Monday, December 25, 2017

A Lendária Hipocrisia da ONU - 24/12/2017

Depois de mais uma farsa generalizada no Conselho de Segurança da ONU, foi a vez da Assembleia Geral ostentar sua lendária hipocrisia, condenando os Estados Unidos por decidir mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalem.  

Antes do voto, no entanto, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, avisou os membros da ONU que “ao considerarem seu voto, notem que o Presidente Trump irá tomar sua decisão pessoalmente; o presidente irá seguir a votação cuidadosamente e pediu que uma relação sobre os países que votarão contra nós. Tomaremos nota de cada voto sobre esta resolução”.

O presidente Trump, por seu lado, disse simplesmente que gostou “da mensagem de Nikki para todas estas nações que tomam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral. Eles tomam milhões de dólares e até bilhões de dólares e depois votam contra nós. Bem, estaremos anotando estes votos. Deixem votarem contra nós. Vamos economizar muito. Eu não me importo. O povo Americano está cansado de ser explorado e não vamos mais nos deixar ser explorados”.

Interessante que esta resolução foi submetida pelo Iêmen e a Turquia. Além de ainda estar envolvida na guerra civil síria e ocupada em oprimir os curdos do leste do país, a Turquia está cada vez mais descontrolada com seu presidente Erdogan agindo como um Sultão da era medieval. Sua última diatribe foi contra o jogador de basquete turco do NY Nicks Enes Kanter que chamou Erdogan de “Hitler do nosso século”. Erdogan exigiu dos Estados Unidos o colocasse na cadeia por quatro anos, que é a pena turca por “insultar” Erdogan. É, país bem democrático. Depois os turcos se perguntam por que não foram aceitos na União Européia.  

O Iêmen está na beira da catástrofe, em meio uma guerra civil que já dura quase três anos e que dividiu o país entre os rebeldes Houtis xiitas apoiados pelo Irã, o governo sunita apoiado pela Arábia Saudita, a Al-Qaeda da Península Árabe e o Estado Islâmico. A deterioração da sua infraestrutura causou a cólera que já atingiu mais de um milhão de pessoas com mais de 3 mil mortos e a epidemia de fome e mal nutrição está completamente descontrolada. Mas o que importa para o representante do Iêmen é mesmo a decisão da América de onde colocar sua embaixada em Israel.

Entre os discursos a favor deste ultraje, estiveram luminárias como a Venezuela que se disse preocupada com a mudança da embaixada americana pois este ato provocativo iria aumentar as tensões. Este diplomata não está nem um pouco preocupado com seus cidadãos que atravessam a fronteira diariamente para venderem seus bens para colombianos para poderem comer. A Síria que continua a usar gás mortífero em seus cidadãos teve a cara-de-pau de exigir que os Estados Unidos cumprissem com as resoluções da ONU dizendo que “a arrogância americana de ameaçar outros estados-membros” era inaceitável. O Irã se juntou ao coro dizendo que os Estados Unidos continuamente abusam de seu poder de veto para defender um estado colonialista como Israel (olha quem está falando) distorcendo fatos e substituindo-os por ficção.  E aí tivemos não outro que o representante da próspera e desenvolvida Coreia do Norte que condenou a decisão americana como “leviana e arrogante” e ao final, expressou apoio ao povo palestino e seus esforços de estabelecer um estado soberano e independente com Jerusalem como sua capital. É bom notar que o Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem por unanimidade as sanções mais draconianas contra a Coreia do Norte após seus testes de mísseis balísticos e contínua busca por armas nucleares.

Os palestinos esperavam que a resolução fosse aprovada por mais de 150 votos entre os 193 estados membros. No final foram 128 votos a favor, nove contra, 35 abstenções e 21 países decidiram não comparecer. Entre os países da América, a Argentina, Bahamas, Canada, Colômbia, Republica Dominicana, Haiti, Jamaica, México, Panamá, Paraguai e Trinidade e Tobago tiveram a coragem de pelo menos se absterem. A Guatemala e Honduras votaram contra. O Brasil, infelizmente continuou com sua política malversada e votou com os palestinos.

