdas vem do Hebraico Beit Hamikdash. Não há tal palavra para em Árabe. Até o nome de Jerusalem, Al-Quds, vem do hebraico Hakodesh.

Mas estes esforços palestinos vão ainda mais além chegando até a afetar a posição científica de países ditos civilizados e a mobilizar grupos de esquerda que pegaram uma ciência e a transformaram numa questão a ser negociada. Estou falando da deturpação e a politização da arqueologia.

Na semana retrasada, Israel teve que se retirar de uma exibição na Alemanha sobre os Pergaminhos do Mar Morto que deve acontecer em Frankfurt em 2019. Isto porque o “iluminado” e “avançado” governo alemão declarou que não poderia garantir o retorno das peças enviadas por Israel se os palestinos as reclamassem.

Então vamos lá. Aos olhos do governo alemão, é legítimo para os palestinos reclamar pergaminhos da Bíblia Hebraica, escritos em hebraico, que refletem a história do povo judeu na Terra de Israel há dois mil anos atrás!!!

O fato é que se o governo alemão tivesse dado esta garantia, teria bloqueado os palestinos e os jordanianos, que ilegalmente também os reclamam, a contestarem a proveniência dos pergaminhos que estão entre os textos mais antigos que se conhece da Bíblia hebraica.

Este último exemplo demonstra a que profundidade o mundo dito civilizado consegue afundar neste lamaçal. Os primeiros pergaminhos do Mar Morto foram descobertos em 1946 por beduínos em uma das centenas de cavernas que abundam no local. Desde 1967, esta região está sob controle Israelense que fez outras descobertas. Em 2010, os Jordanianos, que ilegalmente ocuparam a região de 1948 a 1967, reclamaram para si os pergaminhos.

O Museu da Bíblia de Frankfurt há anos trabalha em proximidade com a Autoridade de Antiguidades de Israel. Antes de emprestar os pergaminhos, como rotineiramente foi feito em outras vezes, Israel pediu que o governo alemão garantisse seu retorno.

Mas vejam só, Boris Rhein, o ministro da cultura do estado de Hesse, declarou que o Ministro do Exterior e o comissário sobre assuntos de cultura alemães, os dois, consideram a propriedade dos pergaminhos “discutível”.  

Realmente, adular os árabes é mais importante do que a cultura. É mais importante não perder uma chance de deslegitimar Israel do que avançar uma oportunidade cultural com a contribuição de Israel.

Nesta semana, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas fez um discurso em Istambul na cúpula convocada por Erdogan para debater a resolução de Trump. Um encontro que reuniu representantes de mais de 50 países muçulmanos e duas dúzias de chefes de estado. Abbas sem qualquer vergonha acusou os judeus de fabricarem seus elos com Jerusalem e de serem “mestres nisto e como é mencionado no santo Corão que eles fabricam a verdade e tentam fabricar e acreditam nela, mas nós – os palestinos- estivemos aí neste local por milhares de anos”!!!

Ninguém nega que cinquenta anos após a morte de Maomé os árabes invadiram Jerusalem e começaram a construir a mesquita de Al-Aqsa ou que os otomanos construíram as muralhas para proteger a cidade 400 anos atrás. Mas fabricar uma história sem qualquer fundamento, negando fatos incontroversos e ver países ocidentais que deveriam conhecer e defender a verdade adotarem estes slogans mentirosos é de doer.

Isto não vai parar por aí. Cada um de nós tem a obrigação de denunciar o que é mentiroso, se não estaremos provando o que o propagandista nazista Joseph Goebbels afirmou: que se você contar uma mentira suficientemente grande e a ficar repetindo, as pessoas acabarão acreditando...



Sunday, December 10, 2017

O Presente de Trump para a America e Israel - 10/12/2017

O presidente americano Donald Trump finalmente decidiu reconhecer Jerusalem como a capital de Israel e ordenar a mudança da embaixada para a Cidade Santa.

