Thursday, March 22, 2018

O Antissemitismo Acima do Povo na Africa do Sul - 18/03/2018


A cidade de Cape Town na África do Sul designou o dia 9 de Julho próximo como “Dia Zero”. Esse é o dia em que as torneiras de água na cidade secarão, marcando a culminação de três anos de seca. É claro que a falta de chuva não é a culpa dos sul-africanos, mas a inépcia dos governantes e uma devoção irracional à ideologia anti-Israel causaram uma situação totalmente previsível e no final, como sempre, quem pagará o pato será o povo.
Em fevereiro de 2016, há apenas dois anos, o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel comemorou a decisão do governo sul-africano de cancelar uma conferencia sobre a crise de água que deveria acontecer em Johannesburgo naquele ano. O porta-voz do movimento BDS da África do Sul disse na época que estava satisfeito que “o tapete tinha sido puxado dos pés do embaixador de Israel tirando-lhe a oportunidade de explorar a crise de água no país em troca de uma propaganda barata e de passar uma borracha nos abusos do seu regime.” Ele disse que a “tecnologia de água de Israel não era singular ou especial, e que ela existia amplamente através de outros países mais amigos”.
Pois bem, dois anos depois, a África do Sul passa por sua maior crise de água da história. A não ser que uma solução de ultima hora seja encontrada, a cidade de Cape Town terá a honra dúbia de se tornar a primeira cidade desenvolvida a ficar sem água.  Mas para quê aceitar ajuda de alguém que passou por isso e tem experiência?
Antes mesmo da declaração de sua independência em 1948 os judeus na Terra de Israel se concentraram na segurança da água com a mesma intensidade que seu treinamento militar. A maior parte do território de Israel é desértica e precisaria de uma grande quantidade de água para prosperar. Através dos anos, o país desenvolveu uma forma apolítica e completamente técnica de gerenciamento dos recursos hidráulicos.
Conservação é ensinada no jardim de infância. O preço da água desencoraja o desperdício. O crescimento da população, da agricultura e fábricas impulsionou a inovação. Israel ajudou a criar a dessalinização, a irrigação por gotejamento, e o reuso de água de esgoto tratada na agricultura. E hoje, apesar de Israel estar no quinto ano de seca, seus cidadãos podem contar com água em abundância.
Em Cape Town a estória foi outra. Seus reservatórios começaram a baixar há mais de dois anos. O problema tornou-se uma crise por causa da distorção do preço subsidiado da água, irrigação ineficiente, falta de dessalinização e de um plano de longo prazo.
Em 2016, representantes do Ministério do Exterior de Israel reconheceram o problema e alertaram os governos locais e nacionais da África do Sul. Naquela época Israel já havia treinado técnicos em água em mais de 100 países, inclusive nos Estados Unidos aonde ajudara a construir uma usina de dessalinização na cidade de Carlsbad na Califórnia. Israel ofereceu enviar seus especialistas em dessalinização para a África do Sul, mas foram completamente rechaçados e por razões puramente ideológicas. A mensagem foi clara: não queremos ajuda de Jerusalem.
A liderança do Congresso Nacional Africano que está no governo da África do Sul se alinha com a causa palestina. Apesar de terem relações diplomáticas, a África do Sul mantem um tratamento gélido para com Israel. O antagonismo remonta aos anos 60 quando o líder atual dos palestinos, Mahmoud Abbas vivia em Moscou junto com os líderes exilados do Congresso Africano. Os dois tinham apoio o apoio da União Soviética para suas aspirações revolucionárias.
Mas pior ainda, inexplicavelmente os sul-africanos se voltaram para quem para tentar resolver seu problema de água??? Para o Irã!!!! Em abril de 2016, quando ainda havia tempo para corrigir o problema, a ministra da água e saneamento Nomvula Mokonyane viajou para Teerã! Ela trouxe de volta um memorando no qual os aiatolás se comprometiam a desenvolver a infraestrutura aquífera do país.
De todos os países, o Irã nunca foi conhecido por sua excelência em gerenciamento de água. Antes mesmo da visita da ministra sul-africana, o ministro da agricultura do Irã havia previsto que 50 milhões de iranianos (2/3 da população) teriam que ser transferidos de suas residências por causa da falta de água. Cortes em fornecimento também foram causa para os recentes protestos que assolaram o país.
Dois meses depois da viajem da ministra ao Irã, Israel ainda insistiu e levou um time de profissionais para Cape Town. Nem o prefeito, nem qualquer representante da municipalidade os recebeu.
Se os sul-africanos decidiram esnobar os israelenses para mostrar solidariedade com os palestinos, deveriam considerar o seguinte: a Autoridade Palestina tem trabalhado com Israel em vários projetos relacionados à agua, desde 1995. Israel treina palestinos em gerenciamento hídrico, infraestrutura e segurança. Israel também fornece à Autoridade Palestina mais da metade de seu consumo doméstico na Judeia e Samaria. E ainda transfere mais de 2.5 bilhões de galões de agua para o Hamas na Faixa de Gaza a cada ano.
Porque a África do Sul é tão anti-Israel? A defesa desta posição compensa ter o melhor restaurante da cidade usar pratos de papel para não gastar água? Ou banhos de 90 segundos? Para o governo parece que sim.
No próximo dia 12 de abril, os reservatórios de Cape Town descerão à 13.5%. Neste ponto a prefeita declarará o racionamento da água e os residentes deverão ir a um dos pontos de distribuição e coletar suas rações de 25 litros por pessoa.
Se apenas dois anos atrás a África do Sul tivesse colocado sua ideologia vazia e antissemitismo de lado e pensado no bem estar de sua população, poderia ter evitado a situação de hoje. Mas em vez disso, o Congresso Africano decidiu usar este tempo para estreitar seus laços com o Hamas e em dezembro rebaixou o status de sua embaixada em Tel Aviv.
A África do Sul prefere abrir seus braços para uma organização terrorista que preside sobre uma faixa de terra povoada por dois milhões de pessoas permanentemente à beira de uma crise humanitária (vale dizer, por causa de suas próprias políticas perniciosas) e sofrer uma crise de falta de água do que aceitar a ajuda gratuita de Israel. A liderança sul-africana deveria tomar decisões baseadas não em comparações distorcidas entre o Apartheid e o conflito entre Israel e os palestinos, mas em pragmatismo, justiça e acima de tudo, o bem-estar da população sul-africana.
Será que esta liderança será responsabilizada por sabotar os interesses de seu povo? Espero que sim. Um grupo de cidadãos já postou uma petição online exigindo que o Congresso Africano aceite a ajuda israelense e pare de importar a política do Oriente Médio para o país.
Em vez de Pretoria se concentrar no conflito entre Israel e os palestinos e se unir a terroristas, deveria primeiro cuidar das necessidades mais básicas de seu próprio povo. E isto se aplica também a outros ao redor do mundo.

