Sunday, December 31, 2017

Projeto Cassandra Para Terminar o Ano - 31/12/2017

Difícil pegar um só tema para terminar o ano. Tantas coisas importantes aconteceram em 2017! E apesar das piores predições da História que o mundo iria acabar com Trump, ou com o Brexit, aí estamos!

Trump foi empossado e a economia e o mercado americanos estão em alta, o desemprego em baixa e os cortes em impostos prometem mais prosperidade para 2018.

No âmbito internacional, a posição americana na ONU com Nikki Haley deu uma guinada de 180 graus com relação a Israel, o Estado Islâmico foi finalmente chutado de seu território - apesar de continuar a existir como ideologia - a Coreia do Norte e a Rússia decidiram peitar a América, e o Irã ampliou sua influência no Oriente Médio com a guerra civil na Síria e no Iêmen. Trump reconheceu Jerusalem como Capital de Israel e mandou uma mensagem aos palestinos que não mais contribuirá com os salários milionários dos terroristas pagos anualmente por Abbas. A Guatemala seguiu o exemplo americano e anunciou a mudança de sua embaixada para Jerusalem criando um novo clima para as negociações de paz entre Israel e os palestinos que terão que se adaptar.

Trump terá que criar novas estratégias para lidar com tudo isso e 2018 promete ser um ano muito conturbado em política externa.

Mas sem dúvida o Irã será o assunto principal. E nestes três últimos dias de 2017, o país dos aiatolás está nas noticias. E não são boas. Milhares de iranianos estão saindo nas ruas para protestarem contra as políticas do regime e seu orçamento para o ano que vem. Os mulás cortaram milhões em assistência social no país, mas aumentaram doações para grupos estrangeiros, como os Houthis, os Sírios e a Hezbollah além de aumentarem o preço da gasolina. Imaginem, um dos maiores produtores de petroleo do mundo!

Após a assinatura do controverso acordo nuclear com Obama, o povo iraniano esperava uma melhora na economia com o fim das sanções. Mas como com todo regime totalitário, os benefícios não fluíram do topo para o povo. Os 150 bilhões de dólares em cash enviados por avião aos iranianos por Obama foram destinados ao patrocínio de grupos terroristas no exterior e para consolidar a hegemonia iraniana no Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen e fomentarem revoltas nos países do Golfo e Arábia Saudita.

E estes recentes protestos no Irã coincidem com mais um escândalo do governo Obama, descoberto pela revista americana Politico que revelou uma sórdida campanha do ex-presidente para enterrar uma investigação sobre a Hezbollah que envolvia um enviado sênior no Irã, um banco libanês que alegadamente lavou bilhões de dólares de dinheiro de drogas e armas e um membro de uma célula nos Estados Unidos da força paramilitar do Irã, o Al-Quds.  De acordo com os documentos do Advogado Geral dos Estados Unidos em Nova Iorque, a Hezbollah teria lavado nada menos que $483 milhões de dólares usando o esquema. A investigação chamada de Projeto Cassandra, lançado em 2008 pela DEA, foi despedaçada e isso foi ordenado de cima, de acordo com David Asher, um analista financeiro que ajudou a gerenciar o caso.

A revista Politico disse que a investigação incluiu hotéis de luxo na América Latina, estacionamentos na África, bancos e campos de batalha no Oriente Médio, mas o maior impacto foi, (prestem atenção), as cargas de cocaína de várias toneladas destinadas aos Estados Unidos, e centenas de milhões de dólares de sua venda transferidos para a Hezbollah, uma organização já designada pelo governo americano como terrorista.

Isto não chamaria atenção se os Estados Unidos não estivessem vivendo uma verdadeira epidemia de mortes por opióides, incluindo a cocaína. Só em 2016 foram mais de 64 mil mortes por overdose.

Em 2009, Obama começou sua presidência prometendo melhorar as relações com o Irã como parte de seu tour apologético ao mundo muçulmano. Para ele a política da administração Bush de pressionar o Irã para encerrar seu programa nuclear ilícito não estava funcionando e que ele convenceria Teerã a reduzir as tensões.

O homem que se tornaria o principal assessor de contra-terrorismo de Obama e depois o diretor da CIA, John Brennan foi mais além, recomendando em 2013 que os Estados Unidos promovessem uma assimilação maior da Hezbollah no sistema político libanês.

Quando os investigadores pediram aprovação do Departamento de Justiça e do Departamento do Tesouro para processarem os envolvidos, ninguém respondeu.

Ninguém sequer pensou em dar uma segunda olhada no testemunho de Katherine Bauer, ex-funcionária sênior do Departamento do Tesouro, perante o Congresso em fevereiro deste ano que afirmou que a “administração Obama reduziu o escopo destas investigações com medo de colocar o Irã em má posição e colocar em risco o acordo nuclear”.

David Asher disse que Obama estava fazendo de tudo para não insultar o Irã antes, durante e após o acordo nuclear e a implosão do Projeto Cassandra objetivou cortar completamente as investigações envolvendo o Irã e a Hezbollah.

“Quanto mais próximos estávamos da assinatura do acordo, mais as investigações foram afetadas”. Por último os investigadores foram drenados até o último, transferidos para outros postos ou simplesmente demitidos, até a morte final do Projeto.

De acordo com ex-membros da força-tarefa e outros funcionários americanos, como resultado desta política, o governo americano perdeu valiosa inteligência não só do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em todo o mundo, mas também sobre as conspirações ilícitas da Hezbollah com altos funcionários dos governos iraniano, sírio, venezuelano e russo – que chegaram até os presidentes Nicolas Maduro, Assad e Putin,.

Desde a publicação do artigo do Politico, representantes republicanos no Congresso têm exigido uma revisão destas alegações. Os membros da administração Obama saíram em sua defesa dizendo que tudo isso é pura “propaganda” promovida pelos críticos do acordo nuclear. A administração Trump já indicou que irá investigar o assunto.

Se pelo menos uma fração destas alegações for real, teremos aí um presidente com sangue de americanos em suas mãos. Que maquiavelicamente usou o principio de “os meios justificam os fins”, sem se importar com a proliferação de armas e drogas que diariamente dizimam americanos para ter seu “marco” em política externa.

Hoje o presidente Trump enviou uma mensagem ao povo iraniano apoiando seus protestos. Em contraste, em 2009, Barack Obama ficou do lado dos aiatolás contra o povo que saiu para protestar o resultado roubado da eleição no país. Tudo isso porque ele queria um acordo com o Irã. O sangue do povo iraniano, os ativistas mortos, torturados, desaparecidos e executados, também está em suas mãos.


Hoje à noite, como em todos os anos, teremos uma festa em Times Square. Só que o frio este ano está absolutamente insuportável. Estamos esperando entre -18 e -20 graus à noite. Assim, recomendo aos ouvintes que estão na Big Apple e querem participar da queda da bola, para colocarem muitas camadas de roupa, cobrindo cada pedacinho de pele, levarem garrafas térmicas com chá ou algo quente e muita paciência para varar os pontos de segurança. Um ótimo 2018 a todos com muita saúde, paz, sucesso e é claro, muitas boas noticias para discutirmos no ano que vem!!!


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