Por quase 70 anos os Estado de Israel, admitido como Membro da ONU em 1949, tem se mantido como o único país que não tem sua capital reconhecida pela comunidade internacional. Esqueçamos os 3.300 anos de história judaica no local ou a história desde a criação do estado moderno de Israel que sempre manteve o centro do governo em Jerusalem. Mesmo o reconhecimento da parte oeste de Jerusalem sempre esteve fora dos limites para a comunidade internacional.  O mundo não diz que quer Jerusalem do leste como capital palestina? Porque então não reconhecer Jerusalem do Oeste como capital de Israel?

Os últimos dois países que puseram suas embaixadas em Jerusalem, a Costa Rica e El Salvador, se mudaram para Tel Aviv depois de uma intensa pressão dos palestinos e seus amigos da Liga Árabe, em 2006. E isso em nome de facilitar um inexistente e inoperante processo de paz. Todas as resoluções da ONU pregam a manutenção do status quo e exigem que Israel se retire de territórios que ela e não a lei internacional, considera como “ocupados”.

E aí está a verdadeira hipocrisia da ONU.

Enquanto ela denuncia o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70 anos, que Jerusalem, ou pelo menos o lado oeste da cidade, é a capital de Israel, por outro lado, ela promoveu o status dos palestinos como um “estado não-membro” em 2012. Os palestinos foram admitidos pela UNESCO como membros em 2011. Isto eles ganharam sem precisarem negociar com Israel, sem precisar conceder absolutamente nada em termos de sua agenda de destruir o estado judeu.

E em outros fóruns internacionais tal reconhecimento também foi dado como recentemente na Interpol aonde os palestinos hoje figuram como membros. E no mês passado a Assembleia Geral da ONU concordou em pagar um numero de comitês que têm como único propósito, avançar a narrativa palestina.

E a propósito da narrativa palestina, nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas teve o atrevimento de usar Jesus em sua batalha contra a injustiça americana e israelense. Após se encontrar com Macron em Paris, Abbas disse que se inspira em Jesus que recusou a injustiça e espalhou a palavra da esperança”. Então, um muçulmano que usa o jihad contra judeus, usa um judeu como inspiração para defender sua guerra contra os judeus (!).

O representante de Israel Dani Danon, durante seu discurso, mostrou uma moeda do ano 67 encontrada em Jerusalem. Nela estão escritas em Hebraico: “a liberdade de Sião”. Pergunto: o que os palestinos têm para mostrar em sua reclamação por Jerusalem?

Nikki Haley tem razão. A ONU causou muito mais dano  ao processo de paz do que ajudou a avança-lo. Hoje os palestinos se acostumaram ao tratamento especial da comunidade internacional que de olhos fechados sela seus esforços para deslegitimar Israel. Esta decisão americana foi um balde de realidade fria em sua cabeça.

Especialmente nos últimos 25 anos, desde os acordos de Oslo de 1993, a ONU tem usado Israel como saco de pancadas, emitindo resolução após resolução para acobertar os palestinos e evitar negociações com Israel. Se os palestinos conseguiram seu “estado” na ONU, para que sentar e fazer concessões? Eles preferem o caminho que aperfeiçoaram de difamação de Israel. Quem deveria ter declarado dias de furor era Israel que tem levado uma existência quase órfã nesta instituição internacional que foi fundada supostamente em valores humanitários elevados.

O reconhecimento de Jerusalem como capital de Israel sugere uma nova abordagem do que é certo e do que é errado no conflito entre Israel e os palestinos. Será que podemos trazer alguma luz, alguma lógica a esses líderes que insistem em tomar o lado errado da História? Ou será que eles estão confortáveis demais em sua cadeira da hipocrisia para mudarem?





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