Sunday, March 11, 2018

A Coreia do Norte e os Ditadores da Internet - 11/3/2018

Que semana tivemos! Entre Donald Trump e Netanyahu em Washington sentimos os ventos da mudança soprando pelo mundo.

Depois de meses de avisos histéricos da mídia e os chamados “especialistas” sobre a iminência uma guerra de aniquilação total entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, causada unicamente pela retórica inflamatória de Donald Trump, pela primeira vez na história, o líder da Coreia do Norte mandou avisar que gostaria de se encontrar com o presidente americano e discutir as relações entre os países incluindo o fim de seu programa nuclear!

E tudo começou há menos de um ano com a provocação anual norte-coreana de testar mísseis. Mas desta vez o teste falhou quando encontrou o Donald pela frente. A resposta de Trump foi de declarar que os Estados Unidos destruiriam completamente a Coreia do Norte se um míssil fosse lançado contra uma das possessões americanas ou um de seus aliados.

Kim respondeu que Trump pagaria caro pelo insulto. Trump devolveu chamando Kim de louco. Kim aumentou a pressão dizendo que iria definitivamente domar com fogo o velho senil mentalmente perturbado presidente americano. Trump sarcasticamente twitou que não tinha entendido ser chamado de “velho” pois nunca chamaria  Kim de “baixinho e gordo”. Pode ter parecido infantil mas Trump lidou com o bully como se deve: ele bateu mais forte. E o resultado está aí.