O que Trump fez foi muito mais do que cumprir uma promessa de campanha que, aliás, 11 presidentes anteriores fizeram, mas não cumpriram. O primeiro presidente George Bush declarou em sua campanha que Jerusalem era a capital indivisível de Israel; Bill Clinton castigou Bush em sua campanha por ter “repetidamente disputado a soberania de Israel sobre uma Jerusalem unificada”; o Bush filho devolveu as chibatadas a Clinton dizendo que ele não cumprira sua promessa, mesmo depois do Congresso ter aprovado a lei mandando transferir a embaixada; Barack Obama nunca apontou o dedo aos presidentes anteriores, mas declarou durante sua campanha em 2008 que “Jerusalem se manteria como a capital de Israel e deveria se manter unida”.

O que Donald Trump fez foi mais do que cumprir uma promessa porque ele tomou esta controversa decisão apesar de ser diariamente atacado pelos democratas, de constantemente ser criticado pelos líderes europeus e a cada minuto ser ridicularizado pela mídia. E pior, minado por seu próprio governo, pelo Departamento de Estado. Ele o fez simplesmente porque era a coisa certa a fazer. E sem dúvida foi a coisa sábia a fazer.

A decisão de Trump finalmente retificou uma injustiça histórica em vários níveis. Mas acima de tudo, reconheceu os laços históricos do povo judeu com a cidade de Jerusalem que remontam a mais de três mil anos.

Ela também pôs um fim à noção absurda que Jerusalem continua como um corpo separado conforme recomendado no plano de partilha de 1947.

Setenta anos atrás os árabes rejeitaram completamente a ideia que a terra que hoje forma o Estado de Israel pudesse ser compartilhada entre judeus e muçulmanos. Jerusalem, na época deveria ter sido gerenciada por um corpo internacional. Locais santos para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo seriam respeitados e mantidos e membros das respectivas fés que teriam acesso a eles livremente.

A tentativa das nações árabes de eliminar Israel desde seu nascimento deixou a Jordânia em controle de Jerusalem do leste. Mas desde o começo, desde 1948, Jerusalem foi a capital de Israel na parte controlada por ela. E por 19 anos, de 1948 a 1967, a Jordânia proibiu o acesso dos judeus ao Muro das Lamentações, sistematicamente destruiu as sinagogas e outros marcos judaicos da cidade velha e depois de expulsar todos os judeus, deixou o bairro judaico em ruinas.

Em uma virada nada menos que milagrosa em 1967, uma segunda tentativa de eliminar Israel, que uniu os exércitos da Jordânia, Egito, Síria, Iraque e Líbano, apoiados por outros oito países árabes, acabou em sua completa derrota e deixou Israel em controle de Jerusalem do leste. Pela primeira vez na história recente, Jerusalem se tornou livre, protegendo os direitos de todas as fés conforme objetivado pela ONU. Como capital de Israel, a cidade se tornou o centro de uma população diversificada, dinâmica e próspera. Mas o mundo ainda insiste em ver Jerusalem como se ainda estivéssemos em 1947.

Trump simplesmente deu um reconhecimento oficial a uma realidade que já dura setenta anos. Todas as instituições importantes estão em Jerusalem: a Knesset, a Suprema Corte e os ministérios. A rejeição da comunidade internacional de reconhecer e honrar a escolha de Israel de sua capital continua a ser uma injustiça que os Estados Unidos começaram a retificar.

Os críticos de Trump dizem que a decisão foi ruim porque irá gerar violência entre os muçulmanos. Mas até agora vimos o quão pouco o apaziguamento gera de boa vontade nos que pregam a violência. E os Estados Unidos não devem sacrificar seus princípios para apaziguar os que têm uma longa história de usar o terrorismo para levar a cabo seus objetivos.

Sabemos por experiência que o apaziguamento leva a mais violência por que prova que as táticas de bullying funcionam e, portanto, são um incentivo para mais violência. Além disso, distraem o público do verdadeiro problema: que os palestinos continuam a rejeitar a presença de um estado judeu no Oriente Médio com quaisquer fronteiras que sejam e qualquer que seja a sua capital.

Houve violência sim. Uma violência comandada pela liderança palestina. O jornal oficial da Autoridade Palestina convocou uma terceira intifada e o do Hamas conclamou os milhões de palestinos a “libertarem Jerusalem”. Os dois governos declararam “três dias de furor”. Como se durante os outros 362 dias do ano eles praticassem meditação. Mas a verdade é que toda a violência esperada não veio e já está praticamente controlada. Hoje o jornalista alemão Bjorn Stritzel noticiou que havia mais jornalistas do que manifestantes nas ruas de Ramallah.