Bill Clinton tentou comprar o regime da Coreia do Norte dando-lhes 4 bilhões de dólares para encerrar seu programa nuclear; somente para no dia seguinte o regime impulsionar a busca pela bomba com todo este dinheiro. Bush resolveu ignorar o regime e Obama, bem, ele não fez e não teria estomago para fazer qualquer coisa. E é por isso que depois de 30 anos, estamos com este problema que só viu uma luz no final do túnel com Trump.

Kim Jon Un vai olhar para o manual de instruções deixado por seu avô e pai e vai tentar convencer Trump de remover as sanções com mil promessas que ele não pretende cumprir. Ele vai mentir muito para conseguir o que quer. Mas Trump é o mestre da negociação e já mandou avisar que não vai se encontrar com Kim sem ações concretas e verificáveis serem tomadas imediatamente.

Os esquerdopatas estão possessos e não cabem em si. Involuntariamente até a jornalista Erin Burnett da CNN foi obrigada a reconhecer, que se Trump conseguir este feito, entrará para a história como um dos grandes presidentes americanos.

Nesta semana alcançamos o segundo menor desemprego da história dos Estados Unidos apesar dos democratas terem prometido que a economia iria implodir com a redução de impostos feita por Trump. Somente em fevereiro foram criados mais de 313 mil empregos. A Bolsa de Valores continua a subir apesar de alguns dias de incerteza, envergonhando todos os peritos que previram o fim do mundo com Trump.

É, Trump não é um ótimo orador, mas ele faz acontecer, cumpre o que promete e está calando um por um de seus críticos.

Mas hoje gostaria de falar um pouco sobre um novo perigo que está quietamente tomando conta do mundo afetando nossas liberdades e modelando o pensamento dos nossos jovens de acordo com seus interesses.

Este perigo é a concentração da informação nas mãos de poucas empresas privadas que se tornaram os maiores censores do mundo. Sim, estou falando da Google e do Facebook. Estas duas empresas detêm hoje mais de 75% do tráfego de toda a internet. Com os sites operados por eles como Whatsapp, Youtube e Instagram chegam a 80%.
Com este poder nas mãos, a Google está censurando sites e vídeos com conteúdo conservadores, sem qualquer explicação ou respeito à liberdade de expressão.

E isso é especialmente preocupante em relação a Israel. Os judeus estão sendo atacados hoje de um modo que era inimaginável uma geração atrás. O centro deste movimento está nas universidades americanas em que qualquer grupo de protesto, do aquecimento global ao direito das mulheres se dizem também anti-judaicos e anti-Israel.

Dennis Prager, o conhecido escritor e radialista, criou um site chamado Prager University e pode ser acessado no www.prageru.com. Nele estão vídeos de apenas 5 minutos que explicam assuntos como a guerra no Iraque, a história do estabelecimento do Estado de Israel, porque o socialismo não funciona, o que quer o Estado Islâmico e até os 10 Mandamentos. Estes e outros 40 videos do site foram colocados na lista restrita do Youtube porque seu conteúdo em sua opinião é inapropriado para certas audiências.

Eu tenho em casa o Youtube restrito porque não quero que meus filhos recebam propaganda e links de sites pornográficos ou violentos. Mas restringir o que o professor Alan Dershowitz tem a dizer sobre a Primeira Emenda da Constituição Americana é absurdo. Esta semana mesmo, tentei acessar um vídeo de chassidicos rezando no tumulo do Rabino Elimelech de Lijansk, e este vídeo também estava restrito.

Agora, não faltam vídeos da esquerda que advogam o socialismo, defendem o homossexualismo para crianças, o fim do direito de portar armas, e o boicote, desinvestimento e sanções contra Israel. Videos que mostram o líder da Nação Islamica Louis Farrakhan vomitando seu antissemitismo chamando o judeu de satânico manipulador e controlador do mundo.