Outro ponto importante que mostra o brilhantismo de Trump é a mensagem que ele enviou para os milhares de funcionários públicos opostos ao seu governo especialmente no Departamento de Estado americano. Desde 1962 este ministério adotou uma política de não aceitar Jerusalem como capital de Israel. Isto é, cinco anos antes de qualquer chamada “ocupação”, o Departamento de Estado já tinha abraçado esta posição que permaneceu até hoje. Com esta declaração Trump deixou claro que ele - e não os burocratas em Washington - está no comando da política exterior americana e quem não estiver contente, pode ir para a casa.

O mundo rapidamente se mobilizou, convocando uma patética reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU precedida de ainda mais céleres condenações. Nada disso aconteceu quando o Estado Islâmico estava cortando as cabeças mundo afora, ou quando Bashar al-Assad gaseou seu próprio povo matando milhares de civis. Não. A mudança de uma embaixada e o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70 anos é urgente. Patético mesmo.

Agora o que mais ouvimos é que os Estados Unidos não mais podem ser mediadores honestos no processo de paz do Oriente Médio. Quem pensa que isto seja negativo deveria ouvir o que o vice-presidente Mike Pence disse em 2016 em Jerusalem.

Na época Pence disse que a América não deveria aspirar ser um “mediador imparcial”, mas em vez disso, deixar claro ao mundo que enquanto a América busca por uma solução justa e honesta para o conflito, os Estados Unidos estão do lado de Israel.

Pence disse que a América pode “lidar honestamente com todos os povos, com todos os lados do conflito sem deixar qualquer dúvida de que lado da mesa está sentada.” A declaração de Trump refletiu exatamente isto na quarta-feira.

Trump mandou uma mensagem ao mundo que ele está olhando o problema através de uma lente diferente e não aceita os pressupostos do passado. Trump também reconheceu o óbvio: que Jerusalem foi a antiga capital do povo judeu e tem sido a capital do moderno Estado de Israel nos últimos setenta anos. Finalmente, Trump jogou a solução de dois estados para a ONU, dizendo aceita-la se for o que as partes quiserem.


Houve outras coisas que Trump não disse como a necessidade de manter Jerusalem unida, e ainda deixou claro que a mudança da embaixada deverá levar alguns anos. Mas mesmo assim, ele deu um tremendo presente de Chanukah ao povo judeu este ano, e um grande presente de Natal ao povo americano. E apesar de todo o antagonismo, Trump já entrou para a história americana como o único presidente que cumpre todas as suas promessas e para a história de Israel como seu maior amigo na Casa Branca.

Monday, December 4, 2017

A Dança do Irã e Israel na Síria - 01/12/2017

Neste final de semana a mídia árabe noticiou que Israel teria atacado uma base militar no vilarejo de al-Kiswah, a 22 km ao sul da capital Damasco e a 50 km da fronteira com Israel.

O ataque teria causado falta de luz e explosões foram ouvidas na capital. A televisão síria divulgou somente que Israel teria atacado uma “posição militar” perto de Damasco causando apenas perdas materiais no local porque seus mísseis teriam sido neutralizados pelo exercito sírio.

A oposição síria, no entanto, confirmou reportagens da mídia social que o ataque teria sido contra uma base da Hezbollah que nas últimas semanas passou por uma grande expansão para alojar tropas e veículos.

Em agosto último, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã estava rapidamente aumentando sua expansão na Síria. Que o Mossad tinha submetido um relatório mostrando que onde o Estado Islâmico tinha sido expulso, o Irã havia tomado seu lugar. “É muito simples”, disse Bibi. “Nós somos veementemente contra o enraizamento militar do Irã e de seu satélite, a Hezbollah na Síria e faremos tudo o que for necessário para preservar a segurança de Israel”.

Israel até agora se manteve calada, nem confirmando, nem negando o ataque.

Mas o que foi realmente atacado na Síria? De acordo com a mídia iraniana, nenhuma base iraniana teria sido atacada perto de Damasco. No máximo o alvo teria sido um “deposito de armas sírio”. Mas de acordo com a agência de notícias turca Anadolu, se tratou de uma base militar que continha uma fábrica de munições.