Ou o vídeo de Putin esta semana que em sua entrevista para a NBC disse que não está preocupado com as investigações sobre a interferência russa nas eleições porque provavelmente foram judeus russos ou ukranianos que estavam envolvidos.

Quando a internet foi criada, seu propósito era o de colocar à disposição de todos, toda e qualquer informação. Para evitar estarmos expostos a coisas inapropriadas, compramos software para bloquear alguns sites mas nunca para bloquear ideias, o debate saudável e os pontos de vista diversos.

Após não obter qualquer resposta nem da Google, nem do Youtube, a Prager U entrou com uma ação na justiça que deverá ser julgada em breve.  Alguns dos links no meio tempo foram restaurados mas outros continuam bloqueados. Será que todos nós temos que entrar na justiça para termos o direito de ouvir opiniões que os censores da Google e do Youtube não querem que vejamos?

Como faremos para nos proteger da lavagem cerebral perpetrada pelos senhores da internet? Será que inexplicavelmente temos que recorrer ao estado contra empresas privadas porque elas se tornaram mais tiranas que os governos? 


Sunday, March 4, 2018

A Vergonha da Lei Polonesa do Holocausto - 4/3/2018

Há algumas semanas relatei aqui sobre uma Lei absurda que a Polônia havia aprovado, penalizando com até três anos de prisão qualquer um que dissesse que o Estado ou seus cidadãos estavam envolvidos nos crimes perpetrados pelos nazistas em solo polonês. Além de ser uma tentativa pobre e triste de reescrever a história, os poloneses se deram ao direito de processar qualquer um, mesmo os que não sejam cidadãos poloneses por este “crime”.

O artigo-chave da lei diz o seguinte: “qualquer um que disser, publicamente e contrariamente aos fatos, que a nação polonesa ou a Republica da Polônia foram responsáveis ou corresponsáveis pelos crimes nazistas cometidos pelo Terceiro Reich... ou por outros crimes que constituam crimes contra a paz, contra a humanidade ou crimes de guerra, ou qualquer um que minimize de modo grosseiro a responsabilidade dos verdadeiros perpetradores destes crimes, será penalizado com multa e encarceramento de até três anos”.

Apesar do Ministério do Exterior da Polônia ter assegurado à Israel que a lei ainda não seria aplicada até que alguns pontos pendentes tivessem sido revisados, os processos começaram.

Nesta ultima sexta-feira, a Liga Polonesa Contra a Difamação entrou com uma denuncia contra o site de noticias argentino Pagina 12 e seu jornalista Federico Pavlovsky. Em dezembro - um mês antes de a lei ser aprovada - o site publicou um artigo sobre o pogrom de Jedwabne que ocorreu em 1941 quando mais de 300 judeus foram massacrados por seus vizinhos poloneses durante a ocupação nazista. A denúncia ataca mais especificamente uma foto ilustrativa usada pelo site, tirada depois da guerra mostrando poloneses da resistência que nada tinha a ver com o pogrom.

Quer dizer, a Polônia realmente almeja amordaçar o mundo para reescrever a História e limpar a mácula antissemita que assola o país ainda hoje.

Não precisamos ir longe. No sábado da semana passada, um padre polonês falou na televisão estatal que a verdade para os judeus é a que for benéfica para eles. Henryk Zielinski, editor-chefe do jornal católico Idziemy, disse que os judeus têm “um sistema de valores completamente diferente e um conceito diferente da verdade” que a seu ver não é baseado em fatos, mas ao que lhes é benéfico.

O que os poloneses não podem negar é que apesar de também terem sido perseguidos pelos nazistas eles aproveitaram as leis raciais e o ódio ao judeu para matar, torturar, saquear e roubar seus vizinhos. O primeiro ministro polonês se gaba das histórias de poloneses que protegeram judeus durante a guerra. O que ele não conta é que estes poloneses foram ostracizados e até mortos, e invariavelmente pediam aos judeus que ajudaram para não contarem para ninguém como haviam sobrevivido à guerra ou quem os havia ajudado. Se esta era uma coisa tão nobre, por que escondê-lo?

O jornal Jerusalem Post publicou nesta semana um artigo sobre um relatório de 1946, desclassificado pelo Departamento de Estado Americano em 1983, que hoje está no Centro Simon Wiesenthal. O relatório intitulado “Os judeus da Polônia desde a Liberação” documentou o tratamento abominável que os judeus poloneses receberam antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial igualando os poloneses aos nazistas e dizendo que muitos judeus preferiram fugir até mesmo para a Alemanha do que ficar na Polônia depois da guerra.

Após a libertação, os sobreviventes judeus saíram dos campos de trabalhos forçados e de concentração, se arrastaram cuidadosamente dos esconderijos e descartaram suas identidades falsas. Eles se levantaram e olharam para as ruínas fumegantes e as montanhas de entulho que havia se tornado a maior parte da Europa enquanto estavam presos ou escondidos. Seu primeiro passo, depois de fugir da morte, foi o de procurar por familiares, amigos e vizinhos que poderiam, como eles, ter sobrevivido ao inferno contra todas as probabilidades.

Muitos decidiram voltar para suas casas de pré-guerra, mas em alguns lugares, especialmente na Europa Oriental, os judeus encontraram graves surtos de antissemitismo e violência anti-judaica. Isso parece irônico: ao menos deveria ter havido alguma simpatia da população local por essas pessoas que perderam tudo - suas casas, anos de vida e, em muitos casos, suas famílias inteiras - especialmente depois dos horrores do Holocausto terem vindo à tona.

Em vez disso, os judeus poloneses sobreviventes que retornaram, encontraram um antissemitismo terrível em sua fúria e brutalidade. O episódio mais chocante foi o pogrom de Kielce - um ataque violento em julho de 1946 por residentes poloneses que chacinaram 42 judeus. O pogrom ocorreu porque um menino que havia fugido de casa voltou mentindo que  dizendo que ele havia sido raptado por judeus e mantido no porão de uma casa aonde varias famílias judias estavam alojadas. Mesmo após a policia ter verificado que a casa não tinha porão e que o menino mudava sua estória a cada inconsistência, a população, junto com policiais, invadiu o imóvel e linchou os judeus que lá estavam.

Kielce tornou-se o ponto de virada para os judeus sobreviventes. O pogrom logo após a guerra se tornou a prova suprema de que não restava qualquer esperança de reconstruir a vida judaica na Polônia. E soou um alarme interno: durante os meses que se seguiram, os sobreviventes fugiram da Europa Oriental de qualquer forma que conseguissem. Imediatamente após o pogrom, mais de 60 mil judeus sobreviventes fugiram da Polonia.

Quem quiser mais detalhes é só ler os livros de Jan Gross, “Vizinhos” e “Medo: o Antissemitismo na Polônia Depois de Auschwitz”. A Polônia precisa reconhecer que o antissemitismo no país é um problema com uma grande longevidade. O relatório do Departamento de Estado Americano não foi escrito por judeus. Em Kielce, outros 13 judeus que retornaram foram mortos, 10 deles pelos invasores de suas propriedades. É claro que a propaganda nazista antissemita foi completamente absorvida pela população polonesa que apesar dos horrores do Holocausto, não tinham qualquer problema em continuar a matar judeus. O escritor polonês Osmanxzyk descreveu esta como “a geração infectada pela morte”. Outro escritor Stanislaw Ossowski escreveu depois do pogrom que “a inabilidade de se escandalizar por este crime é devido ao treinamento durante a guerra: o assassinato de judeus cessou de ser algo extraordinário. Porque precisamos nos preocupar com a morte de quarenta judeus quando crescemos acostumados com a ideia que Hitler os matara aos milhões?”

Mas estamos falando do assassinato de seres humanos inocentes. Todas as explicações do mundo não podem mudar ou justificar estes crimes. Aonde os judeus foram saqueados, denunciados, traídos ou mortos por seus vizinhos, seu ressurgimento após a guerra trouxe aos poloneses este sentimento duplo de vergonha e desprezo.

Enquanto a sociedade polonesa não puder chorar a morte de seus vizinhos judeus eles precisarão elimina-los como estão fazendo e continuar a viver na infâmia.