A Síria e o Irã afirmaram que os mísseis de Israel teriam sido interceptados. Estas declarações, especialmente do Irã são um esforço para descrever o ataque como um incidente que não merece nem uma manchete e especialmente que nada tem a ver com o Irã.

Se a inteligência israelense estiver correta, esta base continha forças da Hezbollah e também do Irã. A falta de uma resposta iraniana até agora, até algo que mostre seu comprometimento com a suposta proteção da Síria, mostra o quanto Teerã não quer que este ataque se torne um teste estratégico que o ponha em choque direto com Israel.

A oposição iraniana divulgou com detalhe os locais das bases iranianas e de seus agentes na Síria. São mais de 70 mil soldados incluindo membros da Guarda Revolucionária, recrutas do Afeganistão, soldados da Hezbollah e outros estrangeiros.

O enorme investimento militar do Irã na Síria mostra que os aiatolás não querem de modo algum perder a oportunidade estratégica de estender seus tentáculos até o Mediterrâneo e efetivamente criar o crescente xiita. Contrariamente da Turquia ou os Estados Unidos que entraram na Síria sob protesto de Assad, o Irã é convidado de Bashar al-Assad para ajudar na defesa do país e portanto sua presença é legítima.

Esta presença foi confirmada no sábado durante a conferência em Roma intitulada “Diálogos do Mediterrâneo” aonde o ministro do exterior russo Sergey Lavrov pediu para os países que não foram convidados pela Síria, para se retirarem. Uma mensagem clara para os Estados Unidos sair, enquanto que os russos e os iranianos ficariam.

Não podemos esquecer que o Irã é sócio do processo diplomático liderado pela Rússia incluindo os acordos sobre zonas de segurança. Qualquer solução submetida pelo governo sírio, a oposição e rebeldes, devem ser aprovados pelo Irã. É a primeira vez desde a revolução islâmica na qual o Irã tem um papel de líder na resolução de conflitos no Oriente Médio. E este status, adquirido depois da assinatura do acordo nuclear, os iranianos devem a Barack Obama.

O Irã também está diretamente envolvido no conflito no Iêmen e praticamente decide o que se passa no Iraque. Assim, o Irã quer aproveitar esta nova posição estratégica e não coloca-la em risco, chocando-se com Israel.

Além disso, ultimamente o Irã se fortificou com relação à Arábia Saudita. A Arábia foi colocada de lado nas negociações para resolver a guerra civil na Síria, ainda está envolvida na guerra no Iêmen e a crise produzida no Líbano não lhe trouxe o resultado previsto.

Mas o Irã não é o único pesando suas respostas. A Rússia já deixou claro que ela tem suas linhas vermelhas e que Israel não terá liberdade para agir militarmente na Síria. A Rússia pode até considerar o ataque de ontem como uma atravessada de Israel destas linhas vermelhas devido à proximidade do local à capital Damasco.

Se no passado parecia que a Rússia fechava os olhos para os ataques de Israel a comboios de armas para a Hezbollah, e ações em retaliação a mísseis lançados do território sírio, agora Putin pode decidir amarrar as mãos de Israel do mesmo modo que o fez com a Turquia e os Estados Unidos. Isto quer dizer que a Rússia pode exigir que Israel coordene com ela qualquer ataque na Síria, o que tiraria toda a vantagem da surpresa de Israel.  

Agora entendemos porque Israel está se mantendo quieta sobre este ataque. Se o Irã pode negar que foi atacada, Israel pode se calar sobre a autoria.

Hoje a Rússia está preocupada com completar o processo diplomático e declarou que a fase militar na Síria chegou ao fim. Mais uma rodada de negociações irá acontecer no Cazaquistão no fim deste mês e outra em Genebra a ser marcada.

Por seu lado, a Rússia conseguiu até agora negociar cessar-fogos parciais na Síria e quer chegar num cessar-fogo geral em todo o país. Não é de seu interesse abrir as portas de um novo front entre a Síria e Israel.

Tudo isso mostra que Israel está pensando muito bem que estratégia tomar e não está esperando que o Irã se estabeleça permanentemente na Síria. Bibi está cumprindo o prometido e aonde o Irã pense em se fixar, Israel estará lá para impedir.